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BIOGRAFIAS


TIGRAN PETROSSIAN

(1929-1984)

(armênico soviético) Nasceu em 1929, em Tbilisi Campeão mundial de 1963 a 1969

Pgn Tigran Petrosian: 1850 Games

O armênio Petrossian, campeão mundial de 1963 a 1969, recebia freqüentes críticas da imprensa especializada em xadrez. Segundo estas, não tinha espírito de luta, buscava muito o empate e preferia um estilo negativo e defensivo. Mas ninguém se torna campeão mundial sem uma grande dose de talento e habilidade, e o xadrez de Petrossian tem elementos bastante instrutivos para o jogador comum.

Petrossian baseia seu estilo na tradição de Capablanca e Nimzovitch. A ênfase recai nas manobras, nas lentas seqüências para controlar casas chave e na transição para finais ligeiramente favoráveis. É preciso nos cálculos e gosta de posições simples onde haja poucos ou nenhum fator acidental ou ocasional. Prefere sacrificar para obter vitórias límpidas e não para especular, como Tal ou Bronstein. Ao invés de se comprometer com ataques prematuros, opta por tranqüilas vantagens espaciais onde pode espremer gradativamente a posição adversária, até que o ataque decisivo possa ocorrer sem riscos.

Trata-se de um estilo pragmático e profissional; sabe-se que Petrossian foi o primeiro grande mestre russo a criticar a ética oficial da "escola soviética", que - segundo consta - prefere o xadrez ousado e combativo. Ele provou o valor de seu enfoque ao derrotar Spásski no match mundial de 1966, embora tenha perdido para o mesmo adversário três anos depois. Mas o ponto fraco do estilo de Petrossian é que ele tende a conseguir boas colocações nos torneios, mas sem ir diretamente aos primeiros prêmios. Na abertura e no meio-jogo, pode parecer puramente negativo e antiesportivo, não fazendo nada e fazendo-o bem até o adversário perder a paciência e enfraquecer sua posição.

Os aspectos mais úteis do xadrez de Petrossian para o jogador comum são suas partidas de sufocamento, nas quais a atividade das peças adversárias é gradualmente enfraquecida e sufocada, e seu final favorito, onde uma torre e um cavalo ativo triunfam sobre uma torre e um bispo tornados passivos por seus próprios peões.

Em primeiro lugar, um exemplo da técnica de sufocamento - uma versão refinada da "profilaxia" de Nimzovitch. O tratamento especial de Petrossian às posições bloqueadas inclui a transferência do ataque de um flanco para outro, enquanto é adiado o roque. "Execute o roque se quiser ou se precisar, mas não se apenas puder" é um bom conselho no xadrez. Segundo a lógica de Petrossian, nas posições bloqueadas a ação e a abertura de linhas - verdadeiros perigos para o rei - ocorrem nos flancos. Assim, o procedimento comum, com o rei procurando um local seguro longe do centro, é invertido.

A habilidade de Petrossian em imobilizar os bispos adversários reflete-se em sua escolha de aberturas.

O final buscado por Petrossian consiste, geralmente, numa torre e um cavalo ativo contra uma torre e um bispo passivo. Sua técnica para explorá-lo é conduzir os peões inimigos para um flanco em formação rígida e imóvel da mesma cor do bispo naquele lado do tabuleiro. Isso significa, geralmente, que - com as brancas - ele tenta levar os peões pretos do flanco do rei para as casas pretas e os do flanco da dama para as casas brancas. Evita dar qualquer chance ao adversário de trocar o bispo mau, mas troca as outras peças, principalmente o bispo ativo que não está restringido pela cadeia de peões. O rei e o cavalo de Petrossian podem assim infiltrar-se na posição adversária pelas casas de cor oposta à do bispo mau.

Tudo isso pode soar um tanto complexo, mas as partidas de Petrossian costumam demonstrar que o processo para a vitória é quase automático.