Como se te perdesse, assim
te quero.
Como se não te visse
(favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo
brusco
Inamovível, e te respiro
inteiro
Um arco-íris de ar em
águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões
de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída
e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens,
nas estações
Ou contornando um círculo
de águas
Removente ave, assim te somo
a mim:
De redes e de anseios inundada.
(II)
* * *
Descansa.
O Homem já se fez
O escuro cego raivoso animal
Que pretendias.
(Via Vazia - VIII)