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Estudo das soluções anestésicas locais

Os anestésicos locais são drogas que interromperão a condução, quando absorvidas pelo nervo.

O bloqueio das fibras que transmitem a sensação da dor resulta apenas em analgesia regional. Analgesia geral, significa a perda da sensibilidade à dor no corpo inteiro, e analgesia local é a perda da sensibilidade à dor em uma região limitada.

A interrupção das fibras eferentes, resulta em paralisia motora e numa inibição das estruturas inervadas pelo sistema autônomo.

Os compostos anestésicos locais são drogas sintéticas.

O objetivo geral, de síntese de novos compostos, é produzir drogas potentes, com redução da toxicidade sistêmica e local. Na maioria dos casos, a toxicidade tende a aumentar à medida que aumenta também a potência.

 

Qualidades de um anestésico local ideal

Deve possuir as seguintes qualidades:

1-Ação reversível

2-Não deve ser irritantes aos tecidos

3-Ter início de ação rápido e ter duração suficiente

4-Grau reduzido de toxicidade

5-Potêncial suficiente para anestesiar

6-Propriedades de penetração suficiente para ser eficaz como anestésico tópico

7-Não desencadear reações alérgicas

8-Ser estável em soluções e sofrer biotransformação rápida no organismo

9-Estar estéril ou capaz de ser esterilizado sem deterioração

Nenhum anestésico local, preenche todos esses requisitos. A toxicidade sistêmica também é muitas vezes considerada como tendo uma relação direta com a potência do anestésico.

Os anestésicos locais usados na Odontologia podem ser divididos em dois grupos:

Ésteres e Amidas

  1. Grupo Ésteres

2-Grupo Amida

Via de regra, a potência de um anestésico local depende exclusivamente de sua estrutura química, enquanto que a duração pode ser alterada pela adição de um vasoconstritor.

Mecanismo de ação dos anestésicos locais

O mecanismo exato pelo qual os anestésicos locais interrompem a condução nervosa são :

  1. Age primeiramente na camada externa biomolecular de lipoproteína do nervo.
  2. Reduz a permeabilidade da membrana do nervo ao sódio
  3. A ação destes agentes anestésicos é estabilizar a membrana do nervo em estado polarizado, bloquear a não despolarização, bloqueando a condução nervosa.
  4. Sua ação é bloquear a condução nervoso e essa ação é reversível e não produz dano ao nervo.

Os anestésicos locais são bases alcaloides que se combinam com ácidos, geralmente o clorídrico, para formar sais hidrossolúveis.

Todos os sais anestésicoscos são constituídos de uma associação entre uma base fraca e um ácido forte.

Os sais são usados porque são estáveis e hidrossolúveis; a solubilidade na água é necessária para sua difusão través dos fluidos intersticiais até a fibra nervosa. Em solução, os sais da compostos anestésicos locais existem tanto como moléculas desprovidas de cargas, também chamadas de bases livres (RN), assim como moléculas carregadas positivamente, denominadas (RNH+), em equilíbrio umas com as outras:

RNH+Û RN + H+

A proporção relativa entre a base não carregada e o cátion carregado depende do pH da solução e do pKa (o pH no qual um composto está metade em estado ionizado e metade em um estado não-ionizado), do composto químico específico. Quando o pH de um solução e o pKa são iguais, metade da droga existe sob a forma da base livre e metade existe como um cátion. Esta relação pode ser expressa assim:

pH = pKa - log(RNH+ - RN)

As constantes de dissociação (pKa) para os anestésicos locais mais populares usados em odontologia são:

Mepivacaína 7,6

Lidocaina 7,9

PriIocaína 7,9

Bupivocaína 8,1

Tetrarcaína 8,5

Procaina 9,1

A concentração total do agente anestésico (C) no local da injeção é igual à quantidade presente na forma catiônica (carregada positivamente), adicionada da quantidade de base presente.

C = RNH+ + RN

Como pKa, é constante para qualquer composto especifico, a proporção relativa entre a base e a forma carregada de cátions do anestésico local depende do pH da solução.

A medida que o pH da solução baixa e a concentração hidrogeniônica é aumentada, o equilíbrio desvia-se no sentido da forma catiônica (hidrossolúvel). Assim além da base livre, mais cátion estará presente. Inversamente, à medida que o pH é aumentado e a concentração hidrogenionica e reduzida, o equilíbrio desvia-se no sentido da base livre (lipossolúvel) e existirá relativamente mais agente anestésico local sob a forma de base livre, em lugar daquela carregada de cátion . Assim, a perda de prótons (conversão do RNH+ para RN), que é efetuada pela alcalinidade dos tecidos ( 7,3 a 7,4) libera a base livre, que prontamente penetra no nervo rico em lipídios. Em outras palavras as condições alcalinas aumentam a concentração da base livre pela neutralização do H' e desvio do equilíbrio para a direita.

Parece que tanto a base iônica não carregada como a forma iônica carregada dos agentes anestésicos locais estão envolvidos no processo total de penetração no nervo e bloqueio da condução. A forma lipossolúvel, não carregada, é responsável pela ótima difusão através da bainha do nervo. Após a penetração da bainha neural, ocorre o reequilíbrio entre a base e a forma catiônica e, na própria membrana celular, a carga catiônica une-se a um sítio receptor e é, em última análise, responsável pela supressão da transmissão nervosa.

Aqueles agentes anestésicos que possuem um pKa elevado terão poucas moléculas presentes como base livre (forma lipossolúvel), em pH tecidual normal (7,3 a 7,4). Portanto, a qualidade anestésica será fraca, pois um numero insuficiente de moléculas livres, da base, estão presentes

Inversamente, aqueles agentes anestésicos com pKa muito baixo fornecem um grande número de moléculas de bases-livres p ara se difundir através da bainha neural. Contudo, este agente também seria relativamente ineficaz, pois muito poucas moléculas da base se dissociriam sob a forma catiônica, a única necessária para aderir ao sítio receptor específico.

Em contraposição às condições alcalinas, um pH tecidual baixo, como aquele encontrado em áreas infectadas (o pus tem um pH de 5,5 a 5,6), pode interferir no aparecimento de anestesia adequada, impedindo o desdobramento iônico e liberação da base livre.

Uma anestesia inadequada pode ser devido:

1-pH tecidual muito elevado ou reduzido

2-Diluição excessiva no sangue ou fluídos teciduais

3-Absorção excessiva rápida do anestésico pela circulação sangüínea

A infeção pode reduzir a alcalinidade dos tecidos, impedindo a liberação da base alcalóide livre, que é essencial para o surgimento da analgesia eficaz.

A eficácia dos anestésico locais depende das seguintes condições:

1-Natureza química da droga

2-Concetração da droga usada

3-Volume da solução injetada

4-Indice de difusão do sal anestésico e base livre

5-Adição de um vasoconstritor

O bissulfito de sódio é um componente que faz parte praticamente todas as soluções anestésicas locais. Sua presença como preservativo estabiliza o vasoconstritor.

 

Biotransformação dos anestésicos locais

Os anestésico do grupo éter são inativados por hidrólise, isto é uma molécula de água é adicionada à ligação éster. A maior parte da reação hidrolítica ocorre no plasma sanguieo e é catalisada pela colinesterase plasmatica. Alguma hidrólise ocorre também no fígado.

O anestésico local do tipo amida sofre biotransformação primariamente no fígado por enzimas microssomiais. Os produtos finais das reações são excretados pelo rins.

 

Vasoconstritor

O efeito final da ação dos vasoconstritores é prolongar a duração do anestésico local, enquanto que reduz simultaneamente sua toxicidade e aumentando sua eficácia e segurança.

Modo de ação

Os vasoconstritores agem sobre os receptores a e b . A estimulação dos receptores a produz excitação e a estimulação dos receptores b causa efeito oposto.

Os receptores b encontram-se predominantemente no coração, intestino delgado, brônquios e leitos vasculares, produzindo aumento no ritmo cardíaco e força de contração, produzem vasodilatação e broncodilatação.

Nas reduzidas entidades comumente usadas em odontologia, somente as arteriolas das áreas vizinhas à injeção devem ser grandemente afetadas pelos vasoconstritores.

A noradrenalina e a adrenalina, em quantidades maiores, acima daquelas indicadas para as injeções dentárias, diferem em seus efeitos sistêmicos. A noradrenalina atua mais nos receptores a , e a adrenalina atua nos receptores a e b .

Seleção do vasoconstritores:

  1. Duração desejada do efeito (aumenta significantemente a ação do anestésico local).
  2. Condição física do paciente, cuidado especial para o hipertireoidismo, cuidado relativo com o hipertenso, diabetes e outras doenças cardíacas.
  3. Necessidade de produzir hemostasia: a hemostasia só surgirá no local cirúrgico direto de infiltração do vasoconstritor.
  4. Medicação simultânea-por exemplo: foi considerado perigoso administrar aminas simpaticonimeticas a pacientes que estão recebendo halotano como agentes anestésicos gerais, para se obter hemostasia local. (Aminas Simpaticonimeticas: adrenalina, noradrenalina, levo nordefrina e fenilefrina).

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