HIPERPLASIAS ÓSSEAS
Definições
Archer: São
protuberâncias ósseas, circunscritas e localizadas na região cortical do osso.
Centeño: São tumores de origem óssea com características próprias no maxilar e na
mandíbula. São considerados pseudo tumores.
Estas hiperplasias ósseas são relativamente comuns.
Incluem as apófises alveolares do maxilar ( o tórus palatino ) e da mandíbula (
o tórus mandibular).
É
de origem desconhecida, porém pensa-se que possa ser:
a)Hereditária: pode surgir na 1ª, 2ª ou 3ª
década de vida.
b)Trauma mastigatório
c)Por atividade osteoblástica
Segundo Archer as Exostoses
Múltiplas são classificadas como:
a)Anormalidades adquiridas e
b)Anormalidades congênitas.
Podem ser o resultado de:
1-Extrações dentais
2-Hábitos mastigatórios
3-Baixo grau de infecções crônicas
gengivais
4-Infecções crônicas que destroem
o osso interseptal e interradicular
5-Deformidades causadas por
cicatrização deficiente de fraturas ósseas mal consolidadas.
6-Deformidades causadas após
exérese de grandes cistos
7-Osteomas.
Anormalidades Congênitas
Estas excrecências ósseas
volumosas encontram-se geralmente:
1-Nas tuberosidades do maxilar
2-Rebordo afilado em forma de
ponta de faca
3-Prognatismo dos maxilares
4-Como excrescência óssea sobre a
rafe mediana do osso palatino (Tórus Palatino), que pode variar seu tamanho.
5-Como excrescência óssea sobre a
superfície lingual da mandíbula ( Tórus Mandibular ), podendo ser encontrados
nas regiões de: Pré- molres ( maior
incidência ), caninos e incisivos centrais.
São
rebordos estreitos, afilados, com projeções agudas do osso.
São muito
dolorosos e mesmo os alívios realizados nas próteses não são suficientes para
diminuírem a dor queimante destes pacientes.
1 –
Incisão Linear sobre o rebordo.
2 –
Descolamento do retalho.
3 –
Exérese com osteótomo ou cinzel e martelo
4 –
Limagem.
5 –
Curetagem.
6 –
Irrigação.
7 –
Gengivoplastia.
8 –
Sutura.
Devem ser
realizadas sempre radiografias periapicais e oclusais, para sabermos se podemos
ou não, intervir cirurgicamente e, o quanto de osso podemos remover na altura e
na largura.
As radiografias: periapical e panorâmica nos
mostram se houve ou não pneumatização do seio maxilar na região da
tuberosidade.
1 –
Incisão: Lâmina 12 – da distal da tuberosidade até 10 mm além do
ponto onde o osso deve ser eliminado mais incisão relaxante em ângulo de 45o.
2 –
Descolamento do Retalho: até 10 mm abaixo da proeminência.
3 –
Exérese: realizada com osteótomo ou pinças goivas, colocando-se uma
face sobre a crista alveolar e a outra debaixo da excrescência, e faz-se o
corte do osso que constitui a retenção.
4 –
Limagem: suaviza-se os bordos até que não haja ponto agudo (limas
para osso).
5 –
Gengivoplastia, Curetagem, Irrigação.
6 –
Sutura.
Segundo Archer: “É uma proeminência óssea
benigna do palato duro”.
Localização:
localiza-se na rafe mediana palatina, com extensão lateral a partir dela, sendo
sempre bilateral.
São geralmente simétricas de tamanho, porém, de
formas variadas.
Constituição: constitui-se de duas partes principais (direita e esquerda) que por sua
vez, podem estar divididas em 2 ou mais segmentos.
Estes crescimentos ósseos estão alojados apenas na
face bucal do palato. Seu crescimento é gradual e é mais rápido entre a 2o
e 3o década de vida.
Etiologia:
é de origem desconhecida, porém, pensa-se que pode ser:
a)Hereditária ou Congênita.
b)Por trauma mastigatório.
c)Por atividade osteoblástica.
Classificação: Temos 4 tipos de Tórus Palatino:
a)Excrescência óssea convexa, séssil, lisa, bilateral
e geralmente simétrica.
b)Nodular – massa fusionada de diversos tamanhos e
números de protuberâncias ósseas semi- pedicular.
c)Lobulado – nodular, porém, de crescimento mais
rápido, é bastante grande. Sua base é pediculada, porém, é de difícil
visualização.
d)Fusiforme – este é mais raro. É largo, delgado, com
rebordo arredondado na parte média, podendo ser maior ou menor.
Tratamento:
Cirúrgico
Indicação:
a)Quando dificulta a mastigação.
b)Dificulta a fonação.
c)Dificulta a higienização.
d)Quando de indicação protética.
e)Quando o fator psicológico influir.
Técnica Cirúrgica:
1) Incisão em duplo Y.
2) Descolamento do retalho.
3) Osteotomia – cinzel monobiselado e martelo. O
bizel do cinzel deve estar voltado para o palato, a fim de se evitar a
perfuração do palato, evitando-se uma comunicação buco- nasal ou buco-sinusal
ou pode também ser realizada (osteotomia) com brocas cirúrgicas de aço
(carbide) de alta e baixa rotação e com peça de mão.
Porém, devem ser realizadas perfurações com brocas
esféricas em baixa rotação e, com brocas tronco-cônicas liga-se estes pontos
para facilitar a exérese removendo-se os fragmentos em pequenos nódulos.
4) Regularização do palato com limas para osso
(limagem).
5) Gengivoplastia.
6) Irrigação.
7) Sutura.
Seqüelas cirúrgicas que devem ser evitadas quando da
exérese do tórus palatino:
a)Fratura segmentaria do interior do tórus
palatino,com o processo palatino do maxilar superior, o piso do assoalho nasal
e uma parte do septo nasal.
b)O tórus pode estar completamente separado da
apófise palatina do maxilar e pode ocorrer a fratura do tórus e de uma parte do
osso palatino. Quando isto ocorrer, produz um defeito marcado na união dos
tecidos duros e moles do palato.
c)Hemorragia nasal, provocada por cortes profundos
que penetram na cavidade nasal. Se esta hemorragia não cessar em 5 minutos
devemos fazer um tamponamento nasal.
Tórus Mandibular
Localização:
Este está representado por uma excrecência óssea
bilateral, na superfície lingual da mandíbula na região de pré-molares, porém,
podem apresentar-se na região de incisivos até a região de molares.
Constituição:
Podem apresentar-se com um ou vários nódulos, sendo
que seu tamanho e forma são variáveis, e é composto de osso cortical sólido.
Radiograficamente em alguns casos, se observa uma
ligeira linha cortical que corresponde à periferia do tórus.
É indolor, a cor da gengiva é normal ou amarelada,
produzida pelo osso subjacente.
Tratamento: Cirúrgico
Indicação:
a)Indicação protética.
b)Dificuldade na higienização.
c)Interferência na fonação e na alimentação.
d)Influência de fator psicológico.
Anestesia:
Nervo alveolar inferior, lingual e bucal.
Técnica Cirúrgica:
a) Anestesia.
b) Incisão: -dentados – festoneada.
-desdentados – linear sobre o rebordo.
c) Descolamento do retalho – colocação de gaze entre
o tecido mole e o osso da mandíbula, para que na exérese do tórus mandibular,
este não caia e se perca nas estruturas profundas do assoalho bucal.
a)
Exérese – esta é
realizada com broca, cinzel monobiselado e martelo.
b)
Limagem – limas para
osso.
c)
Irrigação.
d)
Gengivoplastia.
e)
Sutura.
Precauções:
1- A exérese deve ser realizada com cinzel monobiselado
e martelo, sendo que o bisel do cinzel deve ser colocado voltado para o osso
mandibular.
2- Precedendo-se a exérese, e após, o descolamento do
retalho, coloca-se uma gaze entre o tecido mole e o osso da mandíbula, para
que, quando da exérese do tórus mandibular, este não caia e se perca nas
estruturas profundas do assoalho bucal.
3- Após a limagem, cuja finalidade é alisar o osso,
deve-se remover as gases da profundidade do campo operatório.
4- Sutura.