Minha Geografia
Visto-me de luar. Sou continente Repousado em rendas de nuvens. Um gemido escorre-me pelo canto da boca Beba nesta fonte... A viagem será longa... Deliciosamente longa...
E ele vem bandeiramante, Mãos , dentes, tesão, Explorar meus calores, tremores, Maremotos, terremotos, Invadir o meu vulcão.
Mãos quentes circundam minhas montanhas, Deslizam sobre minhas terras ardentes. Dedos ágeis iniciam a escalada, Buscam os picos pétreos. - Se apresse não... Cá estão esperando o toque molhado De sua língua fome...
E o meu bandeiramante Rasteja lagarta sobre minha planície. Enterra, na maciez da areia, Nariz, dentes e mãos... Fareja os mistérios de minha floresta, Embrenha-se no vale úmido do prazer... Cá está meu rubi... Toca, alisa, suga... Ah!...sou toda erupção! Que estrelas caiam sobre mim E se misturem nas lavas que escorrem Do meu vulcão...
Venha, meu bandeiramante! É tanto o meu desaguar, Que tenho sede. Penetre-me, inunde-me com sua chuva Ah!...cheiro bom do cio da terra molhada... (Emília Casas)
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