Aqui
está a minha vida, esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança,
este mar solitário,
que de um lado era amor
e,
de outro, esquecimento.
(Cecília Meirelles)