Ace of Base
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Décadas:
90 Estilos: Club Dance, Euro Reggae, Euro Pop Na minha opinião, o ano de 1994 foi primoroso em matéria de Dance Music. Vários artistas já consagrados nos brindavam com seus novos trabalhos e novos artistas pipocavam por todos os lados, trazendo as mais variadas combinações de estilos. Neste ano, surge um grupo proveniente da fria Suécia, terra já conhecida no mundo musical por seus produtos mais famosos até então: o grupo ABBA e o duo pop Roxette. Agora, é a vez de um quarteto de jovens que realmente nunca pensou em se tornar o que é hoje: o Ace of Base. Jonas Peter Berggren, Malim Sofia Katarina e Jenny Cecilia são irmãos. Já Ulf Gunnar Ekberg é um amigo de Jonas que já fez de tudo na vida, como andar com gangues e usar drogas. Mas, após conhecer Jonas, mudou completamente de vida, pois percebeu que seria mais interessante fazer sucesso no mundo musical do que morrer de overdose. Os Berggrens são uma daquelas famílias que aparecem em filmes americanos, onde todos os membros participam de recitais nos domingos e feriados, ou seja, uma família com forte presença musical. Além disso, seus filhos sempre foram encorajados a estudar música e instrumentos musicais. Jenny e Malim chegaram a estudar violino, mas não desenvolveram muito esta área. Acabaram em se formar como professoras e trabalhar em escolas próximas. O Ace of Base formou-se a partir do encontro de Jonas e Ulf, que possuiam em comum um grande interesse por teclados e sintetizadores, estranhamente os mais antigos, muito utilizados durante a explosão do Synthpop, no início dos anos 80. Logo, eles pensaram em Jenny e Malim como vocalistas de seu projeto, que seguia uma linha mais "hardcore" de Techno, semelhante a grupos como Front 242. E nascia não o Ace of Base mas sim o Tech Noir. Mais tarde, a música do grupo tomou um rumo diferente, apelando para melodias de forte tendência Pop, e que incorporava vários elementos do velho Synthpop e até mesmo do Reggae. Agora sim, o Ace of Base estava formado! "Wheel of Fortune" foi o primeiro single do grupo (e não "The Sign"). O single foi inteiramente gravado numa velha oficina mecânica no subúrbio de Gothemburg. Entretanto, a rivalidade entre as gravadoras suecas não permitiu que o Ace of Base fosse devidamente reconhecido, só tendo alcançado sucesso em seu terceiro lançamento. Mas nesse ponto, a coisa já começava a acontecer. Na semana seguinte "Wheel of Fortune" perdia sua posição nas paradas para outra música do Ace of Base": "All That She Wants". Estranhamente, porém, o Ace of Base estourou primeiro na Noruega e na Dinamarca para, só depois, alcançar o merecido sucesso em sua terra natal. O álbum "Happy Nation" veio justamente para consagrar o sucesso dos dois primeiros singles. O sucesso na Europa já era um fato, mas a América (sempre ela...) ainda não tinha se dado conta daquele fenômeno que surgia e que já varria toda o velho continente. Foi quando Clive Daves (presidente da gravadora Arista) percebeu que o Ace of Base era sucesso certo nos EUA, pois tinha acabado de passar férias no Mediterrâneo e foi perseguido pelo som do grupo por todos os lugares onde passou. Assim, veio a consagração mundial, pois é necessário que TODA música passe pelo "controle" de qualidade americano (de gosto duvidoso, é verdade...) para que possa desembarcar em outros lugares como América Latina. Após estourar na América, o sucesso do Ace of Base trouxe um costume que seria marca registrada do grupo: lançar álbuns diferentes na Europa e na América. Por exemplo, o álbum "Happy Nation" lançado nos EUA contém a música "Living in Danger", em sua versão original. Já a versão européia não trazia o single. O mesmo aconteceria com o futuro álbum "Cruel Summer" (nos EUA) e "Flowers" (na Europa). O segundo álbum do grupo foi "The Bridge", lançado em 1995. O álbum contrariou todas as opiniões maldosas a respeito do grupo, que diziam ser "a banda Pop de verão", ou seja, de apenas um álbum. Aconteceu o contrário: o álbum fez quase tanto sucesso quanto o primeiro, trazendo os ótimos singles "Lucky Love", "Beautiful Life" e "Never Gonna Say I'm Sorry", todos devidamente remixados inúmeras vezes por DJ's ao redor do mundo (fato que faz o Ace of Base agradecer a todos os DJ's do mundo nas seções dedicatórias de seus álbuns). 96 foi o ano do Ace of Base no Brasil, que tocava os hits do grupo em quase todas as rádios. Em 98, veio "Cruel Summer", trazendo o single de mesmo nome como carro chefe. Esta música foi o hino de verão do ano de 84, gravado originalmente pelo trio New Wave Bananarama. O cover acabou ficando perfeito nas mão do Ace of Base, que deu uma nova roupagem a música, sem ser repetitiva e, embora lembre muito a versão original, soa como uma música totalmente nova! A evolução musical fica evidente no novo trabalho, mostrando uma maturidade técnica por parte de Ulf e Jonas e vocais mais apurados (como se isso fosse possível) por parte de Malim e Jenny. Infelizmente a burocracia das rádios brasileiras não permitiu que conhecessemos os outros singles do álbum. Tudo bem! O Ace of Base já tem seu público cativo, que não depende de fracas mídias tupiniquins para curtir música de qualidade. |