PÓS-MODERNIDADE, POLÍTICA E EDUCAÇÃO – a condição pós-moderna e suas implicações na construção de uma educação pós-moderna crítica
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SUMÁRIO
RESUMO ________ V
1 INTRODUÇÃO ________ 1
1.1 Discussão teórica que originou a tese ________ 1
1.2 Aspectos metodológicos ________12
1.3 Sobre os termos centrais ________ 21
1.4 Suporte teórico ________ 26
2 ECONOMIA PÓS-MODERNA ________ 37
2.1 Aproximando do conjunto ________ 37
2.2 Do "ford preto" à inúmeras opções de escolha ________ 43
2.3 A flexibilidade na estrutura educacional ________ 63
2.4 Contradições produtivas da flexibilidade ________ 94
3 SOCIEDADE-CULTURA PÓS-MODERNA – "shopping spree" – satisfação na permanente insatisfação ________ 113
3.1 Educação para o consumo ________ 139
4 POLÍTICA PÓS-MODERNA – inoperância política da fragmentação, ou a força política dos micropoderes? ________163
4.1 Hiperpluralismo e multiculturalismo educacional ________189
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ________ 224
6 NOTAS ________ 231
7 BIBLIOGRAFIAS ________ 250
8 ANEXO – Memorial Descritivo ________ 256
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Educação
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
PÓS-MODERNIDADE, POLÍTICA E EDUCAÇÃO
- a condição pós-moderna e suas implicações na construção de uma
educação pós-moderna crítica -
AUTOR: HOLGONSI SOARES GONÇALVES SIQUEIRA
ORIENTADORA: Dr ª MARIA ARLETH PEREIRA
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 29 de Agosto de 2003
A pós-modernidade tem sido vista através de um conjunto de posições que são marcadas por uma negação, por uma rejeição ou por uma aceitação da mesma. Essas posições determinam a forma como vai ser encarada a relação entre a pós-modernidade e a educação. Partindo-se de uma posição negadora, é impossível se estabelecer aquela relação, pois a temática da pós-modernidade simplesmente não existe. A partir da rejeição, existe uma relação de oposição, ou seja, a pós-modernidade é algo somente reacionário e cabe à educação criticá-la no sentido de se evitar qualquer apropriação de seus elementos e/ou características no espaço escolar. Já na posição da aceitação, estabelece-se uma relação da pós-modernidade com a educação marcada por um otimismo total e ingênuo, e a relação gira em torno apenas das transformações de ordem técnica associadas ao desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação.
Este trabalho tem por base o conselho político de Fredric Jameson e, por isso, primeiramente, toma a pós-modernidade como uma condição histórica, como a fase tardia do capitalismo e diz respeito à economia, à política e à sociedade-cultura que começam a emergir com a crise do taylor-fordismo. Segundo, sendo uma condição histórica não se podem negar as contradições – produtivas e não-produtivas – que lhe são inerentes. Portanto, a pós-modernidade é vista como um período impregnado de problemas de todas as ordens mas também impregnado de positividades/possibilidades que não podem ser desprezadas pela educação sem passarem por uma avalição crítica. Terceiro, assume-se o desafio de Jameson de considerarem-se os aspectos produtivos deste momento, uma vez que os negativos são demasiadamente óbvios. Logo, as análises vão sempre nessa direção, ou seja, jamais negam-se as contradições não-produtivas (por exemplo a temática da exclusão), porém privilegiam-se as produtivas, para, a partir delas, colher elementos que possam contribuir positivamente para a renovação da educação, ainda fortemente marcada por elementos da modernidade fordista que já entraram em crise. Tem-se por princípio, aqui, que a pós-modernidade é uma condição já plenamente dada.
Para se fazer essa análise, elegeram-se as categorias da flexibilidade, do pluralismo e do consumo. A primeira para caracterizar a economia pós-moderna, a outra para a política pós-moderna e a última para a sociedade-cultura pós-moderna. Cada categoria também foi tomada como um desafio, no qual se procuraram evidenciar, então, as contradições produtivas que podem possibilitar a construção de uma educação pós-moderna crítica, entendendo-se, pela mesma, uma educação cujo olhar é interdisciplinar, e por isso tem como preocupação a formação global do indivíduo, isto é, uma formação para o mercado de trabalho, para a atuação política e para a vida na sociedade-cultura atual. Uma educação que apropria-se dos princípios educativos pós-modernos, considerados aqui como a autonomia, a participação (ampliada) e a democracia dialógica, reconhecendo que esses princípios são indispensáveis para o exercício da nova cidadania, que exige um comportamento ativo em todas as esferas e em todos os momentos da vida em condições de pós-modernidade.
POSTMODERNITY, POLITICS AND EDUCATION
- the postmodern condition and its implications in the construction of critical postmodern education -
ABSTRACT
Doctorate Thesis
Post-Graduate Program in Education
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil
POSTMODERNITY, POLITICS AND EDUCATION
- the postmodern condition and its implications in the construction of critical postmodern education -
AUTHOR: HOLGONSI SOARES GONÇALVES SIQUEIRA
ADVISER: Dr ª MARIA ARLETH PEREIRA
Santa Maria, August 29th 2003
Postmodernity has been viewed through a set of positions that are marked either by its denial, rejection or acceptance. These positions determine how the relationship between postmodernity and education will be faced. Based on a position of denial, it is possible to establish such relationship because the theme of postmodernity simply does not exist. From rejection, it emerges a relationship of oposition, that is, postmodernity is something reactionary and it is up to education to critize it to avoid any application of its elements and/or characteristics in the school environment. On the other hand, in the acceptance position, the relationship established between postmodernity and education is marked by a total and naive optimism and the relation only evolves around technical transformations associated to the development of new information and communication technologies.
This paper is based on Fredric Jameson’s political advice. This way, we first take postmodernity as a historical condition, like the late capitalism, concerning the economy, the politics and the culture-society that started to emerge with the taylor-ford crisis. Second, being a historical condition, one cannot deny its inherent contradictions – both productive and non-productive. Therefore, postmodernity is seen as a period permeated with all sort of problems, but also with positivities/possibilities that cannot be neglected by education without going through critical evaluation. Third, we take Jameson’s challenge of considering the productive aspects of this moment, once the negative ones are quite obvious. Thus, the analises are all based on this principle, that is, the non-productive contradictions are never denied (for instance, the theme of exclusion), but the productive ones are privileged, so that they allow us to select elements that may positively contribute to renewing education, which is still strongly marked elements of the ford modernity, already in crisis. In this paper, we assume postmodernity as a fully given condition.
For the purpose of analysis, we elected the categories of flexibility, pluralism, and consumption. The first one was selected to characterize postmodern economy, the other, postmodern politics, and last one, postmodern society-culture. Each category was also taken as a challenge, in which we tried to point out the productive contradictions that allow the construction of a critical post-modern education, here understood as interdisciplinary and concerned with the individual’s whole formation, that is, one that prepares the individual for the job market, for political engagement, and for present social-cultural life. Such education takes postmodern educative principles as its own, here pointed out as autonomy, (enlarged) participation, and dialogical democracy, recognizing that such principles are essential for the practice of a new citizenship requiring an active behavior in every area and in every moment of life in postmodern conditions.