Trance
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Trance é, mais ou menos, um produto característico dos anos 90. É bem verdade que, no início do Acid House já haviam músicas que induziam ao "transe" com suas batidas repetitivas. Mas a verdadeira explosão aconteceu em fins da década de 90, substituindo o House como estilo dançante preferido das massas. Tecnicamente falando, o Trance é de fácil indentificação, tendo como caraterística uma batida rápida (mas nem tanto, uns 140 a 145 bpm) e muuuuito repetitiva, início meio e fim, mas com pouca variação rítmica. Geralmente, começa um tanto calmo, de repente acelera, atinge um ápice e, depois, se acalma. O "sampling" é raro, as vezes até inexistente, pois os produtores de Trance preferem trabalhar com material original (incluindo as batidas, snares, hihats...), diferente do House e do Drum'n Bass. É estranho mas o Trance não alcançou o mainstream de imediato (início dos 90's), tendo sido atropelado pelo Jungle e pelo Hip Hop. Mas, a cena dance européia mudou de tal forma que acabou resultando no próprio Trance! Na Alemanha, o Trance sempre teve lugar garantido entre os DJ's locais, fazendo com que eles levassem vantagem na evolução musical, transformando Berlim na capital do Trance. Atualmente, o Trance alemão segue uma linha mais calma, capturando influências do fim da era House e do Eurodance. E hoje, o Trance virou Pop, fazendo surgir o Trance Pop (dããã!!!). No Trance Pop, artistas como Paul Van Dyk, Fragma, Lasgo, Safri Duo, Alice Deejay, Ian Van Dahl e DJ Encore ditam as regras quando o assunto é aplicar letras Pop nas múltiplas synth lines e strings. Entretanto, como todos as outras vertentes da Dance Music, o Trance dividiu-se em algumas variações, tendo hoje (2005) o Hard Trance e o Psy Trance como as mais representativas. Claro, ambas se detestam. Mas, qual é a diferença? O Hard Trance é um tipo de Trance bem diferente da era Alice Deejay: as batidas são MUITO MAIS FORTES (chegam até a irritar...), a melodia é bem simples, e as linhas de baixo resumem-se a quatro / doze notas. Aqui se encaixa o Trance Pop, que você ouve nas Jovem Pans da vida, e que causa a ira da galera mais underground, que já pressente um futuro semelhante ao que ocorreu com a House Music. Já o Psy Trance é algo realmente underground, visto que faz sucesso em alguns lugares no mínimo curiosos como África do Sul e, pasmem, ISRAEL (e você que nem sabia que eles ouviam música...) Na minha opinião, o Psy Trance realmente poderia ser considerado a música do fim do mundo (como diziam os especialistas a respeito da House Music, no início dos anos 90): o bpm é alucinante, e não há a mínima chance de se transformar o Psy Trance em algo comercial. Não existe harmonia, acordes, etc... é só batida, distorções, "filter sweeps" e toneladas de efeitos esquisitos. Neste estilo, temos alguns artistas chave como Infected Mushroom, Logic Bomb e Juno Reactor. Mas é curioso que a maioria dos "artistas virtuais" da internet se dedique ao Psy Trance, sendo um estilo muito popular na grande rede. E falando na rede, se existe um som que é a cara da internet, este som é o Trance: é muito fácil encontrar pessoas que compartilham músicas próprias em formato mp3, bem como produções caseiras feitas com programas baixados na própria rede. Hoje, é pefeitamente possível produzir e mixar uma música no computador caseiro, sem a necessidade de sequer pisar num estúdio de milhares de dólares. E viva a democracia e liberdade de criação! ARTISTAS:
PARA OUVIR:
040 feat. Erica Baxter - Dreams
Paul Van Dyk - We're Alive
Kriss Greko - Surrender
DJ Encore - I See Right
Ian Van Dahl - Will I?
Ferry Corsten & DJ Tiesto - Dreamtime
Alice Deejay - Better Off Alone
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