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Uma das primeiras dificuldades é a que diz respeito à aderir o paciente ao tratamento, pois a negação da doença é muitas vezes parte integrante do quadro. As pacientes com anorexia nervosa em geral desconfiam dos médicos, os quais elas vêem como inimigos e interessados apenas em realimentá-las, em fazê-las perder a vontade de controlar seus pesos e engordar. Portanto, o médico deve encorajar hábitos alimentares normais e ganhos de peso sempre falando que ela não sairá gorda de lá, de jeito nenhum.

Para recuperar o peso é preciso fazer uma reeducação alimentar, com um esquema com as calorias contadas, que com certeza a paciente sabe de cor e salteado. A quantidade vai aumentando aos poucos, pois assim como perder peso, aumentar rápido demais também faz mal pro organismo. Ter uma quantidade certa pra comer pode deixar a paciente mais tranqüila, já que não pode comer menos nem mais do que o escrito, e assim se sente mais segura de que não perderá o controle, comendo mais que o necessário.

Dependendo das condições clínicas do paciente, é necessário proceder a internação da paciente para restabelecimento de sua saúde em ambiente hospitalar. A família deve ser orientada sobre a gravidade do problema, sobre falsas expectativas e de que a cura não será fácil. Dependendo do local em que for feito, a paciente será obrigada a comer, sem a companhia dos pais e nem conhecidos, e o tempo é geralmente de no mínimo 40 dias.

Se for tratada em casa, é fundamental o apoio dos pais ou responsáveis, que têm que estar presentes em todas as refeições, até que ela se sinta segura para se servir sozinha. Muitas doentes sabem que têm que comer certa quantidade, mas não conseguem colocá-la sozinhas em seu prato.

Mesmo após a melhora é bom ter em mente que as recaídas são freqüentes. No caso da internação, a taxa de recidiva imediata é superior a 25%. Portanto o acompanhamento destas pacientes deve-se fazer por anos.


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