MÍDIA
JUDAICA INDEPENDENTE
por José
Roitberg - jornalista - notícias
As 12 faces dos
submissos - parte 1 - atualizada
em 09/fev/2006
O que
a mídia vende para você: "A polêmica começou
no dia 30 de setembro de 2005, quando o jornal dinamarquês
Jyllands-Posten publicou as 12 caricaturas intituladas 'Os rostos
de Maomé', que voltaram a aparecer no dia 10 de janeiro na
revista norueguesa Magazinet" - Houve
alguma polêmica entre os dias 30 de setembro de 2005 e 2 de
fevereiro? Não houve nada! Tudo foi deflagrado bem depois
das publicações! Ou será os carros estavam
sendo queimados na França e em outros países por causa
disso, já que a causa real nunca surgiu???
Agora,
no dia 8 de feveiro estourou uma bomba vinda de um blogueiro Egípcio.
Ele encontrou em sua casa um jornal local publicado em 17 de outubro
de 2005, com os cartuns na primeira página e no miolo mostrando
para quem quiser ver que os governos e as populações
árabes JÁ SABIAM da publicação dos cartuns
4 meses antes dos distúrbios serem deflagrados!
Quer dizer que
é proibido publicar imagens de Maomé? A mídia
ocidental não pode? Então como é que pôde
na mídia islâmica??? Espero que esta matéria
avassaladora mude a opinião de muita gente. Só lembrando:
primeira publicação:
Dinamarca em 20 de setembro de 2005
segunda publicação: Egito em 17 de outubro de 2005
terceira publicação: Noruega em 10 de janeiro de 2006
início dos distúrbios: 02 de fevereiro de 2006
Início
da tradução literal do texto do blog
http://egyptiansandmonkey.blogspot.com/2006/02/boycott-egypt.html
"Quinta-feira,
08/feveveiro/2006
Boicote o Egito
Liberdade
Para os Egípcios (grupo), me lembrou porque os cartuns pareciam
tão familiares para mim: eles foram impressos no jornal egípcio
Al Fagr (Avante) lá atrás, em outubro de 2005. Eu
repito, outubro de 2005, durante o Ramadan, para toda a população
muçulmana do Egito ver, e não houve sequer um pio
de ira ou indignação. O Al Faqr não é
um jornal pequeno: ele tem uma circulação respeitável
no Egito e á dirigido pelo jornalista Adel Hamoudah. Procurando
em casa, eu encontrei uma cópia do jornal, então eu
decidi scanear e mostrar para todoso poderem ver"
Primeira
página original do Al Fagr - note o cartum na borda direita
Primeira
página original do Al Fagr - com a data 17/10/2005 ampliada
No miolo
do Al Fagr - 17/10/2005 - página dedicada aos cartuns
No
início de fevereiro de 2006, o mundo entrou numa inesperada
convulsão com a republicação
de cartuns mostrando o profeta Maomé, de forma depreciativa
e de forma positiva. A republicação
das "Faces de Maomé" veio no jornal Jyllands-Posten
da insuspeita Dinamarca. Após os protestos iniciais de comunidades
muçulmanas radicais e não radicais, diversos outros
jornais, incluindo o pró-árabe Le Monde, publicaram
tais cartuns e, no caso deste jornal, os franceses criaram seu próprio
cartum. clique
na imagem para aumentar
Os
protestos estão ocorrendo por toda a Europa e nos países
árabes onde "liberdade de expressão" não
entra no vocabulário. Na Europa, grupos muçulmanos
radicais fazem protestos que ainda não chegaram à
violência (05/fev/2006), mas na Síria e no Líbano,
mesmo com as forças locais de segurança tentando impedir,
a coisa está feia. No área radical do mundo árabe,
"dinamarqueses" viraram "nórdicos
em geral". Não são os líderes
políticos muçulmanos que tanto gritam: "não
confundam os terroristas muçulmanos com todos os muçulmanos",
mas para fora isso não funciona!
Na
Síria, as embaixadas da Dinamarca, da Suécia
e do Chile (que nada tem a ver com a história) foram
destruídas. No Líbano, o prédio inteiro
onde funciona o consulado da Dinamarca foi incendiado e destruído,
com ampla cobertura televisiva. Em Gaza, homens armados invadiram
o prédio da União Européia e expulsaram
os funcionários. Por toda a área árabe
do Oriente Médio, europeus, principalmente funcionários
de governo e pessoal de ajuda humanitária e das ONGs
que tanto defendem os ataques suicidas contra Israel agora
estão em fuga.
|
Até
mesmo em Nazareth, árabes-israelenses sairam as ruas
com os cartazes que você pode ver na foto: "Este
é o início do fim para vocês seus descrentes"
e "Parem com seus crimes contra nossa religião
e nosso profeta".
|
Pelas
leis internacionais, o território de embaixadas e consulados
pertencem ao país de origem, são sua extensão
territorial. Portanto este tipo de ataque com invasão
e destruição de um imóvel que não
faz parte da Síria ou do Líbano, constituem,
para efeitos jurídicos internacionais, atos de guerra.
Teoricamente, Síria e Líbano estão em
estado de guerra contra Dinamarca, Suécia e Chile e
Noruega.
Manifestante
xiita cantando vitória defronte ao prédio que
abrigava o consulado da Dinamarca em Beirute
Entre
os presos pela polícia libanesa se encontravam 50 sírios
e 40 palestinos demonstrando a atuação de estrangeiros
nos protestos em solo libanês. Cuiosamente o Hezbollah
permanece em silêncio.
|
A
mídia está sendo muito superficial no tratamento dessa
questão, mostrando apenas o que acontece agora, deixando
de relacionar com o que aconteceu antes ou no passado. É
isso que veremos aqui. A principal mídia do mundo, a CNN,
se recusou a mostrar os cartuns e só se fala deles, com poucas
pessoas tendo visto. Inicialmente a emissora alegou que "era
para não ofender mais muçulmanos", mas hoje,
dia 05/fev/2006, ela admitiu que era para se proteger e não
poder ser acusada de estar fomentando as manifestações.
Na
matéria onde a CNN admitiu o que está no parágrafo
anterior, havia dois comentaristas além da jornalista. Um
deles é o sr. Ahmed Younis, Diretor Nacional do Muslim Public
Affairs Council (Conselho de Assuntos Muçulmanos - MPAC)
nos EUA. Quando questionado sobre os cartuns anti-semitas na mídia
árabe, este representante oficial da palavra política
islâmica no Estados Unidos, disse simplesmente que "Não
são apenas os judeus que sentem-se ofendidos pelos cartuns
anti-semitas. Todos os muçulmanos também são
ofendidos". Bem, pelo menos ele disse isso com o mundo inteiro
ouvindo ao vivo e não passa de um cretino!
Em
outra matéria, no domigo 05/fev/2005, a CNN estava ouvindo
um príncipe saudita, embaixador da Arábia Saudita
nos EUA. Ele foi perguntado sobre a publicação de
cartuns tremendamente anti-semitas pela mídia saudita, quatro
foram mostrados, pois "não vão ofender os judeus...".
O embaixador disse que os cartuns também o ofendiam e aos
árabes (mas os jornais são da família dele),
mas que o caso era outro, pois havia o problema da ocupação
da Palestina etc... E foi tirado do ar!
Mas
a culpa tem que ser dos judeus!
Hoje
também a Turquia está sendo palco de protestos
violentos. Lá a culpa é dos judeus, até porque
na mentalidade do islã radical não pode ser diferente.
O cartaz, não tão expontâneo assim diz, sobre
o primeiro-ministo dinamarquês: "Rasmussen servo do
Sionismo".
Hoje
também é o dia onde se começa a colocar na
balança a enxurrada de cartuns anti-semitas publicados há
anos pela mídia árabe contra os 12 publicados na Dinamarca
e reproduzidos em outros países. A situação
é muito clara: dentro de um país árabe, todos
os tipos de ofensas aos judeus são consideradas liberdade
de expressão e incentivadas. A publicação
da imagem de Maomé de forma positiva ou não, em outros
países é uma ofensa mortal. Explodir infiéis,
sejam eles muçulmanos, judeus ou cristãos é
positivo e incentivado. Uma ofensa moral precisa ser lavada com
sangue dos infiéis.
Note
o que dizem estes cartazes de protesto em Londres: "A guerra
contra o terror é a guerra contra o islã", "O
islã diz: não insulte a religião de outros
povos", "Nós não tememos debates ou críticas,
mas ninguém gosta de abusos".
O que
não é um insulto? "6 milhões de judeus
mortos a sangue frio nós não vamos deixar para lá
- 6 milhões de palestinos vítimas de limpesa étnica,
despossuídos, assassinados e humilhados.. Ah, deixe para
lá..."
Alguns
exemplos do "não insultar outras religiões" apregoado
pelas xiitas inglesas no dia 4
|
O judeu
diz para o papagaio com a cara de George Bush: "diga,
eu odeio os árabes" e o papagaio canta: "eu
odeio os árabes, eu odeio os árabes" |
Um judeu,
desclaço, com roupas rasgadas, barubudo, nariz adunco,
faz com os árabes o que os nazistas fizeram com ele |
Publicado
no jornal Arab News, que é um jornal diário
da Arábia Saudita, em inglês, impresso na Inglaterra
e considerado "moderado", mostra em abril de 2002,
Sharon com uma machado com suástica destroçando
crianças palestinas |
Esse cartum
também é do Arab News e mostra ratos com kipá e
Estrelas de David entrando pelos buracos de uma casa palestina. |
Este cartum é de
6 de abril de 2003, do site oficial do Depto de Informação
da Autoridade Palestina, mostrando o "libelo de sangue",
com Sharon vendendo sangue e crianças palestinas decapitadas. |
Esse cartum
foi publicado pelo Al-Watan do Qatar, mesmo emirado da Al
JAzeera e mostra judeus e americanos diputando a maçã -
nesse caso, os países árabes. O Qatar é considerado
um país moderado e aliado aos Estados Unidos. |
Esse
cartum publicado pelo jornal sírio Al Ahram, mostra um
judeu enchendo a cabeça da mídia mundial controlada
pelos judeus, enquanto a Esplanada das Mesquitas é bombardeada
e os palestinos jazem mortos no chão
|
É claro
que existe muito mais e muito piores
que estes: onde está o "não insultarás"? |
Em
apenas um país árabe um jornal publicou os cartuns
(apenas 3 dos 12) e criticou os protestos. Foi o corajoso semanal
al-Shihan, em Amman, capital da Jordânia. Tradução
literal do texto: “O que traz mais preconceito contra o
Islã? Essas caricaturas ou as imagens de seqüestradores
cortando a garganta de suas vítimas na frente de câmeras
de TV ou um homem-bomba suicida que se explode durante um casamento
em Amman”? Resultado dessa ousadia de liberdade de expressão
no mundo árabe? Todos os exemplares do jornal foram recolhidos
das bancas e seu editor Mr. Jihad Momani, foi demitido..
Existe
ainda outro caso de demissão, no jornal francês France
Soir, onde o editor-chefe foi posto na rua após republicar
os 12 cartuns, alegando liberdade de expressão. O curioso
é que a grande mídia não contou para ninguém
que após a publicação, o France Soir foi comprado
por um investidor do Egito, e aí sim, se deu a demissão...
Note que chamada de capa possui várias definições
religiosas no céu.
A
mídia mundial disse que o jornal dinamarquês publicou
alguns cartuns em janeiro de 2006. Isso não é verdade. Foi
republicada uma página chamada "As Faces do Profeta",
com 12 cartuns, cuja primeira publicação foi em 30
de setembro de 2005, não causando absolutamente
nenhum problema e nenhum protesto. Parece óbvio que a
publicação atual foi utilizada como pretexto para
a onda de violência.
Outra
informação que a mídia está passando
de forma equivocada é sobre a proibição de
qualquer imagem de Maomé. Bem, historicamente não
é isso que acontece. Veremos que não faltam imagens
de Maomé em textos árabes ou autorizados, impressos
em países árabes e na Europa. A grande pergunta que
precisa ser feita é a seguinte: Por que os muçulmanos
de séculos e décadas anteriores permitiam a imagem
de Maomé, principalmente em seus próprios textos e
para a divulgação do Islã e hoje isso virou
caso de vida ou morte? Onde e por que se deu essa mudança?
Não podemos esquecer que o regime taliban, o expoente político
do que pode se um país governado pela visão que a
al Qaeda possui do mundo, destruiu a tiros de canhão os budas
gigantes, com centenas de anos, no Afeganistão, alegando
que eles eram ofensivos em terras islâmicas e que não
podia haver imagens. Foram os mesmos que acabaram com a TV no Afeganistão
e com os vídeo cassetes (afinal, são imagens não
são?), e que condenaram suas mulheres à miséria
e ao analfabetismo.
O caso
dos 17 porquinhos
Até onde
chega a ofensa aos muçulmanos? Por que eles se consideram "especiais":
podem ofender abertamente e podem determinar o que lhes ofende
quando isso for conveniente? Na pesquisa, extensa, para essa
matéria, nos deparamos com um exemplo perfeito e bem documentado
dessa questão. E não é novo! Aconteceu na
Inglatera em 1998 e se econtra arquivado no jornal Dispatch da
Nova Zelândia (matéria
completa aqui). Em 25 de maio de 1998, uma mulher inglesa,
residente em Leicester, no centro da Inglaterra, foi presa, por
ter na janela da casa dela uma coleção de 17 porquinhos
de porcelana. Tá rindo? Então espera o resto. A
casa dela fica, segundo a matéria, "no caminho da
mesquita da cidade", como se só houvesse uma forma
de chegar até lá. Os frequentadores da mesquita
registraram uma queixa na polícia dizendo que sentiam-se
ofendidos pela visão dos 17 porquinhos cada vez que iam às
orações e a polícia local acatou a queixa.
A senhora Nancy Bennett, não só foi obrigada a
retirar seus bichinhos da janela, como foi ameaçada pela
promotoria de ser presa se os colocasse lá novamente.
A notícia foi dada originalmente pelo jornal The Sun e
enviada ao mundo inteiro pela agência AFP. Você se
recorda de alguém defender publicamente o direito de Nancy
ter suas coleção de porquinhos na janela de sua
casa? Eu não.
Folclore
e Ofensa
Os
Islã está fazendo com que os ocidentais, principalmente
os mais cultos, sejam impregnados com a versão de que
tudo no Islã precisa ser rigorosamente respeitado, seja
num país islâmico ou não, mas tudo que não
for islâmico não pode ser respeitado num país
islâmico ou não precisa ser respeitado fora dele.
Vou usar meu exemplo de sempre. Se uma mulher cristã (judias
são proibidas de entrar) for à Arábia Saudita,
ela não poderá dirigir um carro ou andar com partes
do corpo expostas ou deixar de usar lenço cobrindo a cabeça:
isso é considerado pelos ocidentais como "folclórico".
Num país ocidental, exigir que uma mulher muçulmana
descubra a cabeça ou o rosto é considerado perseguição
religiosa e racismo.
O
mesmo regime monárquico-teocrátrico diz que há liberdade
de religião na Península Arábica, mas só entre
quatro paredes. Você é livre para praticar outras
religiões que não sejam o islã, desde que
ninguém veja, e que o local de oração não
seja caracterizado como uma igreja ou templo...
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