AVANTASIA
THE METAL OPERA – PARTE 1
Cena 1:
Enquanto isso deve ser noite nas ruas de Mainz,
pois somente uma fraca luz entra através da janela na parede atingindo o chão
rochoso e frio da cela da prisão. Gabriel está sentando no chão, agachado, não
prestando muita atenção em seu companheiro de cela, que está ando em círculos
impacientemente, apesar de eles já terem passado algumas horas juntos em seu
aprisionamento. O tempo todo Gabriel pergunta a sí mesmo o que havia acontecido
com ele nas últimas horas, e quanto mais perguntas ele faz, mas perguntas
chegam à sua mente.
Ele conta toda a sua história para seu
companheiro de cela; por que ele – um monge – está na prisão. E apesar de saber
que o estranho obviamente não poderá ajudá-lo, Gabriel se sente muito melhor
após ter falado sobre tudo. Na conversação, o estranho com um sotque
estrangeiro diz que alguém armara uma cilada para ele quando ele veio para
Mainz, porque ele é aquele que assinou a carta citada por Gabriel.
E então os dois conversaram a noite toda. O estranho revelou que ele é um dos últimos druidas no mundo todo, um membro de um antigo e secreto clã de Celtas na Irlanda. E ele certifica que nas investigações sobre o jovem noviço não havia absolutamente nada de errado (REACH OUT FOR THE LIGHT). E apesar do jovem noviço não entender muito bem sobre o que aquele cara velho de barba cinza estava falando, as poucas coisas que ele pôde entender mostraram-lhe um jeito totalmente novo de olhar a vida... (SERPENTS IN PARADISE)
É a
consciência novamente perguntando à Gabriel que tipo de animais eles tinham
sido, torturando Else Vogler de um modo tão duro... Porque se as palavras de
Lugaid Vandroiy eram verdadeiras, ela provavelmente era inocente! O pouco sono
que Gabriel conseguiu durante as noites seguintes não foram relaxantes;
pesadelos – enviados por sua consciência – o assombraram a cada momento em que
ele fechava seus olhos ousando tentar dormir... o julgamento daquela que foi
tratada como um demônio (MALLEUS MALEFICARUM).
Depois de três dias de aprisionamento, Lugaid Vandroiy conseguiu convencer
Gabriel de que não havia sentido ceder ao destino e esperar por justiça – ou
como parecia que aconteceria – injustiça. E Gabriel percebeu que Anna não
poderia ser ajudada se ele continuasse ali acorrentado.
Vandroiy percebe facilmente que Gabriel tem
menos medo de sua própria morte do que tem da morte de Anna. Ambos sabem que
eles têm que fugir, porque aos olhos da lei Vandroiy é um herege, e Gabriel é
um renegado! Então, na terceira manhã de prisão, eles aguardaram a vinda do
bedel que lhes trazia água e uma humilhante refeição para o dia. O olhar de
Gabriel não pôde acompanhar a ação de Vandroiy, um homem velho e rápido, que
ainda suporta bem a idade. Com muita facilidade ele nocauteia o bedel (que cheira
a vinho, o que de alguma maneira poderia explicar muita coisa) e pega a chave
para abrir primeiro as próprias algemas, e depois as de Gabriel. Sen enternder
o que havia acontecido, Gabriel segue o apressado druida através da porta.
Fugindo do aprisionamento... e desta distorcida forma de ver a vida (BREAKING AWAY).
Gabriel não faria nada a não ser correr
diretamente para a torre das bruxas onde Anna está acorrentadas, mas Vandroiy o
lembra do fato que o noviço não faz mais parte daqueles que aprisionaram Anna.
Ele não é mais um clérico, mas sim um renegado! Eles provavelmente estaríam
prontos à espera para prendê-lo novamente... e a chance de escapar então seria
praticamente nula. Por fim Gabriel ouve o conselho de Vandroiy e concorda
quando o velho druida manda que saiam da cidade o rápido possível.
Gabriel não faz idéia de quantos passos eles deram durante o dia, mas na tarde de seu primeiro dia de fuga ele mal podia sentir seus pés. E ele se sente um fracassado, porque Anna ainda está presa. Por quantas vezes ele não sonhou em encontrá-la novamente durante todos estes anos... Agora ele a encontrou novamente, mas, de acordo com seu constante pesadelo, pensamentos com Anna acorrentada, ele preferia que este encontro nunca tivesse acontecido... (FAREWELL)
Cena 2 (enquanto isso):
Rodas de
carruagens causam estrondos pelo chão. Falk von Kronberg, bailio de Mainz, dá
uma olhada para fora da janela e se impressiona muito com as fachadas de Roma
em sua eterna beleza e esplendor. Ele tem a vantagem de acompanhar o bispo
regente Johann Adam vonm Bicken em sua jornada, porque foi nada mais nada menos
que Falk quem conduziu o julgamento de Else Vogler. O julgamento, durante o
qual confiscou o livro que está sendo levado à Roma pelo trem do clérico agora.
Com o bispo de Meins, o bailio Falk e muitos mercenários, estava também o frei
Jakob, um dos melhores amigos do bispo, que era sempre grato por quaquer
conselho do esperto Dominicano. Jakob também parece estar impressionado com o
esplendor de Roma, apesar de seus olhos não apresentarem o mesmo brilho que os
olhos de Falk. Von Bicken está apenas lendo. Parece que ele não se importa com
outra coisa a não ser a bíblia que carrega em suas mãos e talvez seu encontro
com o papa, mas por que ele se surpreenderia com as ruas de Roma, uma vez que
ele já estivera lá duas vezes antes...
Mais
tarde todos eles estavam sentádos à uma esplêndida mesa. O bailio não entendia
nada do que os outros estavam falando, mas ele não se importava. Ele apenas
aproveita os elegantes eventos no Vaticano, enquanto Clemens IIIV, o papa que é
amigo do bispo de Mainz há muito tempo, como parece, deixa os quartos para
receber do bispo e de seu amigo e conselheiro Jakob aquilo que ele estava
procurando por um longo tempo:
O último
livro com as últimas sete partes de um lacre. Eles teríam que levar o lacre
completo ao centro do mundo espiritual. E como lhes foi predito por
“incrivelmente velhos, secretos e sagrados documentos”, aqueles que puderem
trazer o lacre dos sete livros sagrados da luz ao centro do mundo espiritual
irá alcançar a sabedoria e a iluminação definitivas e a verdade absoluta. E
sabedoria significa poder (THE GLORY OF ROME).
Então o
papa convida von Bicken e seu amigo Jackob, que estão ambos com medo, apesar de
não demonstrar, à acompanhá-lo à um mundo “que as pessoas nem sabem de sua
existência” – uma jornada para outra dimensão, em carne e osso.
Então o
trem de Mainz deixa Roma, sem Jakob e von Bicken, imaginando por que eles não
vieram à caminho de casa, mas partindo assim mesmo.
Durante a
noite seguinte, o papa Clemens, o bispo e Jakob esgueiraram-se através dos
corredores obviamente sem fim sob Roma, em direção à sua missão. Uma missão
secreta, uma vez que Clemens os proibira de falar sobre isso com qualquer
pessoa, tendo em vista que é um enorme provilégio pessoas de Mainz o
acompanharem. Deus geralmente não quer que as pessoas vejam aquilo que
provavelmente verão esta noite e ele não quer que as pessoas saibam de tudo. A
sabedoria não deveria iluminar mentes erradas, porque na Terra há muitas
pessoas que não têm a força para encarar toda a verdade. E como ordenado pelos
manuscritos sagrados, segundo Clemens, eles deveríam trancar o mundo da
sabedoria absoluta depois de a tê-la recebido.
Depois de andar por infinitos corredores e destrancado inúmeras portas, eles chegam ao portal de madeira pelo qual estavam procurando. Despojando-se do pesado saco que estava carregando, o papa tira uma placa triangular, que Jakob reconhece como sendo muito similar àquela estampada na capa do livro que uma vez confiscaram de Else Vogler. Dirigente de deus na terra, Clemens pega a placa em suas mãos e com as duas mãos ele a segura contra uma outra placa fixada na pesada porta. E sem usar qualquer chave ou maçaneta, a porta se abre. Fortes ventos sopram em seus rostos e apesar do papa tentar manter a aparência relaxada, os outros dois – que estão morrendo de medo – podem ver que também Clemens não se sente muito à vontade. Envoltos em vários sentimentos, eles entram no aposento por trás da porta, um passo em direção ao desconhecido... (IN NOMINE PATRIS).
Enquanto
isso…
Gabriel
acorda com muita dor de cabeça e com seu corpo coberto por hematomas. Mas onde
está Vandroiy? Gabriel tenta se lembrar:
Juntos
eles escaparam da prisão em Mainz e daqueles que têm interesse em que eles
continuem presos. Ele e Vandroiy seguiram o caminho de Roma (bem, o caminho
para o trem de Bicken que iria para Roma, porque Gabriel sabia que existia um
trem que sairia de Mainz em direção à Roma por volta daquele horário, e
Vandroiy adivinhara por que...), quando estranhos – provavelmente uma gangue de
bandidos – os assaltaram e os deixaram viver por alguma razão. Vandroiy queria
ter aquele livro sob quaisquer circunstâncias antes dele desaparecer por trás
das paredes do Vaticano, porque – como havi explicado – alguém deveria não
permitir que os líderes de uma poderosa organização poderíam decidir quem teria
acesso ao mundo espiritual. Durante sua fuga, o druida contou à Gabriel muito
sobre o livro. Existíam mais seis iguais e cada um era a chave para um portal,
através do qual qualquer um poderia passar para o mundo espiritual com seu
próprio corpo, apesar de o acesso para aquele mundo deveria ser um privilégio
do espirito. A passagem com um corpo por estes portais que estavam espalhados
por todo o mundo deveria ser possível a cada época que Avantasia – como
Vandroiy chamava o mundo espiritual – não devesse ser esquecido por qualquer
geração. Bem, Avantasia sempre esteve aberto para o espírito de todas as
pessoas, mas a cada dia mais e mais pessoas se esqueciam daquele mundo. E para
previnir isto, os livros deveríam estar lá para ir à Avantasia com o corpo –
para lembrar do que se trata, e como ir para lá com o espírito e sem os portais
e os livros...
De alguma
maneira Vandroiy sentiu que todos os livros estavam com uma mesma pessoa, e uma
visão assustadora os fez acelerar sua fuga em seu caminho para Roma. Seres
humanos podem ser muito egoístas quando se trata de poder e influência, e que
para tê-los poderíam até maltratar raças e povos inteiros. E se o lacre for
trazido até uma certa torre, o lugar mais escuro de Avantasia, o mundo
espiritual estaria trancado par sempre, como disse Vandroiy. Apesar de tudo
isso não ter feito muito sentido para Gabriel à princípio, ele agora começa a
perceber que isto é um fato: há pessoas que querem destruir a jornada pela
verdade nas mentes de seus conterrâneos para exercer uma maior influência e
maior poder sobre eles, a fim de torná-los marionetes. Agindo desta maneita, os
“controladores” ignoram totalmente o fato de que até mesmo seus próprios
líderes esqueceríam de Avantasia algumas gerações depois. Mas estando eles a
par disto ou não, Gabriel lentamente precebe por que Vandroiy precisa recuperar
o livro...
Bem,
Vandroiy… Teria ele sido sequestrado? Na hora em que Gabriel decidira procurar
por ele, o druida aparece com muitas ervas em suas mãos para tentar amenizar
seus ferimentos com elas. Vandroiy então explica o que Gabriel adivinhou: eles
haviam sido sequestrados por uma gangue de bandidos e por um milagre foram
apenas desacordados e não mortos por eles. Vandroiy parecia triste, uma vez que
parecia perceber que não havia mais chances de alcançar o trem de von Bicken
para Roma, sendo que o trem saira de Mainz pontualmente. Se o livro caísse nas
mãos do papa, ele iria imediatamente para Avantasia e a visão assustadora que
Vandroiy teve um dia se tornaria realidade. Há apenas uma chance de impedir que
isto aconteça, como Gabriel viria a saber em breve...
Mas antes
que ele pudesse lhe perguntar ago, o velho druida revela a Gabrielum outro
plano: uma voz interior diz ao druida que em algum luigar não longe dali existe
uma clareira na floresta, um antigo lugar espiritual onde eles poderíam
continuar sua missão de um modo diferente. E enquanto eles andam através das
florestas ele revela suas intenções à Gabriel.
No local
espiritual pelo qual eles procuram, onde veneráveis poderes e forças da
natureza se juntam em um ponto de interseção, Vandroiy quer que o espírito de
Gabriel transceda para Avantasia... uma terefa perigosa para Gabriel. Vandroiy
explica que não pode ir por si mesmo porque ele irá vigiar o corpo sem espírito
de Gabriel (certamente os soldados de Mainz devem estar procurando pelos dois
fugitivos e apesar de existir apenas uma pequena chance deles os encontrarem,
neste caso ele deveria chamar a alma Gabriel de volta de Avantasia e se
comunicar com ele. E apesar de tudo parecer tão estranho e inacreditável para
Gabriel, de algum jeito ele acredita nas palavras do velho amigo (bem, de
qualquer jeito ele não teria a chance de fazer nada mais porque... sim... oh,
Anna).
Alguns
minutos depois eles chegam à clareira na floresta, no centro de um círculo de
grandes pedras, quando Lugaid diz a Gabriel que velhos amigos, criaturas de
Avantasia, iríam dar a ele um novo corpo para sua visita à outra dimensão. Ele
apenas quer ver sua meia-irmã, mas agora ele está tão longe dela e prestes à
sair deste mundo... Deus, quem pode pedir tanto assim à um jovem noviço? QUEM?
E então Gabriel adormece – e transcende... (AVANTASIA)