Anos 60
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A década de 60 começa
em meio a uma intensa movimentação, jovens ingleses saem
as ruas para protestar contra a corrida nuclear, era o CND - Campaign for
Nuclear Disarmament. Em abril de 1961, acontece a desastrada invasão
americana na Baía dos Porcos em Cuba, ordenada por Kennedy três
meses após sua posse, em agosto os alemães erguem o Muro
de Berlim, em outubro de 1962 os americanos descobriram bases de mísseis
em Cuba, em 1963 acontece a Marcha da Liberdade a Washington, em outubro
de 1967, os jornais do mundo todo mostram a foto do cadáver de Ernesto
Che Guevara, morto na Bolívia, em novembro acontece a Marcha ao
Pentágono, uma grande confrontação entre estudantes
e o Poder Militar nos Estados Unidos, em maio de 1968, estudantes franceses
incendiavam Paris com o seu protesto, em abril o reverendo Martin Luther
King é assasinado nos Estados Unidos, em junho é a vez de
Robert Kennedy, nos Jogos Olímpicos do México, os atletas
negros norte-americanos marcavam o seu protesto na hora de subir ao pódio,
recusando-se a cantar o hino e erguendo o punho em sinal de revolta.
Durante o verão de 69, um terreno abandonado da Universidade de
Berkeley foi ocupado por estudantes e voluntários, essa invasão
foi reprimida pelo governador da Califórnia Ronald Reagan (o ator
que se tornou mais tarde presidente dos Estados Unidos) que convocou a
guarda nacional e a polícia para reprimir à invasão.
Os ocupantes foram arrasados e um estudante foi morto pela polícia,
pelo chão alguns panfletos que pediam todo o poder para a imaginação
e para o povo, direito de expressão, desafio as restrições
puritanas, formando uma comunidade revolucionária, cessando a poluição
e respeitando a natureza. Os acontecimentos no mundo faziam com que a juventude
tomasse posição, os últimos anos dessa década
foram marcados por focos de violência espalhados no mundo todo. Os
Estados Unidos participavam do conflito no Vietnã, na Europa explodia
a Primavera de Praga e no Brasil os jovens enfrentavam a ditadura.
Era mais um sinal de um "movimento" que a partir de meados dos anos 60
impulsionou grandes setores da juventude americana e européia. Era
o Drop Out (cair fora), colocarse deliberadamente à
margem da sociedade estabelecida, criando uma forma de vida alternativa,
na ideologia do peace and love havia um som alucinante, ligado à
cores, flores e psicodelismo.
Em 1967, uma reportagem de capa da revista Time, anuncia ao mundo a existência
de uma cultura drop out, flower power ou hippie. Nascida
da insatisfação da juventude americana, principalmente depois
da morte de John Kennedy, e da intensificação da guerra do
Vietnã durante o governo Johnson. As mudanças começam
com o êxodo: da casa, da família, da escola, do trabalho em
busca da paz obtida com o ócio, a volta a natureza e o uso de drogas.
A cultura que se formou, tinha como base uma infinidade de crenças
e filosofias, juntamente com o avanço tecnológico e científico
sem precedentes, dinamizado pela prosperidade dos anos 60. Os valores básicos,
desse comportamento foram um mundo espiritual e interior, oposto ao materialismo
vigente, juntando crenças primitivas, com religiões orientais
e uma revalorização do cristianismo original, expressa nas
figuras de Jesus Cristo e São Francisco de Assis, opostas ao universo
de consumo; e a música, o rock, feita e criada por mentes expandidas
por experiências místicas e químicas, criando um sentimento
de união. A contracultura, foi um movimento sócio-político
nascido da força da música, cujos lideres eram os astros
do rock, e justamente quando eles falham é que esse movimento começa
a se dissolver, as mortes de Brian Jones, Jimi Hendrix e Janis Joplin mais
a separação dos Beatles são sinais claros dessa dissolução.
Alguns voltam para casa e se reintegram ao sistema, outros formam grandes
núcleos comunitários no campo, quando as coisas ficam muito
ruins não há individualismo que resista, por mais delirante
que seja, nada é mais confortador do que os laços familiares.
Só loucuras, magia e rock não tinham se mostrado eficientes
para resguardar o bando das pressões de uma sociedade competitiva
e materialista. A própria sociedade se encarregou de consumir e
digerir os valores dos marginais dos anos 60.
Curiosidade:
O Logotipo de protesto nos anos 60,
símbolo da paz adotado pelos
pacifistas
ingleses, é tirado da própria
sinalização
militar significando "cessar
bombardeio".