HIPERPLÁSIAS DE TECIDOS MOLES
Hiperplásias
causadas por próteses totais
As próteses totais são aparelhos
constituidos com a finalidade de restaurar a morfo-funcionalidade perdida em
consequência das extrações dentárias.
Quando planejadas e confecionadas de
acordo com as indicações e técnicas corretas, é alcançado tal objetivo, mas
mereceu por parte do profissional um controle a longo prazo e por parte do
paciente uma conscientização maior.
O uso de próteses totais mal
adaptadas, fraturadas ou portadoras de relevo ou camaras de sucção tem
provocado o aparecimento de neoplásias nos tecidos moles da cavidade bucal.
As hiperplásias no fundo do sulco
vertibular chamadas hiperplásias fibrosas inflamatórias, epulis fissuratum,
granulomas fissurados ou fibromas de sulco, tem sido causadas pelo trauma
físico constante de bordas afiladas, irregulares ou real adaptadas de proteses
totais.
Com menor frequência, elas tem sido
encontradas também no rebordo alveolar e no sulco lingual.
As hiperplásias palatinas causadas
pelo uso de prótese com camara de sucção, estão totalmente contra - indicadas,
porque além de trazerem uma retenção apenas temporária, são altamente
prejudiciais ao paciente, que passa a ter um crescimanto anormal da fibromucosa
palatina.
Ao exame clínico dessa alteração,
observa-se um aumento volumétrico dos tecidos, com superfície lisa ou
irregular, com sulcos ou vegetações, consistentes à palpação e indolores. A
mucosa aparenta-se geralmente isquemica ou hiperêmica, conforme a compressão ou
irritação que a protese provoca, essas hiperplásias podem ser fibrosas ou
papilares.
Definição: é o aumento de um tecido
ou orgão pelo aumento do número de celulas.
Etiologia: causada por trauma de
protese mal adaptadas. Outra causas: problemas endócrinos (puberdade e
gravidez), deficiência nutriconal (vitamina C), dilantina sódica (droga
anticonvulsivante), hereditariedade e respiradores bucal em pacientes dentados.
Tipos de hiperplasias: Pediculada -
o tecido hiperplásico está ligado por apenas um ponto no tecido normal.
Sessil - o tecido hiperplásico
está ligado em toda extensão do tecido normal.
O diagnóstico dessas alterações é
geralmente clínico, pela observação direta da relação causa - efeito.
A maioria dos autores preconiza,
como tratamento inicial, a suspensão do uso da prótese, com a finalidade de
diminuir a irritação local.
Uma semana após a cirurgia estará
frente a um quadro clínico mais favorável para a terapêutica compressiva e/ou
cirurgica, métodos que entre outros, tem proporcionado ótimos resultados.
O tratamento pela redução
compressiva, consiste no preenchimento progressivo da camara de sucção, após o
arredondamento de suas bordas, com material odontológico, como a resina
acrílica ativada quimicamente, a guta percha, a cera de baixa fusão ou a resina
resiliente, a intervalos de uma semana durante 3 semanas. Essa conduta não
modifica o padrão histológico alterado.
O tratamento cirúrgico consiste na
remoção total da lesão, com bisturi e lamina n° 15, contornando toda lesão e
com o auxílio do destaca periósteo o tecido hiperplásico é removido, deixando o
tecido ósseo exposto. A hemostasia é feita pela compressão com gaze, a prótese
do paciente poderá ser utilizada com essa finalidade, preenchendo o local da
camara com cimento cirúrgico ou pasta zincoenólica.
A peça retirada será encaminhada ao
exame histopatológios que confirmará ou retificará o diagnóstico clínico.
A remoção da hiperplásia por meio da
eletrocirurgia tem sido utilizada.
Após a eliminação da área
hiperplásica,deve ser confeccionada nova prótese.
Os granulomas fissurados,
localizados no fôrmice vertibular, também chamados de fibromas de sulco, são
lesões comuns nos portadores de prótese.
Sabe-se que, com o tempo, os rebordos
alveolares sofrem reabsorções que provocam modificações em sua altura e
espessura. Quando não corrigidas, as próteses aprofundam-se nos tecidos
provocando irritação crônica e ulcerações na mucosa ao nível dos sulcos
gengivo-labial e gengivo- julgal.
Dentaduras confeccionadas com bordas
afiladas e cortantes contribuem também para o aparecimento desses granulomas de
sulcos.
O tratamento é cirúrgico. Essas
lesões de coloração rosa-claro, consistentes à palpação e de base sessil, podem
apresentar-se ulceradas e hiperêmicas.
A mesma orientação preconizada para
as hiperplásias palatinas: remoção de prótese causadora da lesão por uma
semana. O uso do bisturi a frio lamina n° 15 ou eletrocoagulação.
No planejamento cirúrgico, deve-se
avaliar a quantidade de tecido a ser removido, prevendo se haverá possibilidade
de sutura, sem provocar a diminuição do fôrnice do vestíbulo.
Cuidados pré operatórios remoção da
prótese de 4 a 7 dias da remoção, anestesia a distância para não edemaciar a
hiperplasia dificultando sua delimitação.
Na impossibilidade de se proceder à
sutura, o uso da própria prótese ou de um guia cirurgico previamente
confeccionado e preenchido com a finalidade de proteger e orientar o processo
cicatricial.
A utilização de pinças de Allis,
para apreensões do tecido hiperplásico e consequente tratamento, é uma tática
cirurgica que também facilita a exérese dos tecidos. Assim também os fios de
sutura podem ser passados antes da diérese dos tecidos e à medida em que se vai
cortando, os nós vão sendo dados, promovendo assim também uma hemostasia
imediata.
Em alguns casos podemos realizar a
remoção cirúrgica em dois ou mais tempos.
Se a irritação da prótese nessa
região do fórnice for detectada em sua fase inicial, quando ainda não há formação
do granuloma fissurado, o tratamento consiste na suspensão do uso da prótese e
sua substituição ou correção.