Pudesse
eu tocá-la nesta noite,
Escreveria a sinfonia que só teu corpo é capaz de me inspirar...
Das notas de um violino o som de tua risada ecoando pelos cantos,
Da pequena flauta, a doçura da tua voz me chamando amor...
Da imponência de um piano, o ritmo de teus passos ao meu encontro
Mas
nesta noite, silêncio.
Minhas mãos não te encontram,
Não escuto tua voz,
Não virás me abraçar.
O
que me chega é lembrança
Feita da saudade que deixastes,
Feita do silêncio que impusestes,
Feita do adeus que jamais eu quis dizer.
Por
onde andas minha amada?
A qual vida darás sentido,
De quem alegrarás o dia,
Por quem agora cantarás?
O
teu cheiro ainda invade minha memória
Teu sabor é o que vem à minha boca
As tuas formas estão moldadas em minhas mãos:
Escultor de tua viva natureza ...
É por tua alma que meu coração tanto lamenta.
(Aila Magalhães)