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"Críticos tem dado a Poe um importante lugar no desenvolvimento do conto primeiramente por causa da brilhante técnica de suas histórias e por causa de sua contribuição para a teoria crítica da forma. Ele é importante por ambas as razões pois nenhum outro autor anterior ou de nossos dias construiu histórias tão econômicas ou coesas quanto as suas. Agora é claro - ou alguns críticos recentes acham que é - que muitas das histórias de Poe são alegorias psico-morais ou dramas simbólicos que exploram as profundezas escondidas da psiquê humana."

Eugene Current-García, "American Short Stories"

 

"Verdade! nervoso, muito, muito, terrivelmente nervoso eu fui e sou, mas por que você diria que sou louco?"

Em O Coração Delator

 

Edgar Allan Poe foi realmente um autor fantástico. A palavra fantástico aqui serve não só para elogiar sua obra mas também para classificá-la dentro de um gênero literário: o fantástico. Quem já leu alguns contos de Poe como A queda da casa de Usher ou O Gato Preto pode lembrar-se de um contraste entre uma atmosfera realista e um fato extraordinário ou sobrenatural que acontece em algum momento do conto. Assim é o fantástico; o leitor é abandonado em meio a sua perplexidade a se perguntar: "será que isso aconteceu mesmo?" ou "será que não foi sonho?", e a falar: "Que loucura essa história!". Por definição, o fantástico dura apenas o tempo de uma hesitação: a hesitação comum ao leitor e à personagem, que devem decidir se aquilo que percebem se deve ou não à realidade, tal qual ela existe para a opinião comum.

 

"Suportara eu, enquanto possível, as mil ofensas de Fortunato, mas quando se aventurou ele a insultar-me, jurei me vingar."

Em O Barril de Amontillado

 

Como Poe conseguiu ser tão incrível com tão poucas palavras? Essa economia de palavras que por vezes acaba por suprimir detalhes e descrições acaba por simplificar a narrativa, criando tensão no leitor e surpreendendo-o com a rapidez do desenvolvimento do enredo. Em o Barril de Amontillando e O Coração Delator, por exemplo, o enfoque é dado aos fatos em si e aos condicionamentos psicológicos das personagens. A curiosidade e o envolvimento do leitor com o texto dinâmico fazem com que o conto tenha um "efeito único" quando o enredo chega ao seu clímax. O leitor passa por uma catarse, experimenta os sentimentos das personagens e se identifica com elas. Claro que ninguém fica nervoso igualzinho ao assassino de O Coração Delator quando os policiais batem à porta, mas um pouco nervoso todo mundo fica. Segundo o próprio Poe, esse "efeito único" é uma elevação de consciência, uma manifestação da sensibilidade do leitor. É por isso que quando terminamos de ler um conto de Poe precisamos de algum tempo para recuperar o fôlego...

 

Poe, além de tudo isto, foi o fundador de um dos gêneros literários mais populares dos séculos XIX e XX: a literatura policial. Fez isto no seu conto "Os Crimes da Rua Morgue". Neste conto, ele apresenta o persongem Arsene Dupin, que inaugura a figura do detetive que resolve mistérios através de sua lógica e raciocínio implacáveis. Os personagens Sherlock Holmes, de Conan Doyle e Hercule Poirot, de Agatha Christie, são apenas uma cópia do personagem do Poe. Até mesmo o ponto de vista, em primeira pessoa, narrado pelos olhos de um grande amigo do detetive muito menos brilhante que ele, está presente nas três estórias policiais que Poe escreveu: além de crimes, A Carta Roubada e O Mistério de Marie Roget.

 

 

 

TEXTOS:

Poema: Alone

Leia aki: "O Coração Denunciador", a versão brasileira de Clarisse Lispector para "The Tell-Tale Heart"

4 contos em inglês: The Tell-Tale heart, The pit and the pendulum, The fall of the house of Usher, The cask of amontillado

 

 

 

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Links sobre Poe:

Great Literature on-line: Contos, Poesia, Poemas, Biografia. Em inglês.

Alguns textos: Contos e poemas em português. (Textos de Borges também).

 

 

Contribuição sobre contos policiais de Fábio. (valeu!!)

 

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