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FRENECTOMIAS E BRIDOTOMIAS

Aspéctos Embriológicos

Fonseca (1970) descreveu com detalhes a embriologia do freio labial superior:

 

ASPÉCTOS ANATÔMICOS

O aspecto normal do freio labial, no adulto, é uma prega fina, triangular, de base voltada para cima, em lâmina de faca (prega de mucosa) que tem uma origem relativamente profunda no interior do lábio superior, estendendo-se para trás e para cima, indo se inserir na porção mediana da vertente vestibular do processo alveolar e terminando em um ponto a 4 ou 5 mm acima do septo gengival interproximal, entre os incisivos centrais.

Jacobs(1932) conceituou: Freio é uma prega da mucosa bucal que partindo da face interna do lábio vai se inserir sobre a linha de união de ambos os maxilares superiores .

Mac Coy: afirma que , no recém-nascido, esta estrutura estende-se do lábio à borda gengival, alterando-se posteriormente para sua posição definitiva devido à erupção dental e à expansão do rebordo alveolar.

Alguns freios podem atingir a borda óssea alveolar, e virem a se inserir na papila interdentária, no palato, provocando um diastema.

Nos adultos ( Sicher & Tandler- 1950) afimaram que o freio labial suoperior insere-se na porção mediana de 5 a 8 mm acima do rebordo gengival terminal e o fundo do sulco vestibular.

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Whinston (1950) os freios podem estar localizados na cavidade bucal nas seguintes regiões:

Maxila:

  1. Da linha mediana estendendo-se do lábio superior à mucosa gengival, entre os incisivos centrais.

Mandíbula:

  1. Na linha mediana, estendendo-se do lábio inferior à mucosa gengival, entre os incisivos centrais.
  2. Em qualquer posição lateral à linha mediana tanto na maxila quanto na mandíbula, estendendo-se da bochecha à mucosa gengival.

Na linha mediana estendendo-se da superfície inferior da língua ao assoalho da boca.

De acordo com Dewel (1946) o freio labial está sujeito a certas variações em forma, tamanho e posição. Alguns freios são amplos e resistentes; outros são finos e frágeis

ASPECTOS HISTOLÓGICOS

Jacobs (1932) afirmou que a prega que forma o freio se constitui histológicamente por três planos:

  1. Plano mais superficial: constituído por epitélio pavimentoso estratificado, característico da mucosa bucal.
  2. Plano intermediário ou a lâmina própria: é formado por tecido conjuntivo de estrutura fibro- elástica, apresentando apreciável quantidade de tecido gorduroso em indivíduos obesos.

Plano mais profundo: sub- mucoso contendo glândulas mucosas e vasos linfáticos.

O freio é composto quase que exclusivamente por tecido conjuntivo altamente vascularizado, coberto superficialmente por epitélio pavimentoso estratificado. As fibras conjuntivas se dispõe em tramas regulares, arranjadas em formas de cordões dispostos ântero- posteriormente.

Na extremidade anterior, elas se unem frouxamente com as fibras da sub mucosa do lábio, e em sua inserção alveolar se anastomosam com as fibras da camada externa do muco- periósteo e do tecido conjuntivo que recobrem a sutura mediana maxilar.

Frenectomias e bridotomias

ASPECTOS FISIOLÓGICOS

Dewell (1946): não se determinou nenhum aspécto fisiológico específico ao freio labial.

Pela sua estrutura histológica, é capaz de adaptar-se a qualquer dos movimentos dos lábios, sem grandes alterações em sua forma.

Alguns autores afirmam que as funções do freio, no adulto, limita-se à moderação da movimentação labial, estabilizando-o de forma a impedir excessiva exposição da mucosa gengival.

ANOMALIAS DO FREIO LABIAL

Anomalias de posição são observadas quando a inserção muco- gengival ou alveolar do freio labial persiste após a completa erupção dos incisivos centrais e laterais permanentes superiores.

A persistência desses freios anormalmente posicionados pode acarretar restrição de movimentação de lábio superior, e interferir na mímica facial e na própria fonação, Parker (1937).

TIPOS DE FREIOS LABIAIS

Segundo Monti (1942) são três os tipos de freios:

1-Tipo alargado, porém apresenta seus bordos direito e esquerdo paralelos:

A anomalia causada por este freio: é um diastema entre os incisivos centrais, que caracteriza-se pelos dentes apresentarem paralelismo em seus longos eixos.

2-Freio em forma de triângulo, cuja base coincide com o sulco gengiva:

Anomalia: origina um diastema cuja característica residem que os eixos dos incisivos centrais são convergentes, estando suas coroas mais próximas que seus ápices.

3-Freio em forma triangular de base inferior:

  • Anomalia: origina um diastema onde seus longos eixos são convergentes em sentido apical, sendo que, suas coroas estão amplamente separadas e seus ápices se aproximam.
  • Indicações do tratamento a ser realizado no freio labial:

    Shultz (1941) – existem duas escolas antagônicas: Cirúrgica e Conservadora; e existem indicações precisas à execução ou não da frenectomia:

    1. Conservadora: Não se intervém cirurgicamente em um freio com pequeno volume interligando o lábio aos incisivos centrais.
    2. Cirúrgica:

    I - Freio labial superior com profunda extensão para lingual, constituído de densa massa muscular estendendo-se por entre os dentes.

    II – freio labial superior de volume muito pequeno, porém, capaz de produzir repuxamento do lábio superior, provocando seqüela estética.

    III – Freios que provocam outras interferências funcionais inclusive na fonação.

    IV – Quando o freio interfere na estabilidade e na retenção de aparelhos protéticos totais superiores.

     

    Oportunidade da Remoção do Freio

    Por razões ortodônticas, protéticas e periodontais

    Mum (1953) e Thoma – acreditam que o momento para realizar a frenectomia é após o irrompimento dos incisivos laterais permanentes, onde através das forças naturais tivessem tido tempo para tentar o fechamento do espaço existente.

    Finalidades: Fonseca (1970) – cita as indicações da frenectomia labial com finalidades protéticas, ortodônticas e periodontais.

    Finalidades Protéticas: Quando o diastoma dos incisivos centrais, promove trauma mastigatório com irritação constante favorecendo o surgimento de aftas, e apresentando problemas que dificultam a sucção dos alimentos, a fonação e a adaptação de prótese total.

    Finalidades Ortodonticas: O autor julga que se deva executar a frenectomia com papilectomias aos 8 anos de idade quando os incisivos laterais já erupcionaram, e não ocorreu a regressão natural do freio labial.

     

    Shirazy (1938), é de opinião que o tratamento ideal consiste em corrigir-se o diastema por meios ortodônticos, e através da cirugia reposicionar-se o freio, ainda quando as aplicações ortodônticas estão em posição.

    Finalidade Periodontal: Hirschfeld (1939) foi o primeiro a alertar sobre a inserção marginal do freio como fator etiológico da deformidade periodontal avançada, recomendando sua excisão.

    Gottsegen (1954) demonstrou que os freios com inserção muito próximas à margem gengival livre causam problemas ao periodonto por várias razões:

    1. Dificuldade na escovagem dental correta, facilitando o acúmulo de restos alimentares na área cervical dos dentes.
    2. Tensão direta, exercida sobre a gengiva marginal, durante a movimentação do lábio e da língua deslocando a mucosa gengival do periodonto de sustentação.
    3. Após curetagens gengivais, ou outras manipulações cirúrgicas do periodonto, o trauma do freio com inserção baixa, pode impedir uma adequada evolução da reparação tecidual.

    Para Ewen(1968), no que se relaciona aos problemas de moléstias periodontais que decorrem do freio labial, a junção muco-gengival é a chave topográfica da mesma.

    A opinião atual dos autores é que o freio, em crianças, deve ser operado após a erupção dos caninos permanentes; Ries Centeño (1968).

     

     

    ASPECTOS DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS

    Técnica de Federspiel(1933)

    Técnica de Ries Centeño: Preconizada pelo autor para freios labiais presentes em pacientes desdentados, interferindo na confecção e retenção de prótese total.

    Técnica de Mead

    Técnica de Archer(1968): Preconizada pelo autor, para inserção baixa de freio labial hipertrofiado.

    FREIO LINGUAL

    O freio lingual geralmente é flácido e alargado; une o centro da face interna da mandíbula com a face inferior da língua. Ele é constituido por um tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e elásticas, células gordurosas, algumas fibras musculares e vasos sangüíneos, estruturas essas recobertas por tecido epitelial pavimentoso estratificado.

     

    A técnica cirúrgica consta de:

    BRIDAS VESTIBULARES E LINGUAIS

    As bridas são estruturas fibrosas, congênitas ou adquiridas, situadas predominantemente no lado vestibular da cavidade bucal, onde promovem a diminuição do fundo de sulco. Diferenciam-se dos freios quase que exclusivamente na largura, pois os freios geralmente não têm mais que 1ou 2 mm de largura em sua inserção gengival, enquanto que as bridas podem ter vários mm a 1cm ou às vezes mais. Podem ser congênitas ou adquiridas. As adquiridas são resultantes de intervenções cirúrgicas, acidentes, ou processos infecciosos, não são nada mais que cicatrizes fibrosas ou aderências cicatriciais.

    A cirurgia está indicada quando originam perturbações funcionais ou se constituem em inconveniente para as próteses, prejudicando, principalmente a sua estabilidade e a sua retenção; ou quando originam também perturbações para a ortodontia.

    A técnica cirúrgica deve realizar a desinserção total, isto é, a eliminação de toda a extensão do tecido fibroso, principalmente na sua área de inserção periostal. A confecção de férulas de contenção ou suturas ou mesmo a colocação de cimento cirúrgico devem ser realizadas para impedir que possa ocorrer uma recidiva quando da sua cicatrização e, portanto, é semelhante à técnica cirúrgica proposta para as frenectomias labiais.

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