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Snap!

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Décadas: 80, 90

Estilos: House, Techno, Rap, Eurodance, Club/Dance, R n' B

O rapper Turbo B

O Snap! todo mundo conhece! Juntamente com Technotronic e 2 Unlimited, o Snap! fez parte da primeira geração da Dance Music moderna, e que daria origem a estilos como Eurodance e Hi-NRG. Com estes artistas, uma nova concepção nascia: as frontlines, ou seja, uma dupla, geralmente homem/mulher que era a cara do "projeto", que na verdade era idealizado e produzido por pessoas nos bastidores. O caso do Technotronic chegava ao extremo de ter pessoas dublando no palco. Já com o Snap! era diferente: ótimas cantoras sempre foram companhia cativa para o rapper Turbo B, o que trazia uma incrível combinação da potência vocal do rapper e da emoção quase Gospel/Soul das cantoras. Sem dúvida uma obra de gênios!

Lembro-me como se fosse ontem... na época que rolavam shows descentes no Brasil, tanto Technotronic e Snap! vieram aqui mesmo, em BH. E que show o do Snap! No Mineirinho e tudo. E eles fazendo lá o som ao vivo, para uma multidão ensandecida grintando o nome de Turbo B! Diferente do caso do Technotronic, que terminou em quebra-quebra, tudo porque a galera reparou que os caras estavam dublando...(!)

O Snap! surgiu na Alemanha, mais precisamente em Frankfurt. Lá, a dupla de produtores Michael Muenzing e Luca Anzilotti já era famosa na noite alemã. Mas ao decidir por algo novo e totalmente revolucionário, os dois optaram por pseudônimos e anonimato. Assim, Michael e Luca se tornaram Benito Benites e John "Virgo" Garrett III, e começaram a trabalhar em seu novo projeto. Isso também ajudaria a esconder a nacionalidade dos artistas, visto que havia um preconceito muito grande contra produções alemãs.

Nessa época, Darron Butler, um rapper americano estava justamente vivendo em Frankfurt. Ao ser ouvido pelos produtores, estes decidiram que Darron seria a peça central do projeto. Após as formalidades, Darron se tornou Turbo B, e trouxe consigo a cantora Jackie Harris, que seria a outra metade do que se chamaria Snap!. E assim, é lançado o álbum "World Power", que se transformaria num dos maiores best-sellers Dance da história, graças a canções como "Ops Up", "The Power", "Cult of Snap" e a maravilhosa "Mary Had a Little Boy". Isso foi em 1990.

Como bem disse um crítico, o grande mérito do Snap! está em não apenas criar uma música e depois fazer zilhões de cópias apenas para vender. Cada single do Snap! era completamente diferente do outro, apresentando uma ampla gama musical como House, Techno, Hip Hop, R'n B, e música étnica.

Em 92, sai o tão aguardado segundo álbum entitulado "The Madman's Return", que foi o tiro Pop nas paradas de sucesso, com músicas feitas para tocar no rádio e nas pistas de dança. O álbum traz o mesmo Turbo B, porém com outras cantoras, entre elas, Thea Austin e Penny Ford. Este álbum já traz uma concepção mais Dance/Techno com hits dançantes como "Rhythm is a Dancer" (isso mesmo, aquela do Clube das Mulheres...), "Exterminate", e "See the Light", cada uma diferente da outra, aprsentando um mix de Techno, House e uma prévia de Trance. O disco e os singles ficaram muitas semandas nas paradas Pop mundiais e, na minha opinião, foi o melhor do Snap!.

1994. O álbum agora é "Welcome to Tomorrow", sem Turbo B, e só com músicas viajantes e com elementos étnicos. O disco é uma reviravolta no som do grupo, pois adota um som novo, na época: o Trance! Sim, o som que crescia cada vez mais na preferência do underground dançante europeu fez com que o som do Snap! se tornasse mais complexo e, ao mesmo tempo, menos aceitável pela mídia. A esta altura o bpm já ultrapassa a barreira dos 140, e prova que pode haver vida inteligente além desta marca. Mas este álbum não vende tanto quanto os dois outros (talvez os fãs estivessem esperando mais um álbum Pop...), embora tenha recebido boas críticas da imprensa especializada em Dance Music. Sempre de dois em dois anos, 96 tem o lançamento de "Best of Snap! Attack", uma coletânea dos três primeiros álbuns. Imperdível!

Após quatro anos de um silencioso hiato, eis que ressurge das cinzas um revigorado Snap! em 2000, com o álbum "One Day on Earth". Turbo B está de volta, ao lado de uma nova cantora chamada Maxyan". O single é "Gimme a Thrill" e representa uma volta ás raízes do Snap!, ou seja, um Rap da melhor qualidade. Lembra até "The Power", mas vocês sabem, os tempos são outros...

Não importa o quanto o Snap! é ou não sucesso, o que importa é que este ícone da Dance Music moderna merece todo nosso respeito, e pode nos dar uma aula de como pode haver vida inteligente, não importa o número de bpm's. Tanto que, em 2003, muitos dos sucessos Eurodance ganharam novas roupagens Trance (claro...), para que pudessem ser curtidos pela geração seguinte aos alegres anos 90. Dentre eles, Culture Beat com "Mr. Vain Recall", Masterboy com "Feel the Heat of the Night" e, óbvio, Snap! com "Rhythm is a Dancer 2003", que cometeu a heresia de retirar os vocais de Turbo B. Sinceramente? Fique com os originais...


TRIVIA: Talvez você não tenha reparado, mas as músicas do Snap! não tem nenhuma virada. Isso mesmo, aquele tum, tum, tum, tumtumtum. Nada de batidas quebras e tal. Incrível, mas isso não prejudica em nada o feeling das músicas. Os caras são mesmo os caras...

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