New Order
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Décadas:
80, 90 Estilos: Synth Pop, New Wave, Club/Dance, Alternative Dance, Dance Pop De tão importante que foi o movimento Punk, a música britânica pode ser classificada em "pré-Punk" e "post-Punk", referindo-se ao impacto que este causou na produção musical daquele país. Entre os artistas mais significativos do "post", temos a banda Joy Division. Só que ninguém poderia imaginar que, de um conjunto tão "cabeça" como o Joy Division, pudesse surgir uma das mais influentes bandas do universo Dance como o New Order. Mas antes, um pouquinho de história. Em 1976, o guitarrista Bernard Albrecht e o baixista Peter Hook estavam decididos a fundar uma banda, após um concerto dos Sex Pistols. Então, eles acabaram recrutando o vocalista Ian Curtis e o baterista Stephen Morris e assim, fundaram a pérola post-Punk Joy Division, nome que fazia referência à uma divisão do exército nazista durante a Segunda Guerra. Foi uma banda única em seu contexto, pioneira no uso de sintetizadores em seu som denso e deprê. Somava-se a isto as performances de seu vocalista, que era epilético. Conta a lenda que, às vezes, era difícil diferenciar as performances dos ataques, em palco... Em 79 eles lançaram o primeiro (e único) álbum da banda, "Unknown Pleasures". O futuro da banda parecia promissor, visto que tinha grande aceitação por parte da mídia e público. Mas, infelizmente, em 18 de Maio de 1980, Ian Curtis suicidou-se. Isso foi um trauma muito grande para o público e, principalmente, para os outros integrantes da banda, uma vez que eles haviam concordado em acabar com o grupo se um dos integrantes morresse. Mas, quem queria parar? Após alguns meses de reclusão, os outros três integrantes voltaram a cena, já como New Order. As novidades eram Gillian Gilbert nos teclados e Bernard Sumner (ex-Albrecht) nos vocais. O novo grupo estreou em 81 com o single "Ceremony", uma música originalmente escrita para o Joy Division, mantendo uma atmosfera tão densa quanto a da antiga banda. Logo em seguida, é lançado o LP "Movement". A crítica foi rápida em apontar o New Order como uma tentativa de resgatar a glória do Joy Division, mas que não daria certo. Entretanto, com o lançamento do single "Everything's Gone Green", o quarteto começou a usar pra valer os tão polêmicos sintetizadores, buscando inspiração no lendário Kraftwerk, e também no novo som proveniente de Nova York, este baseado em batidas eletrônicas e samplers. Em 82, o single "Temptation" confirmou as tendências, e o New Order começou a fazer história nas pistas de dança. Depois de um hiato de quase 1 ano, o New Order ressurge com grandes planos para 83. Lnaçam o single "Blue Monday" que se torna um dos singles mais vendidos de todos os tempos. Este single trazia algumas peculiaridades. A começar pela embalagem: trazia a figura sugestiva de um disquete de computador (daqueles de 5 1/4"), e não trazia nenhuma informação sobre a banda. Já o som era uma coisa nova: baterias eletrônicas mostrando batidas insistentes e repetitivas, os teclados de Gillian mostrando uma sonoridade bem Techno e os vocais mecânicos de Bernard dando o tom. Mas não era só isso. Eles lançaram um de seus álbuns mais brilhantes "Power, Corruption and Lies" e um projeto ousado: a fundação do primeiro mega-clube da Grã-Bretanha, o famoso Hacienda. Segundo ex-frequentadores, o Hacienda já tocava House muito antes de Frankie Knuckles e Marshall Jefferson e foi peça fundamental no desenvolvimento da cultura clubber naquele país. (o Hacienda trouxe também muitos problemas para seus donos, como veremos adiante). A partir de então, o New Order se uniu ao desconhecido (na época) produtor Arthur Baker, e lançou mais uma de suas pérolas Dance "Confusion", que também fez muito sucesso nos EUA. Em 85, com a colaboração do produtor Quincy Jones (responsável por "Thriller" de Michael Jackson), mais dois singles: "Thieves like Us" e "Murder". E mais uma férias. 1985. O sucesso do single "The Perfect Kiss" faz traz de volta o sucesso do New Order com seu novo álbum "Low Life". E pela primeira vez, temos fotos dos integrantes na capa e encarte. Em 86, o álbum "Brotherhood" traz mais um monte de singles bem sucedidos como "Bizarre Love Triangle". Mais um ano e mais um álbum "Substance", uma coletânea de singles, remixes e músicas novas (curiosamente, o Joy Division também tem uma coletânea chamada "Substance"...). A coletânea detonou nos EUA, lançando o novo single "True Faith" direto na 32ª posição da parada da Billboard. 88 teve o relançamento de "Blue Monday" em "versão 88" e, em 89, o álbum "Technique" faz enorme sucesso na então nova cultura House, que atingia seu ápice. 1990 fecha esta fase do New Order, com o lançamento de "World in Motion", hino feito para o time inglês que jogou a Copa de 90 (Itália). Estranhamente, a estéia do New Order nos anos 90 ficou só nisso. Durante 3 anos, os integrantes da banda começaram a se dedicar a projetos solo como "Revenge", projeto solo de Peter Hook. Gillian e Stephen investiram em temas para programas de TV com o nome "Other Two". Mas foi Bernard que se deu bem, tendo concebido o "Electronic", resultado do encontro entre o vocalista, o guitarrista Johnny Marr (The Smiths) e os Pet Shop Boys. Só em 93, o New Order retorna aos estúdios e finaliza "Republic". Mas os tempos são outros... Lembra que nós falamos do Hacienda? O super clube tinha chegado a um ponto tal de megalomania que começou a detonar as finanças dos músicos/sócios. E não havia retorno finaceiro. Só prazer. Aí, os problemas existenciais começam a surgir. A gravadora começa a exigir garantias de retorno financeiro por parte do grupo, uns começam a estranhar os outros e a mágica acaba. E embora "Republic" seja um ótimo álbum, é clara uma falta de direção nas músicas, que pretendem abranger um universo sonoro muito grande e acabam não chegando a lugar nenhum. Salvam-se com mérito os singles "Regret" e "World (The Price of Love"). Inclusive, "Regret" tocava na trilha sonora da novela Olho no Olho, de 93. Bons tempos... Rumores sobre a separação do grupo tornaram-se fortes, mas nem confirmados nem desmentidos pela banda. O fato é que eles nem se atreveram a fazer nada durante os 90's restantes, voltando a se dedicar à seus projetos solo. Bernard lança o segundo álbum do Electronic (com o single "Disappointed") e Hook cria um novo projeto: o ótimo Monaco (dois álbuns e singles muito bons como "What do you Want from me" e a verdadeiramente dançante "Sweet Lips"). E quando ninguém esperava, eis que surge o New Order, "economicamente despreocupado" e com o novíssimo single "Brutal". É um som mais cru do que o tradicional e agrega tendências e técnicas características deste final de anos 90. O single fez parte da trilha sonora do filme "The Beach" (A Praia) e foi lançado em 2000. Em 2001 é lançado "Get Ready", álbum ultra badalado, visto a gama de possíveis produtores "eletrônicos" e contribuições até de Billy Corgan (ex-Smashing Pumpkins). Entretanto, para surpresa de todos, o álbum não é um disco eletrônico e sim... ROCK'N ROLL. O New Order, querendo ser do contra e diferente, lançou um álbum baixo, guitarra e bateria. Adivinhem o que aconteceu? |