Sistema BEDAC/ABCDE controle de infecção:
B-Barreira; E- Esterilização; D - Desinfecção; A-antisepsia e C- Consevantes.
CONCEITOS PRELIMINARES
1 -DESCONTAMINAÇÃO
Processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies tornando-os aptos para o manuseio seguro. Compreende procedimentos de limpeza, desinfecção e/ou esterilização. Artigos descontaminados devem seguir o processamento adequado conforme sua indicação de uso.
2 - CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS
Segundo SPAULDING (1977), os artigos são classificados de acordo com sua indicação de uso:
2.1-Artigos críticos
Todos os itens médico-cirúrgicos e odontológicos que vão penetrar em mucosa, pele não integra, tecidos subepiteliais, sistema vascular e em outros órgãos isentos de microbiota própria; esses artigos devem ser esterilizados.
2.2-Artigos semi críticos
Itens que entram em contato com a mucosa integra; estes artigos devem ser esterilizados, quando não suportarem a esterilização devem sofrer desinfecção de alto nível.
2.3-Artigos não críticos
Itens que entram em contato com a pela integra e os que não entram em contato com o paciente. Estes artigos devem ser limpos, mas se houver suspeita de contaminação, devem ser desinfetados.
LIMPEZA
Procedimento de higiene utilizando água, sabão e ação mecânica (escavação e fricção) com a finalidade de eliminar toda sujeira e reduzir o número de microrganismos presentes no local.
1-PROCEDIMENTO DE LIMPEZA DE INSTRUMENTAL
î Remover toda sujeira e matéria orgânica com uso de escovas de nylon inclusive das partes internas enzimático para instrumental
î Enxaguar em água corrente
î Secar com pano limpo,
î Certificar se da limpeza.
1.1 - Utilizar para este procedimento:
Equipamento de Proteção Individual (EPI): luvas grossas, mascara, óculos de proteção e avental.
î Uma boa pratica no controle da infecção é que as pias para limpeza do instrumental sejam exclusivas, fundas e afastadas da central de medicamentos, esterilização e armazenamento.
î Promover a limpeza do instrumental imediatamente após seu uso e, na impossibilidade, imergir em água.
Soluções usadas:
î Sabão neutro ou enzimático para instrumental
î Sabão líquido ou em pó (neutro), para superfícies,
2-PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DO MOBILIÁRIO/EQUIPAMENTO
î Utilizar luvas grossas para este procedimento.
î Limpar com pano embebido em água e sabão, fazendo movimentos de fricçao em sentido único,
î Retirar o resíduo de sabão com pano úmido.
Observação:
î As escovas para a limpeza instrumental devem ser lavadas com água e sabão enxaguadas e imersas em solução desinfetante por 20 mim. Após o período de imersão, enxaguar em água corrente e guardar seca.
3-PROCEDIMENTO DE LIMPEZA DO PISO
u Usar o rodo com pano umedecido em água para remoção de resíduos e sujidades.
u Esfregar o chão com pano limpo embebido em água e sabão, em sentido único,
u Retirar com rodo o excesso de água e sabão para o raio ou recolhê-lo com pá.
u Retirar os resíduos de sabão, esfregando pano limpo e umedecido em água, quantas vezes forem necessárias.
Observação:
u Durante o atendimento, se houver respingo de sangue, saliva e outros, remover imediatamente com papel toalha, gaze ou algodão, desprezar no lixo e proceder a desinfecção por meio de ficção com pano embebido em álcool a 70% ou hipoclorito a 1%.
4 - PROCEDIMENTO DE LIMPEZA DE PAREDES E VIDRAÇAS
à Esfregar as paredes e vidraças com esponja ou pano embebido em água e sabão em sentido único, de cima para baixo.
à Remover os resíduos de sabão, esfregando pano limpo embebido em água, também em direção única, de cima para baixo, quantas vezes forem necessárias.
Observação:
à As paredes e vidraças devem ser lavadas 1 vez por semana.
5-LIMPEZA DE CONDICIONADORES DE AR
8 Remover a grade de proteção, retirar o filtro, aspirar o pó e lavar com água e sabão, deixando-o escorrer (fig.1).
8 Antes de recolocar o filtro, proceder a limpeza do aparelho com água e sabão (fig. 2).
Observação:
8 Esse procedi mento deve ser realizado semanalmente o ar condicionado não deve ser usado ininterruptamente, pois o ambiente necessita de ventilação natural devendo serem abertas as janelas nos intervalos das aulas e durante o período de limpeza
Figura-1: Remoção do filtro do condicionador de ar |
Figura-2: Lavagem do filtro |
6-LIMPEZA, DA TELA DO SUGADOR
= Ao final do expediente do dia, retirar a peneirinha, remover os resíduos, imergir em detergente enzimático (Endozime) por 2 minutos e proceder a limpeza mecânica,
= Enxaguar em água corrente.
Observação:
= O detergente enzimático poderá ser substituído por água quente com detergente neutro, mas antes deve ser aspirado água fria para evitara coagulação de sangue
7-LIMPEZA, DA TUBULAÇÃO DO SUGADOR
-Entre os atendimentos aspirar detergente enzimático
8-LIMPEZA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA DO EQUIPO
a Remover diariamente o reservatório,
a Lavar com água e sabão, com auxílio de escova de tufo de cabo longo,
a Enxaguar em água corrente,
a Repor a água filtrada e adicionar 0,3 ml de Hipoclorito, de sódio a 1% para cada 500 ml de água (fig-3).
Observação:
a Durante o atendimento diário, não há necessidade de lavar o reservatório a cada reposição de água.
a Para o reservatório do sistema flush, acrescente 25 ml de hipoclorito de sódio a 1% para cada 500 ml de água filtrada.
a É importante lembrar que por ser o reservatório transparente o hipoclorito perderá sua propriedade, então, deve-se preparar a quantidade para o uso diário, e substituí-la ao início do expediente.
Figura-3: Reservatório de água
~ ATENÇÃO~
a As escovas utilizadas para a limpeza devem ser lavadas com água e sabão e imersas em solução desinfetante por 20 minutos. Após o período de imersão, enxaguar em água corrente e guardar seca, evitando-se assim a proliferação de microrganismo.
9-LIMPEZA DA CAIXA D'ÁGUA
Fechar o registro de entrada de água da caixa d'água.
Esvaziar a caixa, abrindo todas as torneiras e dando descarga nos banheiros.
Com a caixa d'água vazia, friccionar as paredes com escova limpa ou bucha para remover as crostas e sujeiras. Pode-se usar hipoclorito de sódio a 1% para este procedimento.
Escoar a sujeira, abrir o registro e encher novamente a caixa. Se o resíduo for muito grosso e a caixa não tiver tubulação própria para este escoamento, remover com a mão o resíduo mais grosso para evitar entupimentos.
Com a caixa cheia, acrescentar hipoclorito de sódio ou de cálcio a 1%.
Abrir as torneiras e deixar escoar a água até sentir o cheiro do hipoclorito de sódio, fechar imediatamente, permitindo também a desinfecção da tubulação,
Depois de duas horas fechar novamente o registro de entrada e esvaziar a caixa por todas as torneiras, esta água não serve para o uso.
Soluções usadas: Hipoclorito sódio a 1%
DESINFECÇÃO
Tentativa de eliminação da maior carga microbiana de superfícies inanimadas, empregando métodos físicos ou químicos. A maioria dasformas vegetativas microbianas são eliminadas, mas não as formas esporuladas.
1-PROCEDIMENTO PARA DESINFECÇÃO DE INSTRUMENTAL
Proceder a limpeza.
Imergir na solução de escolha por 30 minutos.
Retirar e enxaguar com água corrente.
Secar com pano limpo.
Guardar em recipiente limpo e adequado
Soluções utilizadas:
a)Álcool a 70%,
b) Hipoclorito, de sódio a 1% (corrosivo para metais),
c) Glutaraldeído 2%.
~ ATENÇÃO~
Recipientes com as soluções devem ser de plásticos e com tampa.
Conservar as soluções protegidas da luz.
A solução de hipoclorito de sódio deve ser utilizada por um período de 12 a 24 horas.
A solução de glutaraldeido pode ser utilizada pelo tempo determinado pelo fabricante (14 ou 28 dias).
A solução de álcool deve ser utilizada por um período de 12 horas.
Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), ao manusear produtos químicos;
Não utilizar o instrumental desinfetado, sem o devido enxágüe.
2-DESINFECÇÃO DO MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO
µ Utilizar álcool a 70% ou hipoclorito de sódio a 1%, sendo que o hipoclorito, não deve ser utilizado em metais e mármore.
2.1-Procedimento para a desinfecção.
µ Proceder a limpeza.
µ Friccionar a superfície do mobiliário/equipamento com pano embebido na solução escolhida por no mínimo 30 segundos.
2.1.1. A desinfecção deve ser realizada após o atendimento de cada cliente nos seguintes mobiliários e equipamentos.
¼ Cadeira do paciente.
¼ Botões de controle da cadeira.
¼ Foco de luz: alça e interruptor.
¼ Equipo: superficie, puxadores e unidade auxiliar.
¼ Puxadores de gaveta.
¼ Ampola e disparador de RX
¼ Conexão do sugador. 6 Cuspideira.
¼ Aspirar detergente enzimático pelo sugador.
¼ Pontas: canetas de alta e baixa rotação e seringa tríplice devem ser esterilizadas, mas se não suportarem autoclavação, pode-se fazer a desinfecção dessas peças (antes da desinfecção colocá-las em movimento por 20 segundos para descarga de água na cuspideira). As seqüências de procedimentos de desinfecção estão representadas nas figuras 4 e 5.
Figura-4:Seqüência de procedimentos de limpeza e desinfecção do mobiliário e equipamentos.
2.2. Cobertura de equipamentos e superfícies
Uma alternativa para a desinfecção concorrente (entre um paciente e outro), é a proteção dos equipamentos e superfícies com filmes plásticos de PVC transparente (coberturas):
C Envolver os equipamentos periféricos e superfícies do equipo e unidade auxiliar com filme plástico (apenas as partes manuseadas pela equipe e paciente durante o atendimento).
C Entre um paciente e outro, remover o filme e colocar outro.
C Fazer a desinfecção entre pacientes, se houver falha na cobertura ou contaminação acidental durante a remoção da cobertura. (fig. 5)
Figura-5: cobertura de equipamento e superfície
3-DESINFECÇÃO DE MOLDEIRAS E MOLDAGENS
As impressões devem ser lavadas para remoção de depósito de placa dental/biofilme dentário, saliva ou sangue, e depois desinfectadas antes do molde ser vazado ou enviado ao laboratório.
3.1. Sillicone e polissulfetos
As impressões com polissulfetos, como as mercaptanas-permelastic, assim como as de silicone como optosil-xantopren, podem ser desinfectadas pela técnica de imersão em hipoclorito de sódio a 11%, iodóforos ou glutaraldeído a 2%, durante 10 minutos, sem afetar a precisão e detalhes da moldagem.
3.2 AIginato
Os procedimentos consistem de lavagem da impressão em água corrente e remoção do excesso de água, sendo então a moldagem borrifada com desinfetante de superfície, como os iodóforos, hipoclorito, de sódio a 1% ou fienóis sintéticos, sob a forma de spray. O molde deve ser colocado no interior de um saco plástico e removido após 10 minutos, para imediata vazagem do gesso.
3.3. Óxido de zinco e eugenol
As impressões à base de óxido de zinco e eugenol, como a pasta lisanda, devem ser desinfectadas imergindo-as em glutaraldeido a 2%, durante 10 minutos.
3.4. Próteses fixas
As próteses rixas contendo metal e porcelana, metal e resina, resinas ou porcelanas, devem ser lavadas com água e sabão degermante e enxaguadas em água corrente e friccionadas com álcool a 70% durante 30 segundos.
3.5. Moldeiras de resina acrílica ou individuais
Devem ser imersas em hipoclorito de sódio a 1%, durante 10 minutos
3.6. Moldeiras metálicas
Devem ser esterilizadas em forno de Pasteur (estufa) ou em autoclave, seguindo a mesma orientação para instrumental.
3.7. Planos oclusais/registros
Devem ser imersos em iodóforos ou em álcool 70%, durante 10 minutos.
ESTERILIZAÇÃO
Processo de eliminação completa de todas as formas de vida microbiana (bactérias, fungos, vírus e esporos), empregando métodos físicos (forno de Pasteur/estufa e autoclave) e químicos (óxido de etileno, glutaraldeído e formaldeído).
Os materiais a serem esterilizados devem ser acondicionados em embalagens que permitam a esterilização e evitem a sua contaminação após a mesma
Características dos materiais utilizados para invólucros e sua adequação ao processe de esterilização
Material |
Autoclave |
Estufa |
·Campo de algodão crú, duplo | Sim | Não |
·Papel Kralt | Sim | Não |
·Papel alumínio | Não | Sim |
·Poliamida | Sim | Não |
·Papel grau cirúrgico | Sim | Não |
·Caixa de alumínio ou inox fechada | Não | Sim |
·Caixa de alumínio ou inox perfurada e envolvida com papel ou tecido | Sim | Não |
·Vidro tampado com bucha de algodão hidrófilo | Sim | Sim |
Adaptado do Ministério da Saúde
1 - ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO
Autoclave: método mais eficiente de esterilização e usado em todo o mundo. Apresenta grande eficácia na esterilização do material, porém exige para o seu manuseio, pessoal treinado e com conhecimento básico dos princípios de seu funcionamento. A esterilização é obtida pela desnaturação protéica (fig.6).
Figura-6: Autoclave
1.1 - Preparo e embalagem do material
Depois do material estar completamente limpo e seco, deve ser acondicionado em pacotes, tambores, caixas metálicas com furos e vidros com tampão de algodão ou papel (fig.7).
Figura-7: Invólucros utilizados para autoclave
1.1.2. Invólucros recomendados
Tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada
Papel grau cirúrgico. e Papel Kraft com PH 5-8.
Filme poliamida entre 50 e 100 micras de espessura.
O material a ser esterilizado deve ser embalado corri técnica adequada, não compactando-os.
Para maior eficiência (lesse equipamento, é importante observância do tempo de exposição para cada tipo de material a ser esterilizado.
1.2. Tempo de exposição dos materiais
Roupas e outros tecidos de algodão, objetos metálicos (instrumental), vidros e borrachas devem ser esterilizados em tempo de exposição guie varia de 15 a 30 minutos, de acordo com a espessura dos materiais e recomendação do fabricante da autoclave.
1.3. Cuidados ao carregar a autoclave
Selecionar os materiais de acordo com a sua espessura para optar pelo ciclo de esterilização.
Os materiais deverão ser dispostos de maneira a não prejudicar a circulação do vapor
Deixar espaço para a circulação do vapor em toda superfície dos pacotes.
As dobras dos pacotes de tecido ou papel devem ser colocadas para baixo, a fim de facilitar a penetração do vapor
Não encostar pacotes na superfície lateral ou posterior do aparelho.
Objetos côncavos, devem ser colocados com a boca para baixo.
Inspecionar todos os pacotes para verificar as condições de confecção, observando se estão bem fechados, não muito apertados, sem furos ou remendos (e se não há misturas de tipos de materiais dentro do pacote).
Carregar a autoclave, não ultrapassando 2/3 da capacidade da câmara (fig.8)
Figura-8: Acondicionamento dos materiais na autoclave
1.4 Cuidados após a esterilização
Retirar o material, guardando-o em local limpo até o momento de uso.
A umidade dos pacotes indica defeito da autoclavagem ou inobservância, pelo operador, do tempo de secagem. Nesse caso, o material deve ser reesterilizado.
O material deve ser utilizado, preferencialmente no período de 24 horas, se a secagem ocorreu de forma adequada, pode ser usado por um período de armazenamento recomendado pelo fabricante.
Observação:
O não fechamento adequado da autoclave poderá causar graves acidentes, pois existe o risco da tampa se soltar violentamente;
Nunca tente abrir a autoclave com pressão, pois existe risco de acidentes. A abertura deve ser fácil e sem esforço para o operador;
Tomar cuidado com o vapor durante a despressurização, pois o mesmo pode causar queimaduras;
Caso haja queda de energia o cicio será interrompido automaticamente, sendo necessário completar o nível de água e um novo cicio deverá ser reiniciado.
1.5. Controle de qualidade.
O Identificação visual dos pacotes com fita termossensível, para assegurar que o pacote foi submetido a temperatura adequada.
Controlar a permanência da temperatura selecionada, durante o tempo recomendado.
Testes biológicos com Bacillus stearothermophyIlus, mensalmente, na primeira carga do dia e ao término de todas as manutenções realizadas.
1.6. Rotina de limpeza da autoclave.
Deve ser realizada diariamente antes da primeira esterilização
Usar sabão neutro e esponja.
2-ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO.
O processo de esterilização é obtido pela circulação de ar quente, resultando na oxidação dos constituintes da célula microbiana.
2.1 Preparo da embalagem
Caixa metálica:
Dispor o instrumental em pequenas caixas metálicas, que podem ser de alumínio ou aço inóx;
Fechar a caixa e identificá-la com data, tipo de material que contém, número do lote e nome de quem o preparou.
Papel alumínio:
O instrumental deve ser embrulhado com o papel alumínio de maneira que não haja perfuração do mesmo e que facilite a sua abertura.
Manuseio do forno de Pasteur/estufa:
Ligar o forno.
Esperar o termômetro atingir 170 ºC.
Fazer uso de luvas de amianto. Abrir o forno e colocar o material lado a lado, tomando cuidado de não se queimar. As caixas metálicas não devem ultrapassar o tamanho de 10x10x30 cm.
A carga não deve ultrapassar a 2/3 da capacidade da câmara para facilitar a irradiação e/ou circulação do calor.
As caixas devem ser dispostas lado a lado, sem encostar umas nas outras, pois é difícil atingir a temperatura adequada no local de contato entre as superfícies Nunca colocar uma caixa sobre a outra (fig.9).
Esperar o termômetro atingir novamente 170 ºC marcar o tempo de 60 min.
Marcar o tempo desejado.
Depois de marcado o tempo, não abrir a porta nem colocar outro material dentro do forno.
Durante o período de esterilização, verificar constantemente o termômetro, observando se não há alterações da temperatura. Caso ocorra alterações da temperatura, regular o termostato para a temperatura desejada e recomeçar a marcar o tempo.
Terminado o tempo necessário, desligar o forno, entreabrir a porta e esperar a temperatura abaixar antes de retirar o material.
Figura-9: Caixas não de encostar umas nas outras
Observação:
Panos, papel, algodão e borracha não deverão ser esterilizados no forno porque:
-Para maior durabilidade, recomenda- proteger instrumentos de corte, como tesouras, bisturis e brocas com papel alumínio.
-Após a higienização e secagem de instrumental, corno fórceps, pinça, porta-agulhas e tesoura, é recomendável lubrificar , com lubrificantes hidrossolúveis, suas juntas e articulações;
-Não utilizar o forno para estocagem de material esterilizado;
- Terminado o ciclo de esterilização, retirar a caixa de instrumental do forno, certificar-se de sua vedação e guardar em local limpo e fechado até o momento de uso.
-A retirar o material não colocá-lo sobre superfície fria, para evitar condensação e possível contaminação,
-Nunca colocar caixa de instrumental na parte inferior do forno, usar apenas armários fechados com prateleiras
2.3. controle da esterilização
-Seguindo todas as instruções de esterilização pelo forno, o material esterilizado pode ser utilizado até 7 dias.
-Testes biológicos com Bacilius subtillis, mensalmente.
-Registrar temperatura em todas as esterilizações.
-Identificar as caixas, por meios de, fitas termosensíveis, apropriadas para o calor seco.
3-ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA COM GLUTARALDEÍDO
Solução de glutaraldeido a 2%, alcalinizada, segundo as recomendações do fabricante.
3.1-Imersão do material
O Após a completa limpeza do material, imergí-lo totalmente na solução de glutaraldeido a 2% por 10 horas
Observação:
-A solução deve estar contida em recipiente plástico e com tampa, para evitar a evaporação do produto.
-Aspirar solução com seringa nos materiais com lúmen, pois a esterilização só ocorrerá pelo contato direto do germicida com a superfície a ser esterilizada.
3.2-Enxague do material
-Após o período de exposição, retirar os artigos da solução germicida e proceder o enxágüe abundante com água esterilizada ou soro fisiológico, inclusive dos lúmens
Observação:
-O enxágüe e a secagem devem ser realizados em área asséptica e com técnica asséptica;
-Realizar o procedimento em local bem arejado, devido a toxicidade do germicida;
-Após a esterilização os artigos devem ser utilizados imediatamente, ou no máximo até 24 horas, se acondicionados em invólucros assépticos.
Secagem do Material:
Após o enxágüe proceder a secagem com compressa ou gaze esterilizada. Os lúmens devem ser secos com ar comprimido ou oxigênio.
4. AR COMPRIMIDO ESTERELIZADO
Para garantir a qualidade do ar emitido pelas pontas, gerado pelo compressor, observar as condições estritas do fabricante quanto a instalação, limpeza e troca de filtros de ar e de carvão ativado do compressor.
Descarte do lixo
O lixo de cada atendimento (gazes, algodão e outros resíduos) devem ser acondicionados em sacos plásticos pequenos, que devem ser fechados e descartados, após o atendimento, em lixeiras maiores com tampa e pedal contendo saco plástico próprio para resíduos contaminados (fig.10).
Ao final de cada turno de atendimento, amarrar o saco de lixo e removê-lo da unidade, colocando em local adequado para coleta, longe do alcance de cães e roedores. Preferencialmente em sacos de lixo brancos e em containers próprios para coleta de lixo hospitalar
Objetos perfuro-cortantes como agulhas de anestesia e sutura, lâminas de bisturi, limas e outros devem ser desprezados dentro de recipientes de paredes rígidas e com tampa, contendo solução desinfetante (hipoclorito de sódio 1%) quando estive cheio, tampar o recipiente, vedando bem, rotular como contaminado e desprezar no lixo da unidade (fig.11).
Figura-10: Lixeira com tampa acionada por pedal
Resíduos de a malga ma e excesso de mercúrio devem ser acondicionados em recipientes plásticos com água. Quando estiverem cheios, identificar com rotulo de resíduos de mercúrio, e de preferências repassar para ser reciclado e reaproveitando como matéria prima para outros fins.
Figura-11: Recipiente próprio para desprezar perfuro-cortantes
LAVAGEM SIMPLES DAS MÃOS
Lavagem das mãos
Consiste na fricção das mãos com a água e sabão, com a finalidade de remover mecanicamente sua microbiota transitória e constitui-se num dos procedimentos mais importantes no controle de infecção (fig.12).
1-Lavar as mãos
S Após qualquer trabalho de limpeza,
S Ao verificar sujeira visível nas mãos,
S Antes e após utilizar o banheiro,
S Após tossir, espirrar ou assoar o nariz,
S Antes e após atender o paciente,
S Após o término do dia de trabalho,
S Ao chegar do refeitório,
S Após o uso de aparelho telefônico, observando-se aqui a restrição ao uso do mesmo em ambiente de clínica.
Figura-12: Torneira fotossensivel, evito a recontominação dos mãos
2. Procedimento
S Retirar anéis, relógios e pulseira.
S Abrir a torneira com a mão dominante e molhar as mãos, sem encostar na pia.
S Dispensar sabão líquido na mão.
S Ensaboar as mãos, friccionando-as por aproximadamente 30 segundos, atingindo palma, dorso das mãos, espaços interdigitais, polegar, articulações, unhas e extremidades dos dedos e punhos.
S Enxaguar as mãos, retirando totalmente o resíduo do sabão.
S Enxugar em papel-toalha, utilizando 2 folhas de papel.
S Fechar a torneira, utilizando o papel-toalha, caso a mesma não seja acionada por pedal, cotovelo ou fotossensível (fig.13).
Figura-13: Seqüência de lavagem simples das mãos: molhar as mãos, dispensar o sabão, friccionar palmas, friccionar dorso mão direita, friccionar dorso mão direita, friccionar espaços interdigitais, friccionar polegar esquerda, friccionar polegar direita, friccionar articulações, friccionar unhas, friccionar punho esquerda, friccionar punho direito. Enxaguar, pegar 2 folhas de papel toalha, secar os mãos
ANTI-SEPSIA DAS MÃOS
Anti-sepsia das mãos - consiste na fricção das mãos com um sabão associado a um agente anti-séptico com a finalidade de reduzir dou inativar temporariamente a microbiota transitória e permanente das mãos Indicada sempre que for realizar procedimentos invasivos e/ou cirúrgicos.
1-PROCEDIMENTO
Retirar anéis, relógio e pulseira
Prender os cabelos (gorro), posicionar corretamente a máscara e óculos, deixando o avental p/ ser vestido após a escovação das mãos, com a ajuda de uma auxiliar
Molhar as mãos (de preferência torneira acionada pelo pé, cotovelo ou fotossensível), sem encostar na pia.
Dispenar o sabão anti-séptico nas mãos em quantidade suficiente para as mãos e antebraços, Iniciar a fricção das mãos em todas as suas faces, espaços interdigitaís e antebraços.
Escovar muito bem as unhas, palmas das mãos e articulações por 1 minuto (usar escova de cerdas macias, descartável ou que possa ser autoclavada)
Prosseguir com a fricção do restante da mão até completar 5 minutos.
Enxaguar as mãos e antebraços com água corrente.
Secar com compressa esterilizada (fig.14).
Figura-14: Seqüência do anti-sepsia dos mãos, utilizando escova descartável de dupla face (cerdas e esponja embebido com sabão anti-séptico: Escova, macia que contém degermante, espátula para remoção de sujidade dos unhas, escovação das unhas escovação dos dedos e palma da mão, fricção dos dedos e dorso da mãos, fricção do punho, fricção do antebraço, repetir procedimento no outra mão, começando pelas unhas, escavação, palma da mão, escovação, dorso da mão, fricção de antebraço, enxague com água corrente, não encostar na pia ou torneira, remover bem o resíduo de sabão no sentido dos dedos até o cotovelo, secagem, usar a compressa de fama que o lado usado não contamine a mão a ser enxugada.
USO DE BARREIRAS PROTETORAS
(EPI - Equipamento de Proteção Individual -fig.15)
1-Luvas
Utilizar sempre que for atender um paciente.
Utilizar um par de luvas para cada paciente.
Enquanto estiver de luvas não manipule objetos fora do campo de trabalho (canetas, fichas, maçaneta, telefone, etc);
O uso de dois pares de luva é indicado em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento profuso.
Retirar as luvas imediatamente após o término do atendimento.
Devem ser descartadas após cada atendimento.
2-Mascara
Deve ser utilizada durante todo e qualquer atendimento
A máscara deve:
Proporcionar conforto e boa adaptação.
Não tocar lábios e narinas
Não irritar a pele.
Permitir respiração normal.
Não embaçar o protetor ocular
Não permanecer pendurada no pescoço.
Descartá-la após o uso.
Trocar ao final de cada período ou sempre que estiver molhada.
Figura-15: Equipamento de proteção individual (EPI)
3-Protetor ocular
Protege a mucosa ocular de contaminantes e de acidente ocupacional.
Devem ter vedação periférica e boa adaptação ao rosto, inclusive sobre os óculos de grau.
Os óculos comuns não oferecem proteção adequada.
Devem ser descontaminados através de limpeza mecânica com água e sabão, sempre que houver gotículas de secreção, ou ao final de cada turno de atendimento.
4-Avental
O avental protege as roupas comuns durante atendimento, da contaminação que poderão ser fontes de infecção, por diversos agentes, para o profissional seus familiares e as pessoas que convivem com ele.
Deve ter colarinho alto e mangas longas com punhos,
Deve ser usado sempre,
Deve ser trocado diariamente e sempre que houver contaminação,
Seu uso deve ser restrito ao consultório/clínica,
Evitar manipulação excessiva do avental contaminado, acondicionando-o em saco plástico até o momento da lavagem,
Imergir o avental em solução de hipoclorito 2,5% em 1:5 por 30 minutos antes da lavagem.
5-Gorro
Deve ser usado sempre.
Deve ser trocado diariamente e sempre que houver contaminação
Proporciona uma barreira efetiva contra gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminados que podem ser lançados da boca do cliente para os cabelos do profissional e auxiliares.
PARAMENTAÇÃO PARA CIRURGIA
Procedimento importante para a manutenção da assepsia cirúrgica, divide em paramentação profissional e/ou equipe e paramentação do paciente.
1. PARAMENTAÇÃO PROFISSIONAL/EQUIPE
Após a escavação e estando já com gorro, máscara, óculos protetores e propé. Vestir o avental com ajuda de um auxiliar Calçar as luvas sobrepondo o punho sobre o punho do avental.
2. PARAMENTAÇÃO DO PACIENTE
O paciente deve entrar na sala já com gorro e propé. Colocar avental longo.
Colocar campo fenestrado de cabeça, após ter procedido a anti-sepsia intra e extra bucal. (fig.16)
Observação:
Cobrir cuspideira e cart com campos esterilizados, vestir cabo do sugador em "camisinha" esterilizada dispondo-o, depois, sobre o avental do paciente.
Figura-16: Paramentação do paciente.
Figura-17: Paramentação do profissional/equipe para cirurgia.
ANTI-SEPSIA DA CAVIDADE BUCAL
-ANTI-SEPSIA INTRA-BUCAL
É uma medida eficiente no controle de contaminação no consultório tem como objetivo reduzir a microbiota bucal, sendo que a escavação (ação mecânica) ou bochechas com solução de cloreto de cetilpiridíneo, reduz o número de microrganismos do cavidade oral de 75 a 99,9%
Preparo do Paciente
Anti-Sepsia do Paciente
PLANO A
Colocar o campo protetor estéril sobre a cabeça.
Intra Oral: Bochecho com cloreto de cetilpiridíneo a 50%.
A limpeza de todas as faces dentais, mucosa bucal, sulco gengival e dorso da língua com cotonete embebido em peróxido de hidrogênio a 10 volumes, removendo cuidadosamente toda matéria orgânica depositada nestas superfícies.
Bochecho com cloreto de cetilpiridíneo a 50% (fig.18).
Extra-Oral: Mesmo sendo a boca o campo de ação dos cirurgiões-dentistas, é importante realizar a antí-sepsia extra-bucal principalmente em procedimentos cirúrgicos. Recomenda-se o uso de solução à base de PVPI a 10% (1% de iodo disponível) ou de clorexidina a 4% (Sterylderm ou similar), com gaze estéril embebida em antiséptico fazer a anti-sepsia enxtra oral das regiões masseterinas, geniana e molar.
Colocar campo estéril (protetor) sobre a região peitoral (fig.19).
PLANO B
Colocar o campo protetor estéril sobre a cabeça,
Remover o calculo dental,
Fazer profilaxia (taça de borracha e pedra pomes ou pelo sistema prófi),
Promover o selamento provisório das cavidades cariosas existentes,
Seguir os demais itens do Plano A.
Figura18: Anti-sepsia intra-oral através de bochecha com solução anti-séptica e extra oral com Sterylderm ou similar, conforme preconizado pela disciplina de Cirurgia e Traumatologia da Faculdade de Odontologia de Barretos.
Figura-19: Anti-sepsia extra oral iniciando pela boca e ampliando em movimentos circulares passando por lábio superior, inferior bochecha, nasal, mento, masseterina, frontal e submandibular, colocação de campos esterilizados no paciente (cabeça e peito).
Anti-Sepsia empregada nos curativos Pós Operatório.
I-Sem a Retirada da Sutura
II-Com a Retirada da Sutura
Destino do Material e do Instrumental Contaminado.
Todo instrumental contaminado, deve ser desinfetado antes de ser lavado.
O Profissional ou o Auxiliar com as mãos enluvadas, deve colocar todo o instrumental utilizado em um recipiente contendo glutaraldeído a 2% ou hipoclorito de sódio a 1%, onde devem permanecer no mínimo por 30 minutos. Após este tempo, eles serão lavados para serem novamente esterelizados.
Os instrumentos cortantes a serem descartados (agulhas de anestesia, lâminas de bistuti, agulhas de sutura) deverão ser colocadas em um recipiente de paredes duras disponíveis no mercado (fig.20) ou recipientes de plástico com boca pequena contendo hipoclorito de sódio a 1%.
Todo material contaminado, juntamente com o instrumental a ser descartado, devem ser colocados em um saco plástico apropriado, contendo em seu interior, Hipoclorito de sódio 5% (em uma gaze); rotulado: contaminado e deve ser incinerado.
Figura-20: Recipientes de paredes rígidas o qual os instrumentos cortantes a serem descartados (agulhas de anestesia, lâminas de bistuti, agulhas de sutura).
Limpeza e Desinfecção do Consultório
A limpeza do consultório deve ser realizada no intervalo dos pacientes e no final do dia.
A mesa auxiliar, pontas, cuspideira, haste do refletor, cadeira, devem ser limpos empregando-se um desinfetante como o hipoclorito de sódio a 1%, após cada atendimento.
Toda mancha de saliva ou sangue devem ser imediatamente limpos com hipoclorito de sódio a 1%.
A limpeza do piso deve ser realizada com panos úmidos embebido com solução desinfetantes. Nunca com panos secos ou com vassoura, para evitar suspensão de partículas contaminadas. (Ferraz, 1.982).
O ambiente após o atendimento a um paciente portador de doença infectocontagiosa deve ser desinfectado para ser novamente utilizado, e sempre que possível em final de expediente, para que o consultório fique fechado por pelo menos 12 hs, facilitando a desinfecção. Esta é realizados por meio de nebulização de germicidas no ar. (Ex: formol).
É indispensável ter consciência da importância do controle da infecção. A adoção destas medidas é fundamental pari garantir a segurança do cliente, equipe, bem como para garantir a clientela do profissional.
Há a necessidade de desenvolver um programa apropriado à realidade de cada local de trabalho, com i participação ativa de todos os componentes da equipe odontológica.
A aplicação das normas não deve ser relegada a segundo plano pelo comodismo de não ser prática ou pelo provável aumento de custo.
O controle da infecção deve ser mantido durante o tratamento de todos os pacientes e todos os membros da equipe de trabalho odontológica devem estar preparados pari atender todos os paciente, independentemente do diagnóstico da infecção.
Os profissionais de saúde têm a obrigação moral e legal de promoverem a saúde e o bem estar do paciente, e não da doença
Referência Bibliográfica:
SOUZA, A.C.S.; BENTO, D.A.; PIMENTA, F.C. Rotina de procedimentos de descontaminação das clínica das ABO de Goias, 2ª ed., 1998