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Centros Urbanos


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CONDIÇÕES DE MORADIA NOS GRANDES CENTROS URBANOS

A POBREZA URBAN

Apesar de todas as relativas vantagens da vida citadina, a pobreza generalizada projeta uma sombra sobre o futuro dos centros urbanos. Continuam sem resposta perguntas difíceis relativas à definição de pobreza, mas não se pode negar que um grande número de pessoas das zonas urbanas não pode prover de forma adequada às suas necessidades básicas de habitação, emprego, água, saneamento, saúde (incluindo a saúde reprodutiva) e educação. Essa pobreza pode atingir diretamente um terço do total da população urbana, mas os seus efeitos indiretos são sentidos por toda a sociedade. Será a capacidade de responder ao desafio de erradicar a pobreza extrema e de satisfazer as necessidades básicas que definirá e, em certa medida, determinará a viabilidade dos centros urbanos e das economias que estes cada vez dominam mais. Uma grande percentagem de pobres é constituída por mulheres. Coletivamente, as mulheres são um recurso significativo, pelo seu número, e de crucial importância. A sua capacidade individual de prover ao seu sustento e ao das suas famílias determinará a realização ou não do potencial desse recurso. Dispomos de várias estimativas da percentagem de populações urbanas que vivem na pobreza; são utilizadas diversas definições. Uma estimativa global indica que 27,7% da população urbana mundial vivem abaixo do limiar oficial de pobreza. As variações regionais são consideráveis: na África Subsariana, são 41,6%; na Ásia, 23%; na América Latina, 26,5%; e no Médio Oriente e Norte de África, 34,2%. A pobreza urbana tem vindo a aumentar mais rapidamente do que a rural. Segundo estudos nacionais, uma parte que chega a representar metade da população de várias cidades de alguns dos países mais pobres do mundo está a viver abaixo do limiar oficial de pobreza. Mas, mesmo assim, a percentagem pode estar a ser subestimada; o limiar oficial da pobreza é freqüentemente fixado a um nível irrealisticamente baixo, sendo inferior ao nível necessário para satisfazer as necessidades básicas, e as definições-padrão baseadas no rendimento não tomam, em regra, em conta a subida do custo de vida nas cidades. Em 1990, "pelo menos 600 milhões de pessoas residentes nas zonas urbanas da África, Ásia e América Latina vivem em casas e bairros 'que constituem uma ameaça à vida e à saúde', devido às condições muito deficientes de habitação e de vida e ao abastecimento de água salubre, saneamento, escoamento, recolha do lixo e cuidados de saúde insuficientes."

Alguns indivíduos e famílias conseguem libertar-se da pobreza e outros caem nela. A condição social, incluindo a pobreza e a quase pobreza, não é algo estático, mas sim dinâmico. Contudo, os relativamente pobres têm em comum uma especial vulnerabilidade aos choques da vida; até as pequenas doenças e as oportunidades perdidas podem conduzir a uma pobreza e miséria mais profundas. Muitos milhões de pessoas nunca conseguem ter acesso às qualificações, recursos ou oportunidades necessárias para escapar às garras da pobreza. A freqüência da mobilidade para sair da pobreza nas zonas rurais e urbanas é insuficientemente compreendida. Embora a pobreza urbana tenha características especiais, os fatores estruturais que lhe estão subjacentes nas zonas urbanas e nas rurais são os mesmos.

A HABITAÇÃO

A habitação inadequada aliada a serviços deficientes ou inexistentes é uma característica da pobreza, em que a ausência de um abrigo tem a sua expressão extrema. A ruptura social, a catástrofe ambiental e os efeitos de um mau planeamento urbano podem rapidamente revelar a vulnerabilidade dos pobres. O espaço livre existente nas zonas urbanas tende a ficar em terrenos marginais tais como encostas íngremes de montes, ravinas e cursos de água. As habitações construídas pelos próprios pouco protegem do vento, das inundações e do aluimento de terras, como se verificou em duas ocasiões, com um intervalo de apenas umas semanas, em 1995, quando um furacão nas Caraíbas e um tufão nas Filipinas destruíram milhares das casas mais pobres. As casas de melhor construção, situadas em terrenos mais seguro, ficaram relativamente incólumes.

As provas da insuficiente disponibilização de infra-estruturas para os pobres são esmagadoras. Num estudo sobre oito mega cidades, a OIT calculou que a população dos bairros degradados variava entre 12 (Seul) e 84% (Cairo) da população. (As outras cidades estudadas foram: Xangai, 20%; Cidade do México, 25%; Rio de Janeiro, 34%; Bombaim, 57%; e Lagos, 58%). Estudos a nível nacional levado a cabo na Ásia apontam para a existência de grandes percentagens da população urbana em bairros degradados ou em colônias de habitantes clandestinos: Bangladesh, 47%; Índia, 36%; Sri Lanka, 21%; Malásia, 15%; Tailândia, 15%; e Indonésia, 15%. No Rio de Janeiro, os residentes na periferia tinham três vezes mais possibilidades do que os da cidade de não ter acesso à eletricidade. Em comparação com os edifícios do centro (5,2%), eram oito vezes mais os edifícios das periferias (41,8%) que não dispunham de água corrente; 64% dos agregados familiares pobres (com um rendimento inferior ao triplo do salário mínimo) da periferia não dispunham de água corrente, contra 30% das famílias pobres dos bairros centrais. Em 30% da periferia e apenas 14% do centro não havia uma rede de esgotos. O número de profissionais de saúde per capita
na periferia era equivalente a um terço do centro. Apesar de, em muitos aspectos, as infra-estruturas do Rio terem melhorado na década de 1980, as comparações mostram sistematicamente grandes desvantagens para as populações mais pobres. No final da década, mais de um terço dos pobres vivia em habitações sem água canalizada, enquanto apenas um oitavo dos não-pobres se encontrava nas mesmas circunstâncias. Quase um terço dos pobres não dispunha de serviço de esgotos, em comparação com menos de um décimo dos não-pobres. Metade dos pobres vivia sem ter acesso à recolha do lixo, comparado com um quarto dos não-pobres.

A habitação deficiente afeta toda a comunidade. Os estabelecimentos humanos superpovoados, com pouca ventilação e deficiente escoamento são viveiros de doenças infecciosas de todos os tipos. A habitação inadequada é um dos principais fatores que contribuem para a desagregação social, entre cujas muitas conseqüências se contam a violência doméstica, a gravidez não planejada e elevada taxas de famílias monoparentais. Á habitação deficiente está associado um elevado nível de criminalidade violenta e de consumo de drogas ilícitas. Os cálculos do número efetivo de pessoas sem abrigo nos estados industriais do norte variam consideravelmente. Nos Estados Unidos, as estimativas oscilam entre cerca de 250.000 e mais de três milhões de pessoas. Não obstante as redes sociais de segurança, uma estimativa cautelosa aponta para que os sem abrigo europeus rondem os 2,5 a 5 milhões. Fora dos países industrializados, os números são difíceis de obter e tornam-se confusos, devido ao caráter informal de grande parte da habitação: se usássemos a mesma medida dos países industrializados, o número dos sem abrigo do mundo menos desenvolvido atingiria os 200 milhões.

 EMPREGO E MODOS DE VIDA SUSTENTÁVEIS

Diversos estudos efetuados em diferentes meios revelaram que o desemprego é duas ou três vezes mais elevado entre os pobres do que entre os grupos com rendimentos médios ou superiores e, conseqüentemente, também mais elevado entre os muito pobres em comparação com os relativamente pobres. O que se passa não se reduz ao fato de o emprego impedir a pobreza; é que esta restringe o acesso às qualificações, atitudes e oportunidades de melhoria. Em todas as regiões do mundo, são as mulheres residentes nas grandes cidades quem têm mais probabilidade de ocupar os escalões profissionais mais baixos como empregadas de escritório, no sector das vendas e nos serviços, em vez de postos de trabalho no sector produtivo e industrial. A percentagem de mulheres com aquelas profissões excede largamente a dos homens. Na Ásia, a percentagem de mulheres citadinas com empregos no sector da produção atinge o elevado nível de 33%, em comparação com os 50% no caso dos homens. Embora a percentagem de mulheres com cargos administrativos, técnicos e de direção tenha vindo a aumentar, as barreiras educacionais e sociais ainda condenam muitas mulheres a um trabalho pouco qualificado e mal remunerado. Muitos países em desenvolvimento procuraram criar emprego e atrair a indústria através da criação de zonas de promoção da exportação, onde os impostos e taxas são significativamente reduzidos ou há isenção do pagamento dos mesmos, como um incentivo ao investimento estrangeiro. As leis laborais que protegem os salários, horário e condições de trabalho não são também aí aplicáveis. As mulheres, em especial, são recrutadas para postos de trabalho pouco qualificados e mal remuneradas em atividades como a indústria têxtil, a confecção e outras atividades manufatureiras de pequena escala. As informações divulgadas por jornalistas e estudos de caráter sistemático mostram que tais ofertas de emprego implicam, com freqüência, oportunidades de exploração e não de aquisição de poderes. Embora proporcionem alguns rendimentos, têm um efeito reduzido na pobreza e, em longo prazo, podem até contribuir para ela. As mulheres migrantes têm menos oportunidades do que os homens. Ainda que muitos migrantes de ambos os sexos arranjem muitas vezes o seu primeiro emprego em postos que ficam abaixo das suas aspirações, ao fim de um certo tempo, a mobilidade ascendente dos homens é maior do que a das mulheres. É mais provável que os homens obtenham postos de trabalho no sector formal e com possibilidades definidas de avanço na carreira, tais como aprendizados, e que subam de cargos ou mudem para postos mais próximos das suas preferências iniciais.

 A DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS

As cidades atraem migrantes com a promessa de melhores níveis de vida, mas a riqueza produzida nelas não se traduz necessariamente em prosperidade para todos. As melhores oportunidades são reservadas aos que possuem competência empresarial, influência e acesso a serviços e apoio. Há dois pontos importantes: o grau relativo de disparidade de rendimentos e as mudanças destas condições ao longo do tempo.

Estudos sobre mega cidades selecionadas mostram que, nos finais da década de 1980, a percentagem da população urbana abaixo do nível de pobreza era comparável, em termos gerais, aos níveis de pobreza nacional da Coréia, Brasil e Egito; na Nigéria, a percentagem de pobres da capital era superior à do país no seu conjunto. Os dados sobre a China indicam que as diferenças de rendimentos nas zonas urbanas se tornaram inferiores às das zonas rurais, em contraste com a situação habitual. É evidente que a evolução da distribuição dos rendimentos foi idêntica (aumentou a percentagem tanto de ricos como de pobres) nas zonas metropolitanas do Brasil, durante a década de 1980. Na Ásia, a pobreza urbana tem vindo a diminuir em termos de percentagem, desde meados da década de 1980, em vários países. Contudo, mesmo apesar deste êxito, as disparidades de rendimentos estão a aumentar. As oportunidades para os mais favorecidos aumentam a um ritmo mais rápido do que as que visam os desfavorecidos. O acesso de todos, incluindo os
pobres e os desfavorecidos, aos serviços, em especial à saúde e à educação, será essencial para reduzir esses
preconceitos e impedir a sua perpetuação na próxima geração.

 ÁGUA E SANEAMENTO

Assegurar o abastecimento de água suficiente às populações urbanas que não param de crescer é, simultaneamente, difícil e caro. Muitas cidades dos países em desenvolvimento canalizaram toda a água existente e são agora obrigadas a ir buscá-la a grandes distâncias ou a tratar a água já utilizada. Uma melhor gestão e a redução de perdas devido a rupturas e desvios poderia permitir avultadas poupanças. No entanto, está fora de questão desenvolver a rede de distribuição, pois as cidades não têm sequer meios para manter a existente. Os sectores recém-habitados ficam longe do centro e em terrenos difíceis. Os vendedores privados de água preenchem as lacunas, abastecendo uma percentagem da população urbana das regiões em desenvolvimento que se estima que ronde ou exceda os 20%. Mas este serviço fornece uma água de uma qualidade duvidosa por um preço elevado. Um estudo do custo da água em diversas cidades mostra que os vendedores privados cobram um preço quatro a cem vezes superior ao cobrado pelos fornecedores públicos desses serviços. O resultado traduz-se no agravamento da situação dos pobres, que pagam um preço mais elevado por maus serviços e, ao mesmo tempo, subsidiam água barata para os mais ricos, através do pagamento de impostos. A água cara e de baixa qualidade é mais uma exigência imposta às mulheres pobres das zonas urbanas que continuam a desempenhar o seu papel tradicional no que se refere à obtenção de água e combustível. Podem passar horas numa bicha diante de uma torneira que só é aberta durante algumas horas por dia. No entanto, parece que, em termos gerais, o abastecimento de água nas zonas urbanas continua a ser melhor do que nas rurais e que melhorou em ambas, apesar de subsistirem algumas interrogações sobre a qualidade da informação e a utilidade das definições associadas a estas conclusões.

 ENERGIA

A energia para iluminar, cozinhar e outras comodidades domésticas passou a ser acessível de uma forma mais generalizada, tanto nas zonas urbanas como nas rurais, ao longo da última década. Cerca de três quartos da população urbana tinham acesso à infra-estrutura de energia no início da década de 1990. Contudo, os pobres tanto das zonas urbanas como das rurais continuam a estar profundamente mal servidos. Os 20% mais ricos da população têm acesso às melhores fontes disponíveis; apenas uma pequena parte dos 20% mais pobres têm um acesso semelhante. Por exemplo, a eletricidade está acessível a 99% do segmento mais rico do México, mas apenas a 66% dos mais pobres. Na Costa do Marfim, os níveis de acesso correspondentes são de 75 e 13%. Os pobres têm, em geral, também menor acesso nos centros urbanos.

Onde não há acesso ao abastecimento de energia, como acontece normalmente nos estabelecimentos humanos informais, são as mulheres as responsáveis por obter lenha ou outros materiais locais (como por exemplo, estrume dos animais) para aquecer e cozinhar, embora os homens possam comprar e transportar o querosene. A poluição doméstica proveniente das fontes de combustível de baixa qualidade é um fator habitual de doenças respiratórias, sobretudo das mulheres.

 


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