No mundo ocidental, ficaram conhecidas como papoulas ou dormideiras e foram classificadas cientificamente com o nome de Papaver somniferum, L., ou Papaver setigerum, DC. Do fruto dessas diversas espécies de papoulas se obtém o ópio.
A dormideira é cultivada hoje em muitas áreas do mundo e, em outras, continua nascendo abundantemente, como belas flores nativas.
As plantações de papoula são renovadas todos os anos no mês de junho. A planta cresce de sessenta centímetros a um metro e meio e tem folhas alternas, às vezes espinhosas. As flores são vistosas, de quatro pétalas, brancas ou cor de púrpura esmaecida; são hermafroditas, clínicas e de simetria radial, dobradas dentro de um cálice de duas sépalas. E o fruto é seco, capsular, em forma ovalada, poricida ou loculicida no ápice, contendo sementes e um suco espesso; quando maduro, é do tamanho de uma laranja.
Antes da floração, ao entardecer, os camponeses fazem um ou alguns cortes na cápsula verde da planta. Os cortes produzem um exsudato branqueado, um suco resinoso que, ao ser coletado na manha seguinte, tem a cor marrom-café. Esse suco é malaxado, batido, tornando-se uma massa que é moldada em forma de bastão ou bolota. Essa massa é de cor marrom, quase negra; tem consistência pastosa e o seu interior é espesso, o que se percebe ao cortá-la ou transpassá-la com uma lâmina. O seu odor é azedo e ligeiramente amonical, comparado à urina fermentada.
A preparação do ópio necessita em primeiro lugar de uma operação de refinação, depois de uma compressão dentro da água para separar o ópio de suas escórias vegetais. O ópio é, assim, submetido a diversos processos, para depois ser empregado como sedativo da dor e como antidiarréico, sob a forma de pó, de extrato, de elixir e de tintura, como a tintura de láudano, medicamento para uso externo. O ópio é mais procurado do que o ópio preparado (chandú) ou em pó (dross), já prontos para o consumo.
