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BOAVISTA FUTEBOL CLUBE

Os Campeões do Bessa

Timofte, Jorge Couto e Sanchez são os únicos boavisteiros com títulos nacionais

Ion Timofte é reconhecido como uma das figuras deste campeonato: é a imagem de um Boavista que teima em andar na frente. É também este romeno quem mais acredita que esta temporada poderá juntar mais um título de campeão nacional aos dois que conquistou precisamente ao serviço do seu adversário de hoje, o FC Porto. Nem Jorge Couto, que já leva cinco títulos (também ao serviço do FC Porto), nem Sanchez, que venceu um campeonato ao serviço do Benfica, têm a mesma fé. Porquê? Não sabem explicar. Talvez, dizem apenas, porque os grandes têm a seu favor a tradição, orçamentos consideravelmente superiores e uma massa associativa mais numerosa. Ainda assim, sublinham, um título ao serviço do Boavista teria um sabor especial.

Timofte é o único com um discurso claramente optimista. "Sinceramente, acho que podemos surpreender. Os jogadores do FC Porto e do Benfica consideram que têm mais argumentos para chegar ao título que nós e, se calhar, com razão. Mas porquê? Não encontro uma explicação lógica, porque em termos de jogo que não lhes ficamos a dever nada", diz o romeno, que foi uma das peças fundamentais no FC Porto que conquistou o título de campeão nas temporadas de 1991/92 e 92/93. Nessa altura era um dos jogadores mais influentes dos portistas (na segunda época foi mesmo o melhor marcador da equipa, com 11 golos, e na primeira só foi superado por Kostadinov).

Para justificar tanto arrojo, Timofte traça algumas semelhanças entre este Boavista e a equipa que lhe permitiu ganhar os campeonatos nas Antas. "Temos a estrelinha da sorte. Depois, em Braga, por exemplo, jogámos à campeão. Sem jogar bem, o Boavista ganhou. Aconteceu-me isso muitas vezes no FC Porto, porque a equipa entrava em campo e condicionava os adversários. Isso agora também acontece no Boavista".

Jorge Couto, que viveu uma semana difícil depois de ser revelado o seu acordo para as próximas quatro épocas com os portistas, é claramente mais comedido. Quando lhe dizem que está muito perto do seu sexto título não resiste e solta uma gargalhada. "Não é fácil, nem me passa pela cabeça", confessa o jogador, que não sabe muito bem o que dizer: "Não sei...Sinceramente não sei, não faço a minima ideia do que vai acontecer".

Um sabor especial Com cinco títulos nacionais, Jorge Couto reconhece que a equipa de Jaime Pacheco tem uma atitude muito forte, joga bem e tem futebol para dar e vender, mas... "Os outros é que são candidatos assumidos, é uma coisa definida no início da época, têm mais estruturas, mais dinheiro... Olhe, é tão difícil que os candidatos assumidos ao título são três e só um é que vence", diz. Uma opinião partilhada por Sanchez, segundo o qual jogar num "grande" torna o futebolista mais confiante nas suas capacidades. "Porquê? Não sei. Mas nesta altura do campeonato e com esta classificação, no Benfica seria impensável não pensar no título. Aqui.... temos de esperar pelo que vai acontecer", remata o boliviano.

Num aspecto todos parecem estar de acordo: um título ao serviço do Boavista teria sempre um sabor especial e seria histórico. Como diz Timofte, num 'grande' "é normal lutar pelo título; ser campeão, no Boavista só uma conjuntura particularmente feliz o pode permitir". publicado no Jornal Público em 28/02/99