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Badia Massabni

Badia Massabni

Libanesa, Badia Massabni tinha 17 anos quando se mudou para o Cairo, onde a vida noturna de entretenimento estava apenas começando. Os bares, restaurantes e quase todos os estabelecimentos desse ramo pertenciam, porém, a estrangeiros, e mesmo entre os artistas poucos eram egípcios.

A princípio, Badia trabalhava em lugares pequenos, cantando e dançando. Ela era também muito popular na comunidade sírio-libanesa, para a qual dançava em casamentos e festas.

Foi numa dessas festas que Nageeb Elias el Rihany, um jovem comediante libanês, a conheceu. Nageeb passou por altos e baixos em sua carreira, que quase acabou quando tentou mudar de ramo para a tragédia. Depois disso, um patrocinador pouco conhecido o ajudou a retomar a carreira na comédia, onde se encontrou. Nageeb escreveu uma peça sobre um fazendeiro de algodão, Kesh-Kesh Beih, que vai ao Cairo vender sua safra, e, depois, comemora a maior venda do ano num bar. Kess-Kesh Beih vira um adepto da vida noturna, entre as lindas dançarinas e cantoras, até gastar todo seu dinheiro. Ele então volta para a fazenda, e a história se repete na safra seguinte.

Nessa peça, muito bem sucedida, Nageeb escolheu para o papel de heroína, contracenando com ele no papel principal, a bela dançarina libanesa que tinha conhecido naquela festa de casamento. O público simplesmente amou tanto a peça quanto a atuação de Badia, que cantava e dançava encantadoramente. As pessoas que iam assistir cantavam as músicas, que acabaram ficando muito famosas, junto com Badia.

Ela fazia questão de variar a dança, a música e a roupa todos os dias. Isso deixava o público louco para ver que novidades ela traria para o deleite deles. Com a fama e admiração que conquistou, muitas portas começaram a se abrir para Badia. Em meio ao estrelismo e sucesso, o mocinho e a mocinha da peça se casaram, chamando ainda mais a atenção do público para eles.

Depois de dois anos, o casamento terminou. Badia começou a trilhar seus próprios caminhos. Abriu uma empresa e alugou um salão de dança na rua Emad el Din, famosa na época pelos bares, casas de show e salões de dança. Badia também fundou uma companhia de espetáculos. No seu salão havia todo tipo de dança e canto, monólogos, pequenas comédias e também muitas dançarinas. Ela costumava apresentar um ou dois números em que cantava acompanhada por um coro de garotas dançando e cantando atrás dela, e terminava a noite com um grande número de vários estilos de dança egípcia, o que depois ganhou o nome de "Raqs Sharqui" (Dança Oriental).

A dança egípicia pura é o Baladi (que se refere a terra, país). No salão de dança de Badia muitos dançarinos, cantores e grupos, folclóricos ou não, se apresentavam. A Raqs Sharqui contava com uma dançarina solo, e a música tinha uma introdução forte, com grande orquestração, incorporando arranjos no estilo clássico egípcio e também ocidental. Além da Raqs Sharqui, também havia apresentações tradicionais e até estilos estrangeiros de música e dança.

O salão de Badia se tornou muito badalado, por muito tempo. Ela comprou um terreno na Praça da Ópera Real, lugar muito famoso no coração do Cairo. Lá construiu um esplendoroso prédio com um grande teatro e um salão onde apresentava cantores novos, que foram grandes revelações, como Farid el Atrache. Esse salão também revelou grandes compositores e músicos.

O prédio tinha, ainda, uma cafeteria e um bar, e, no segundo andar, um restaurante de primeira classe, com uma visão maravilhosa do Cairo.

Foi o salão de Badia Massabni que apresentou ao mundo grandes estrelas da dança, que hoje temos como referência, como Tahia Carioca, Samia Gamal, Naima Akef, Beiba Ezz Eddin e Juliet. O grupo de dança de Badia foi propulsor de muitas outras estrelas, como os comediantes Soraia Helmy e Ismail Yassin e os escritores Abu el Saud al Ibiary, Mahmud Fahmy, Ibrahim El Qalawy e Fahmy Aman. Eram esses nomes que dominavam o cinema, teatro e bares na década de 40 e grande parte dos anos 50 e 60.

As mudanças políticas no Egito fizeram Badia voltar para o Líbano, clandestinamente, principalmente depois da Revolução de 23 de julho de 1952, com medo de que toda sua fortuna fosse confiscada pelo novo regime republicano.

Badia produziu dois filmes, "Layali al Qahira" (As noites do Cairo) e "Maleket El Masareh" (A Rainha dos Teatros).

Depois de divorciar-se de Nageeb el Rihany, ela não se casou. Ao voltar para o Líbano, vendeu tudo que tinha no Egito para sua aluna Beiba Ezz Eddin, e abriu um restaurante nas montanhas do Líbano, onde viveu até o fim.

A Badia Massabni devemos muito, pela criação desse espaço que mostrou ao mundo a arte egípcia e nos deu tantas estrelas para hoje admirarmos e nos espelharmos.

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