Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Ainda menina, Santa Paulina sofreu grande influência dos padres jesuítas, responsáveis pela orientação religiosa daqueles primeiros povoados italianos no Brasil. A Companhia de Jesus, depois de quarenta anos de banimento, havia voltado na primeira metade do século 19.

Em Santa Catarina, os jesuitas foram encarregados da vida espiritual daquelas primeiras comunidades. Liderados pelo padre Servanzi, os três primeiros jesuítas fixaram residência em Nova Trento a poucos quilômetros de Nova Trento.  Sob a orientação espiritual do jesuíta, Amabile e Virginia mergulharam nos exercícios espirituais de Santo Inácio. 

O sacerdote as encarregou não só dos cuidados da capela, mas também da catequese das crianças. Ele sentia em Amabile a vocação religiosa e chegou a tocar no assunto com a família, mas encontrou resistência especialmente por parte da mãe. Anna Pianezzer não podia sequer imaginar a filha vivendo num convento no Rio de Janeiro, tão longe dela. Amabile e sua inseparável amiga Virginia, que também sonhava com a vida religiosa, não desistiram.

Tudo, porém, precisava ser conciliado com a vida dura dos colonos imigrantes: trabalhar na roça e ajudar no cuidado da casa e dos irmãos menores. Amabile mal tinha tempo para dormir e se alimentava pouco já que estava decidida a obter de Deus, jejuando três dias por semana, a graça de se tornar freira. E o sonho começou a ganhar contornos de realidade quando Padre Servanzi pediu a vinda de uma congregação de irmãs para trabalhar em Nova Trento. A alegria, contudo, durou pouco. 

A paróquia de Vigolo era pobre demais para arcar com as despesas de manutenção de uma congregação