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O Bug nos afeta Introdução Surgimento Pontos Críticos Programas Corrigir
Direitos e Deveres Mão de Obra Programas Fontes Prazo Inegociável Cadeia Produtiva
Setor Financeiro Combate Conclusão Bibliografia Fontes de Pesquisa
  
 
O bug do milênio nos afeta. 

O bug do milênio, como muitos pensam, não ocorrerá na passagem de 31 de dezembro de 1999 para 1º de janeiro de 2000. Ele já está ocorrendo neste momento. Mas você pode estar pensando: Eu nem tenho computador, portanto este tal ?bug? não vai me afetar. Engano! Ele pode afetar sim, e muito. Pois praticamente o computador está sendo utilizado em todas as áreas, e em várias delas os cálculos precisam da data correta. Suas contas de luz, água, telefone, carnês de lojas, cartões de crédito, financiamentos de forma geral, sua aposentadoria, contabilidade etc. Enfim, sua vida poderá ser amplamente afetada.

Mas, para entendermos melhor o que é o bug do milênio, cabem alguns esclarecimentos sobre sua origem. O PC original não tinha, em sua primeira versão, um componente chamado RTC (Real Time Clock ou Relógio de Tempo Real) e necessitava que o usuário informasse tanto a data quanto a hora toda vez que fosse ligado. A partir deste momento, o sistema operacional do micro passava a controlar o seu próprio relógio até ser desligado. O RTC foi incluído no Personal Computer ? o famoso PC ? em 1984, com o chip que proporcionava controle de tempo e data até os níveis de segundo e ano. Embora os computadores atuais não utilizem este chip, sua forma de trabalho é usada até hoje. Como não foi criado um padrão para este controle de data, cada fabricante o faz de uma forma diferente.

Outro componente presente em todos os PCs é chamado Bios (Basic Input Output System ou Sistema Básico de Entrada e Saída) que é um software padrão de interface com o hardware. Este Bios pode tratar a troca de século de duas formas diferentes: armazenando o século e incrementando-o quando o ano trocar de 99 para 00, ou fazendo por comparação, com uma data base. Por exemplo, 1980, e assumindo que uma data com ano menor que 80 seria do próximo século e acima de 80 seria do século 20.

Estas duas formas de tratar funcionam perfeitamente bem se forem corretamente implementadas. Mas aqui deparamos com o fato de que alguns Bios mais antigos foram programados sem levar em conta o próximo século e assumem que sempre estarão no século 20, e na troca do século, informarão o ano como sendo 1900 ao invés de 2000 como seria o correto. Todos os exemplos do nosso dia-a-dia já citados envolvem cálculos em que são levadas em conta as datas inicial e final.

Então, o bug do milênio pode afetar sua vida, mesmo que você ainda não possua um computador. Para os que possuem, já existem programas disponíveis para verificar se ele está de acordo com a troca de século. Só para tranqüilizá-lo, caso ele tenha sido adquirido de dois anos para cá existe quase 100% de chance de já estar preparado. Quanto ao software que você utiliza, entre em contato com o fabricante e verifique se o mesmo já está preparado e se não estiver, se existe alguma correção ou versão disponível.

E lembre-se: não deixe para a última hora, ainda mais se você utiliza o micro profissionalmente. As empresas, principalmente, devem dar atenção redobrada, visto que seus negócios podem ser bastante prejudicados. Aquelas empresas que são as mais competitivas dentro do mercado atual já começaram a se preparar. Em alguns casos, são necessárias substituições de hardware e software de forma geral que, dependendo do porte da empresa e do tipo de reprogramação necessários, podem demandar até um ano de prazo.

 A virada do milênio, cada dia mais próxima, traz um novo desafio: o chamado Bug do Milênio, isto é, o problema do registro das datas após 1º de janeiro de 2000(01/01/00) pelos computadores atualmente utilizados. Como eles nada sabem sobre mudanças de século e muito menos de milênio, essa "falha" em sua programação poderá produzir uma série de erros em todos os equipamentos que usam "chips", causando sérios prejuízos á economia mundial.

O problema é sério e o tempo que resta para lidar com ele é curto. Apesar disso, as iniciativas no sentido de evitar suas conseqüências têm partido apenas de algumas empresas, geralmente de grande porte. Essas empresas podem resolver internamente a questão, porém não existem isoladamente, fazem parte de uma cadeia produtiva cujos fornecedores talvez não estejam tomando as providências necessárias.

 
Introdução 

Você ainda está perdendo tempo. E pode perder um bom dinheiro depois. Por isso, faça um favor a você mesmo e, mais ainda, á sua empresa, gastando alguns minutos para ler esta cartilha. Estamos falando sobre o Bug do Milênio e os (efeitos e prejuízos) que ele pode causar à sua empresa.

O nome soa meio complicado (bug vem do inglês e significa falha, erro), mas quer dizer simplesmente o seguinte: todos os equipamentos que usam "chips" de computadores a marcapassos, passando por relógios digitais, máquinas fotográficas, fornos de microondas e até elevadores podem entrar em pane no dia 1º de janeiro de 2000 porque utilizam apenas dois dígitos para registrar o ano, neste caso 01/01/ 00. Se não forem devidamente reprogramados, esses equipamentos podem ler o 00 de forma incorreta (como 1900) e isso é suficiente para que um verdadeiro caos se instale no planeta.

Você pode pensar: mas isso só vai acontecer no ano 2000... e até lá temos muito tempo. Engano seu. O tempo passa cada vez mais depressa e essa adaptação exige alguns meses, além da contratação de um bom programador. Os especialistas calculam que uma pequena indústria precise, em média, de seis meses para anular os efeitos do Bug; uma média, de nove meses; e uma grande corporação, de 18 meses.

Sondagem de opinião, realizada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), junto a 420 indústrias de São Paulo, mostrou que 57% delas têm sistemas de computação ameaçados pelos problemas decorrentes de conversão de data quando da passagem de 1999 para o ano 2000. Do total das indústrias ameaçadas pelo Bug, segundo a pesquisa, 71% já têm em andamento alguma providência para superar a dificuldade. Desse total. 50% optou pela estratégia de recorrer aos serviços de mão-de-obra interna, enquanto 35% optaram pela contratação de terceiros - sela para gerenciar o processo e/ou fazer o trabalho de conversão dos sistemas de computadores.

Para enfrentar o tal Bug, é bom saber exatamente os danos que ele pode causar. Alguns exemplos rápidos: você pode acordar no dia 3 de janeiro de 2000, a primeira segunda-feira do novo milênio, e não conseguir preparar seu café da manhã porque a programação do forno de microondas não funciona; enfrentar um engarrafamento inacreditável porque os sinais enlouqueceram; receber relatórios gerenciais com cálculos financeiros mostrando valores ilógicos que, se estivessem corretos, revelariam que sua empresa está falida; ter de acalmar o gerente da fábrica, que entra em sua sala atônito, pois os robôs surtaram e a produção terá de ser paralisada; e descobrir que toda a correspondência eletrônica do dia sumiu.

Bug do Milênio pode fazer com que os primeiros dias do ano 2000 sejam um horror. Ao sair do trabalho, você pára o carro num posto para abastecer e recebe a informação de que as bombas de gasolina não estão funcionando. Constata que está sem dinheiro e vai ao caixa 24 Horas, mas a máquina devolve o seu cartão alegando que ele é inválido, tenta sacar com o cartão de crédito. Igualmente inválido. Cansado, ao chegar em casa, vê o anúncio de um excelente filme na TV, mas sabe que o sono não permitirá acompanhá-lo até o seu desfecho. Programa então o videocassete para gravá-lo, mas na manhã seguinte percebe que o aparelho também falhou. E deve ainda rezar - é a única coisa a ser feita a esta altura - para que nada na sua vida dependa de aviões nos próximos dias, pois o tráfego aéreo e o sistema de reservas podem Ter entrado em colapso.

Estas são algumas das situações que poderão ocorrer com a chegada do ano 2000. Nesta cartilha, você entenderá as razões de todo esse caos e poderá agir a tempo de evitá-lo. A publicação não esgota o assunto nem pretende analisar todas soluções técnicas existentes em mercado, mas, sobretudo, alertá-lo para os grandes riscos que sua indústria corre se não der atenção ao assunto.

O que é e como surgiu o Bug do Milênio. 

Quando apareceram os primeiros processadores aritméticos que permitiram a criação das máquinas de calcular e d95 computadores, um dos componentes mais caros era a memória onde as informações ficavam armazenadas temporária ou definitivamente. Para se avaliar a evolução dos custos, é bom lembrar que, no início da década de 60, um megabyte de memória em disco custava cerca de US$10 mil por ano, enquanto atualmente não passa de US$ 0,10. Isto gerou a necessidade de representar as informações da for-ma mais compacta possível, de modo a economizar espaço em memória e nos discos.

O exemplo de economia mais comum é o da representação de datas, cujos campos relativos ao ano utilizavam apenas dois algarismos. Em outras palavras, em vez de armazenar 01/01/1960, se armazenava 01/01/60, economizando-se, assim, dois algarismos. Os cálculos envolvendo datas não eram afetados, pois a diferença entre 1960 e 1955 é exatamente igual a 60 - 55, ou seja, 5 anos.

Com o passar do tempo, contudo, alguns técnicos perceberam que, no ano 2000, representado por 00, a conta 2000 e 1999 não daria 1 e sim -99, gerando resultados errados e podendo acarretar incontáveis problemas. A esta incapacidade de operar com datas após o ano 2000 se deu o nome de Bug do Milênio ou Y2K Bug y=Year, 2K=2000) ou, ainda, Vírus do Milênio.

Calcula-se que cerca de 85% dos programas atualmente em operação devam falhar. Existem hoje aproximadamente 300 milhões de computadores pessoais, 100 mil computadores de grande porte e 25 bilhões de produtos eletroeletrônicos equipados com microprocessadores que potencialmente podem ser afetados pelo Y2K. Estão nesta categoria os videocassetes, os fornos de microondas, os robôs de chão de fábrica, os sinais de trânsito, os cartões de crédito, os marcapassos, os aparelhos de fax, as copiadoras e outros correlatos.

Ao avaliar inicialmente os custos das providências a serem tomadas, muitas indústrias concluíram que o ano 2000 estava longe e que o problema poderia ser tratado mais adiante. Mas o tempo passou e agora, ás vésperas do ano 2000, as estatísticas mostram que quase 90% de todas as empresas no mundo inteiro ainda não estão preparadas para enfrentar o Bug do Milênio!!! Segundo o Gartner Group, apenas 10% das empresas nos EUA já solucionaram o problema.

Até mesmo os softwares de Correio Eletrônico poderão ser afetados. Alguns apenas ordenarão cronologicamente as mensagens de forma errada, mas outros chegarão a excluir "email" com data posterior a 2000. Isso poderá causar um caos na comunicação eletrônica e, por isto, os diversos fornecedores destas ferramentas já estão providenciando novas versões para os seus produtos.

Alguns impactos provocados pelo Y2K:

(Fontes: Forbes, Gartner Group Business Week e Boucinhas & Campos Consultores>

 

Quais são os pontos críticos do Y2K Máquinas obsoletas 
 
A solução do Y2K não se resume a corrigir programas como os de Contabilidade e os Financeiros, nem softwares como o Windows e nem os dados gravados em planilhas de cálculo ou similares. Diversos equipamentos <hardware>, como os da linha de microcomputadores 386 ou inferiores, não reconhecerão datas do ano 2000 como 2000 e sim como 1900. Em outras palavras, não adianta corrigir os programas aplicativos, pois eles vão buscar a data no Sistema Operacional do equipamento, que estará errada.

Desta maneira, restam duas alternativas: ou as indústrias de computadores pessoais fabricam novos "chips’ para máquinas que já saíram de linha – o que é improvável -, ou todos estes equipamentos terão que ser aposentados para as finalidades mais importantes para as quais foram criados. Servirão apenas como máquinas de escrever. Alguns consultores sugerem que a data do Sistema operacional da máquina sela alterada manualmente através dos programas existentes, por exemplo, no DOS isto pode ser feito por meio dos comandos "DATE" e "TIME". Mas isso não é uma solução definitiva, pois em determinadas situações a data poderá retomar sua programação original (exemplo: em caso de falha da bateria). Além disto, esta providência não funcionará em todos os casos.

O teste para verificar se a BIOS (software de sistema operacional) da máquina aceita esta solução pode ser leito por meio dos seguintes passos:

A segunda etapa: É a verificação do ano 2000 como bissexto. Repita os procedimentos de 2 a 4. Usando a data 29-02-2000. Se, após religar o equipamento, a data indicar Terça. Fevereiro29 2000,0 seu computador passou no teste.

O problema é que os equipamentos que não atendem aos requisitos acima ainda representem a grande maioria das máquinas em uso no mundo (aproximadamente 85%). No Brasil, é ainda pior e agrava-se quando consideradas apenas as pequenas e médias empresas, nas quais menos de 3% têm esta tecnologia atualizada.

 

Programas a serem corrigidos 

Todas as linhas de código que se refiram a um valor de data terão de ser corrigidas. As soluções mais corretas (e mais caras) exigem que se coma também os campos de datas armazenados nos arquivos e bancos de dados. A tabela abaixo mostra a previsão de gastos para a correção do bug, segundo uma pesquisa feita pela Boucinhas & Campos Consultores com 108 empresas brasileiras:

Faixa de gastos em R$
Percentual
Abaixo de 50 mil
43%
Entre 50 mil e 100 mil
10%
Entre 101 e 500 mil
9%
Entre 501 mil 1 milhão
3%
Entre 1 milhão e 5 milhões
4%
Mais de 5 milhões
0%
Sem resposta
31%
 

Em muitos casos, os programas são terceirizados, principalmente os relacionados às áreas administrativa e financeira, tais como Contabilidade, Folha de Pagamento, Contas a Pagar e Receber, etc. Nestes casos, as empresas devem exigir de seus fornecedores uma nova versão com os problemas corrigidos.

Além disto, a correção não pode ser considerada como um melhoramento e, portanto, não deve ser cobrada do usuário do sistema. Os sofreares básicos ou aplicativos, tais como os sistemas operacionais (ex.: Windows, OS/2,...), as planilhas, os editores de textos, os bancos de dados, também terão novas versões.

O assunto tem provocado muita polemica pois coloca em questão não são quem cabe o ônus do correção dos produtos ou serviços afetados pelo Y2K, mas também o responsabilidade criminal por possíveis lesões corporais a pessoas decorrentes da folha de equipamentos.

 

Direitos e deveres legais 

Do ponto de vista jurídico, aqueles que sofrerem prejuízos decorrentes da falha de equipamentos, provenientes do Bug do Milênio, poderão cogitar da responsabilização dos eventuais culpados, pleiteando o ressarcimento dos danos causados. A discussão dai derivada será complexa. Por um lado, os fornecedores poderão alegar que a garantia dos produtos está vencida. Pela ótica do consumidor, o argumento será o de que, com o produto, comprou-se o direito de tê-lo funcionando em perfeito estado, especialmente quando a causa do problema não pode ser atribuída ao mau uso ou à fadiga de um dos componentes, sendo há muito previsível.

A questão é tão grave que em alguns estados norte-americanos, já existe um projeto de lei em discussão estabelecendo um limite para as ações, tanto de origem civil quanto criminal. As ações de origem civil são aquelas que atribuem uma indenização ou um reparo aos preludiados e as criminais, as que impõem sanções ao responsável, como no caso de lesões corporais culposas ou por homicídio culposo (ex.: morte em acidente de avião).

As ações nos Estados Unidos podem ultrapassar em muitas vezes o próprio patrimônio liquido das empresas. Para evitar isto, os projetos de lei em estudo propõem a exclusão de indenizações por danos morais, emergentes e por lucros cessantes, salvo exceções e situações específicas.

 

Mão-de-obra escassa e cara 

Uma das grandes preocupações com relação ao Y2K é que a maior parte dos programas que sofrerão a sua ação está escrita em linguagens de computador antigas. A primeira conseqüência disto é que não existe mão-de-obra especializada suficiente para o volume de horas de programação necessárias.

Nos EUA se prevê a utilização de 700 mil pessoas/ano até o ano 2000 e ‘á foram geradas 200 mil novas vagas de analistas nos últimos dois anos só em função do Bug. A segunda conseqüência natural deste fato é que o aumento da demanda por programadores que conhecem essas antigas linguagens fez com que o seu custo/hora subisse astronomicamente.

No Brasil, este reflexo ainda não foi praticamente sentido. Mas talvez a maior preocupação seja, de fato, encontrar mão-de-obra que saiba trabalhar com linguagens como Assembler, uma das primeiras a serem lançadas no mercado. Para linguagens como Cobol e Clipper, embora estejam saindo de mercado, ainda se pode achar técnicos com mais facilidade.

A dificuldade constatada pelas empresas é que, .do ponto de vista da relação custo x benefício, muitas vezes é preferível substituir as atuais soluções por novos sistemas que, além de mais adequados aos ambientes de processamento atuais, já estão preparados para enfrentar o Bug do Milênio.

recomendável que se taça uma comparação entre a alternativa de contratar pessoal para corrigir os programas de sua empresa e a de substituir os antigos sistemas por novos.

 

Sistemas sem os programas-fonte 

O que garante que se pode corrigir a falha de um sistema é a posse dos programas-fonte, ou sela, as linhas de codificação do programa. Há casos em que a empresa que desenvolveu o sistema não existe mais e não entregou ao usuário os fontes do sistema. Este pode ser também o caso dos fabricantes de programas para "chips", que talvez já tenham fechado suas portas. Nesta hipótese, não resta alternativa senão a substituição completa do produto.

Independente do existência ou não dos programas-fonte, muitas empresas estão adotando o substituição de produtos como uma solução mais eficaz e muitos vezes com menor custo.

Prazo inegociável 

É sabido que os prazos de projetos de qualquer natureza, em sua grande maioria, nunca são cumpridos. Ocorre que o Bug do Milênio tem data certa para acontecer, e esta data é inegociável. É uma corrida contra o tempo. Grupos de consultoria como o Gartner alertam que, para uma parcela significativa de empresas, começar a tratar o assunto agora já pode ser um pouco tarde. Naturalmente, isto varia de acordo com o volume de programas a serem alterados e a quantidade de técnicos capacitados para fazê-lo.

De qualquer forma, a melhor orientação é: "Avalie o quanto antes o que tem de ser feito em sua empresa. você pode ter uma surpresa’.".

 

A cadeia produtiva 

O que poucos percebem é que os riscos de ser atingido pelo Y2K não estão eliminados quando se olha apenas para o próprio umbigo. Não adianta fazer todo um esforço para erradicar o Bug em uma empresa sem considerar que ela se encontra no meio de uma cadeia produtiva. O que aconteceria com a sua empresa se os seus fornecedores não atacassem o problema do Bug? De que maneira isto afetaria a sua produção e as suas vendas?

Considere, por exemplo, uma Indústria A, fornecedora de um "chip" de um microprocessador que integra uma placa de computador fabricada por uma Indústria B que, por sua vez, fornece computadores que controlam robôs de uma linha de produção de uma Indústria automobilística C. Ainda que esta última desenvolva todos os esforços para erradicar o Y2K, se a Indústria A não fizer o mesmo, corrigindo o erro do seu "chip", provavelmente o computador da Indústria B falhará no ano 2000 e a linha de produção de C enfrentará sérios problemas. Imagine o mesmo acontecendo não no setor automobilístico e sim em uma indústria que utiliza o próprio "chip" em seu produto final, como, por exemplo, um fabricante de videocassetes. Neste caso, o reflexo será sentido pelo próprio cliente de C.

Qualquer atraso, diminuição ou interrupção, mesmo que temporária, no fornecimento de insumos para uma determinada linha de produção pode causar prejuízos irrecuperáveis. Se o perfil de seus fornecedores é formado por empresas de pequeno e médio portes, o risco é ainda maior, porque normalmente são estas empresas as que menos estão cientes dos riscos que correm e, o que é pior, têm poucas condições de reagir.

O problema é tão sério que vários grandes grupos concorrentes estão se unindo em uma força-tarefa para ajudar as seus fornecedores comuns.

 

Setor financeiro 

Normalmente, no fim de todas as cadeias produtivas estão os bancos e as outras instituições financeiras, por intermédio das quais as operações de compra e venda são liquidadas. O que aconteceria se um determinado banco não corrigisse os erros causados pelo Bug? Faturas e promissórias não seriam cobradas, juros seriam negativos ou extorsivos, contas não seriam creditadas e debitadas, aplicações não seriam resgatadas, créditos não seriam concedidos... Certamente este será o setor da economia mais atingido, pois é onde são liquidadas 99% das transações comerciais.

O problema é tão grave que o Banco Central do Brasil assumiu a responsabilidade pela questão e está exigindo que ações corretivas e preventivas selam adotadas nos prazos determinados. Uma das exigências é que até o final de 1998 o inventário dos problemas e a sua análise de impacto esteiam totalmente finalizados. O Federal Deposit Insurance Corp., que audita os bancos norte-americanos, revelou que quase 21% dos bancos dos EUA ainda não eliminaram complemente o risco do Bug, podendo, por isso, perder depósitos federais, o que leva ria alguns à falência.

Em julho de 1998, foi realizado um teste de interoperabilidade entre mais de 30 instituições financeiras de Wall Street, incluindo bancos, corretoras de câmbio e de open market. Este teste será conduzido pela Securities Industry Association e terá como objetivo verificar quão bem preparadas estão estas instituições para os efeitos do Y2K. Durante quatro sábados consecutivos, as empresas simularão operações de mercado como se fosse 29 de dezembro de 1999, seguidos dos dias 30, 31 e 3 de janeiro (um para cada sábado), com o objetivo de detectar as falhas ainda não corrigidas.

A atualização de programas e computadores do setor financeiro é uma prioridade.

 

Combate 

O que deve ser feito para combater o Vírus do Milênio, (Como a sua empresa deve se preparar para combatê-lo)

Fase I - Verificação dos problemas existentes ou inventário GeraI dos Problemas

Nesta fase, devem ser inventariados todos os equipamentos que tenham um processador e todos os programas, como: Sistema Operacional, Softwares de Rede, Planilhas Eletrônicas, Editores de Textos, softwares de Bancos de Dados e outros. Também devem sofrer auditoria os Sistemas Aplicativos, tais como Sistemas Contábeis, Financeiros ou relacionados às atividades fim de sua empresa. Arquivos de Dados gerados ou mantidos pelos Sistemas Aplicativos ou, por exemplo, por Planilhas Eletrônicas devem ser incluídos na avaliação.

Fase II - Avaliação dos programas e equipamentos

É nesta fase que se avaliam os impactos da correção do problema. Por intermédio da investigação meticulosa de todas as linhas de programas, de todos os "chips" de equipamentos, poderá se determinar quantas linhas de programa terão que ser alteradas, quantos arquivos de dados, quantos "chips" ou computadores inteiros deverão ser substituídos. Assim, a empresa poderá avaliar os custos da eliminação do Y2K.

Várias consultorias da área de Tecnologia da Informação têm condições de realizar este serviço, caso a empresa não disponha de recursos próprios para fazê-lo ou queira uma orientação sobre o assunto. O mercado oferece, inclusive, softwares que analisam equipamentos e programas, verificando aqueles que estão aptos e os que não estão. Alguns desses softwares podem ser usados em diferentes tecnologias de hardware e software, outros são específicos para um determinado ambiente.

Convém investigar a eficácia do software a ser empregado, pois o prejuízo não se resumiria ao custo do produto, mas abrangeria, também, as conseqüências da não eliminação dos efeitos do Bug. Vários endereços na Internet e algumas revistas especializadas em Informática vêm publicando avaliações de diversos produtos que se propõem a auditar o Y2K.

Fase III - Análise custo x benefício das alternativas de solução

Para os "chips" de equipamentos que não tem substitutos não existe alternativa, exceto a substituição do próprio equipamento. No entanto, em relação a programas, as seguintes possibilidades devem ser analisadas:

As duas primeiras opções partem da mesma premissa básica: deter a posse dos programas-fonte. Satisfeita esta condição, tudo se torna uma questão de comparar custos. Não havendo a possibilidade de ter a posse dos programas-fonte, será necessário partir para a terceira alternativa. Em qualquer delas, entretanto, todas as hipóteses possíveis devem ser analisadas sob a ótica custo x beneficio.

Fase IV - Estabelecimento de prioridades, cronogramas, recursos humanos e tecnológicos necessários e custos.

Como os orçamentos normalmente não prevêem despesas com o Bug do Milênio, devem ser estabelecidas as prioridades de execução das mudanças, colocando naturalmente em primeiro lugar aquelas de maior impacto.

Uma vez definidas as prioridades, devem ser determinados os recursos a serem empregados, considerando aí analistas e programadores, softwares de apoio, etc. Isto feito, torna-se, então, possível determinar os prazos e os custos de execução de cada etapa. Tem-se, finalmente, o Plano de Ação.

Fase V - Execução do Plano de Ação

O Plano de Ação deve ser executado seguindo os preceitos do PDCA (Plan, Do, Check, Act): planeje, execute, confira e corrija. Qualquer erro na execução do Plano de Correção pode significar um custo maior depois.

 

Como deve ser aplicado o Plano de Ação para o combate ao y2K

1. Identifique os programas de computador que trabalham com datas sem a sua forma mais completa, ou seja, no formato DD/MM/AA. Vários são os métodos para realizar esta tarefa. Já existem, inclusive, diversas ferramentas (software) no mercado que rastreiam os pontos dos programas onde as alterações têm de ser feitas. Os progamas / sistemas podem ser das seguintes categorias: 1.1. de finalidade específica (ex.: sistemas administrativos/financeiros) e que foram desenvolvidos pela própria empresa;

1.2. de finalidade específica e que foram desenvolvidos por terceiros;

1.3. softwares básicos (sistemas operacionais e de rede) e os aplicativos (planilhas de cálculo, editores de textos, bancos de dados, etc.>. Alguns softwares precisam, de fato, ser substituídos, tais como algumas versões do DOS de microcomputadores.

1.4. arquivos de dados que contenham datas, tais como os gerados por Planilhas de Cálculo.

2. Verifique quais são os computadores cujas BIOS ou "chips" de processadores não estão aptos a superar o problema, mesmo com a intervenção manual (vide o item "Quais são os pontos críticos do Y2K"). Nestes equipamentos, mesmo os programas adaptados funcionarão de forma errada, pois no momento em que tiverem de capturar a data do dia do processamento, o farão por meio da data armazenada no sistema operacional. Ao não conseguir armazenar a data correta, o erro será propagado para os programas que a utilizam como informação básica.

Como a maioria dessas máquinas já está fora de linha, é provável que o solução recomendada sela a sua substituição por uma tecnologia mais atualizada. Mas antes de fazê-la, contate o fabricante, buscando informações sobre as alternativas para o problema, pois para algumas empresas isto representa um investimento vultoso. É aconselhável fazer uma previsão orçamentário para uma substituição gradativa até a ano 2000.

Estão entre esses equipamentos os microcomputadores da linha 386 ou inferior (alguns 486s também) e alguns mainframes (computadores de grande porte). Sempre que possível opte pela alternativa de substituição completa do equipamento, pois a alteração manual da data após o O1 de janeiro de 2000 pode resultar em um retorno involuntário da data a valores impróprios.

3. Teste todos os produtos que têm um processador: além de robôs de chão de fábrica, teste outros equipamentos aparentemente menos sofisticados que também podem ser afetados, como alguns modelos de tornos de comando numérico e até os produtos gerados por sua empresa. Muitos equipamentos trabalham baseados em relógios internos, que regulam as suas atividades. Algumas indústrias norte-americanas comprovaram, pela alteração das datas dos "Clock" internos de robôs, que boa parte deles passaram a operar com erros. O teste deve ser aplicado em todo equipamento que possua processador, mudando a data para 01/01/2000 no "Clock’ dos controladores dos equipamentos ou dos produtos produzidos pela empresa e analisando o seu comportamento.

 

ConcIusão 

Apesar de tudo o que se disse até aqui, a real dimensão dos problemas que podem ser causados pelo Bug da Milênio é na verdade desconhecida.

Muitos traçam cenários e procuram gerar estatísticas o mais acuradas possível, mas o fato é que não se pode prever o que irá acontecer. Certamente, se nada fosse feito, o caos seria instaurado na economia mundial. E, felizmente, há uma grande mobilização no sentido de aumentar a conscientização global sobre o problema.

O trabalho de correção de programas que executam as funções vitais de um "chip" de um processador e de um programa Contábil/Financeira é enorme. Por isso, não se pode perder tempo. Mesmo com todos os esforços, muitos chegarão a 1º de janeiro de 2000 sem ter erradicado totalmente o Y2K de suas empresas.

A principal origem da resistência à tomada de decisões no sentido de combater o Y2K ainda diz respeito a custos. Os investimentos podem, de fato, ser bastante significativos em alguns casos. No entanto, o preço das medidas corretivas será certamente muito menor do que o custo das falhas causadas pelo Bug.

O fenômeno do Bug do Milênio tem estimulado o ação cooperativa entre os empresas. Á ação conjunta puro erradicar as suas conseqüências tem sido uma prática freqüente entre empresas que fazem parte do mesma cadeia produtiva.

Governos e organizações empresariais devem unir-se para ajudar as empresas, principalmente as pequenas e médias, que estão menos alertas para o problema e têm menos capacidade de reação.

Com esta publicação, a CNI espera contribuir para ampliar o universo daqueles que estão alertas para o problema e facilitar a tomada de decisões, reduzindo o número de indústrias que enfrentarão grandes dificuldades nos primeiros dias de janeiro do ano 2000.

Bibliografia 

Esta publicação teve como principal fonte bibliográfica artigos de revistas especializadas e endereços eletrônicos na Internet, embora exista uma gama riquíssima de livros que abordam com abrangência e precisão o assunto.

Sugerimos como fonte de consulta os seguintes endereços na Web:
Computer Associates http://www.cai.com/
DTS http://www.dts.com.br/
IBM http://www.ibm.com/IBMIyear2OOO
Integris http://www.integris.com.br/
ITEC http://www.itec.com.br/
Platinum http://www.plalinum.com.br/
OGEDA http://www.ogeda.com.brl
Sigma Dataserv http://www.sigma.com.br/
Stefanini http://www.stefanini.com.br/
Datamation http://www.datamation.com/PlugIn/workbench/
WMCD http://www.y2k.com/
Gartner Group http://www.gartner.com
IEE (Institution of Electrical Engineers): http://www.iee.org.uk/
Year2000 http://www.year2000.com
Microsoft http://www.microsoft.com/year2000
Sisnema http://www.sisnema.com.br/news/bug2000
 

A lista acima não tem a pretensão de esgotar as possibilidades de informação sobre o tema. Recomendamos, ainda, que se pesquise dentro dos sites acima as seções de links para outros sites que abordam o mesmo assunto.