Orlando Silva
Lágrimas
Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir / Rir é quase
iludir
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor / A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima / Que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz / Não há ninguém feliz
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar / Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Fulgente diadema então lhe ofertarei
Do pranto que chorei
Sim, quem nunca chorou / Certo nunca amou
Talvez nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
Chorar é a mágoa em pérolas diluir
Mas quem quiser amar
Certo há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo falaz / Como os ais
Se desfaz em ilusão
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