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Bomb the Bass

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Décadas: 80, 90

Estilos: Acid House, Electronica, Hip Hop, Trip Hop, Techno

DJ Tim Simenon

Bomb the Bass foi o nome de trabalho do DJ inglês Tim Simenon, nascido em Londres no ano de 1968. Ele foi uma das pessoas por trás do movimento "Acid House", que trouxe uma nova dimensão à Dance Music, na época. Um caminho totalmente novo e revolucionário por diversos tipos musicais. Curiosamente, Tim não é um "inglês autêntico", pois seus pais são imigrantes da Malasia. Daí sua aparência oriental.

Em 1987, quando era DJ residente no Wag Club (Londres), ele frequentou um curso sobre engenharia de estúdio, onde adquiriu amplo conhecimento sobre instrumentação eletrônica. Mais tarde, aplicou seus novos conhecimentos na produção de sua primeira música. "Beat Dis", que foi sucesso instantâneo. Mas como? Se você conhece a música, pode pensar que, por ser um tanto estranha e nonsense, como ela poderia ter cruzado mares e continentes carregando o nome de Tim Simenon?

Existe uma explicação. O músico moderno não aprende a tocar instrumentos. Aprende informática, hardware, programação, operação de equipamentos, MIDI. E, exatamente nessa época, surge uma tendência que definiria um padrão naqueles tempos: a colagem. Trata-se de pegar um ou dois drumloops, encadá-los ao infinito e adicionar toneladas de samples de todas as partes, desde descarga de privada até o som de uma metralhadora disparando na guerra Irã/Iraque. Um detalhe interessante é que, justamente nessa época, os computadores finalmente alcançavam a potência necessária para que pudessem efetivamente ser usados na produção musical.

Tim usou temas de seriados antigos, samples de outros artistas como Enio Morricone e Public Enemy, sons industriais e mais ou menos 300 outras fontes. Lançada logo após o marco "Pump up the Volume" do grupo M/A/R/R/S, "Beat Dis" alcançou o número 2 das paradas britânicas daquele ano. Graças aos aperfeiçoamentos na área de "sampling" e MIDI, ele foi capaz dessa proeza e se tornou influente entre os DJ londrinos.

Historicamente, a colagem representou o encontro do House com o Hip Hop, e originou produtos interessantes como o HipHouse, o Eurodance e o Drum'n Bass (no primeiro mundo). Aqui, transformou-se no Funk carioca.

Em 1988, Tim lança seu primeiro LP, "Into the Dragon", e apresenta ao mundo a equipe "Bomb the Bass": vocalistas como Maureen Walsh, o também produtor Pascal Gabriel e Emilio Pasquez (responsável por alguns House hits da época, e também pela bassline devastadora de "Beat Dis"). Além da música citada, o LP trouxe também três outros megahits: "Megablast (Hip Hop on Precint 13)", Don't Make me Wait" e "Say a Little Prayer" (cover de Burt Bacharach), contando com os vocais da cantora Maureen Walsh. Tim tornou a prática DJ-como-produtor muito popular. Nesse disco, a maioria das outras músicas segue a tendência de "Beat Dis", ou seja, Hip Hop's eletrônicos e colagens dotadas de muita energia e criatividade. Seguiram-se trabalhos com artistas do calibre de Neneh Cherry ("Buffalo Stance" e "Manchild"), Seal ("Crazy") e Adamski ("Killer"). Porém, seu trabalho como produtor não foi reconhecido o suficiente e a compensação financeira também deixou a desejar, visto o enorme sucesso que estas músicas fizeram no início dos anos 90. Então, ele voltou a trabalhar como Bomb the Bass, embora recebendo pesadas críticas por usar um nome tão "bombástico" em plena Guerra do Golfo (como se a vergonha maior não fosse a guerra em si).

Seu segundo LP foi "Unknown Territory", lançado em 1991. Este álbum mostrou mais uma vez que Tim possuia uma visão de futuro surpreendente, pois antecipou o que, mais tarde, seria conhecido como "Trip Hop". Isso explica o nome do álbum, pois ele era uma viagem por um território totalmente desconhecido, onde Tim usou toda sua paixão pelo Hip Hop e o fundiu com os elegantes vocais do House. O resultado foi surpreendente! O álbum não se tornou datado, e conta com belas baladas eletrônicas para deleite da galera mais "calminha". "Winter in July" e "Love So True" não nos deixam mentir.

Finalizado o LP, Tim voltou a trabalhar como produtor, contribuindo com a cantora Björk e a modelo Naomi Campbell. Em 1995, ele fundou seu próprio selo "Stoned Heights" e lançou seu terceiro LP, "Clear", este já um pouco diferente de seus álbuns anteriores, apresentando mixes de Hip-Hop, Soul e Dub (este último muito utilizado por artistas Techno atuais como Massive Attack e Goldie). Tecnicamente falando, "Clear" é um álbum difícil (como Alan Wilder adora ser classificado), pois não tem um só hit "radiofônico", mas apresenta uma surpresa a todos aqueles que pensavam que Tim estava preso às raízes House/Techno da virada 80/90. E é curioso como em todos os três álbuns de sua carreira ele não se repete em nenhum! Nada de fórmulas ou macetes. Tudo novidade. Tim também contou com participações de artistas de peso como Sinnead O'Connor, Bim Sherman e o rapper Justin Warfield. Algumas canções como "One to One Religion", "Empire" (esta com Sinnead O'Connor), "Bug Powder Dust" e "Braindead" são verdadeiras obras de arte da eletrônica. Tudo isso sem mencionar que o álbum teve duas versões: uma mais "dance", lançada na Inglaterra e uma mais "trip", lançada nos EUA. Após isto, Tim vem se dedicando à carreira de produtor, recrutando novos artistas para seu selo e preparando a nova geração de talentos nas pick-ups. Seu último trabalho como produtor foi com o conjunto Depeche Mode, transformando totalmente seu som em algo mais denso e viajante. Dê uma olhada no álbum "Ultra", no single "Only when I lose Myself" e veja o que eu estou dizendo!

E o que Tim anda fazendo hoje? Bem, ele se mudou para Amsterdã, onde continua fazendo o que sempre fez: música. E agora com um novo selo (ou seria o antigo com nome trocado?) "Electric Tones", ele frequentemente lança novos artistas no underground europeu. E em 2001, temos o retorno de seu projeto Bomb the Bass, no EP "Clearcut", que conta com belos vocais de uma cantora chamada Valerie Trebeljahr que, segundo dizem, tem uma voz arrasadora, que cai como uma luva nas famosas batidas e basslines "bombadas"! Mas, como seria o Bomb the Bass do século XXI? Obviamente, quase Drum'n Bass, como todo artistas "modernoso" que se preze. E o novo trabalho é muito próximo ao famoso som de batidas quebradas. Nem preciso dizer que é mais ou menos impossível que o single chegue por aqui. Paciência...

TRIVIA: Em 1991, ao lançar o single "Love so True", Tim usou seu próprio nome ao invés de Bomb the Bass. Acho que o cara não queria confusão e resolveu ceder. É cada polêmica idiota, não é?

TRIVIA 2: Bomb the Bass já foi até tema de jogo de computador! O game "Xenon", para computadores Amiga contou com uma releitura de "Megablast" feita especilmente para a batalha espacial repleta de energia e velocidade. Vale a pena dar uma pesquisada no Google e procurar por "Xenon", mas se você for meio preguiçoso, aqui vai um endereço onde é possível baixar "Xenon 2 Megablast" e algumas outras trilhas clássicas dos 8 bits: Flat Batteries

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