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   A música segundo os filósofos chineses

     "A música vem do coração do homem. A harmonia do coração gera a harmonia da respiração, a harmonia da respiração produz a da voz e a voz é o símbolo da harmonia existente entre o céu e a terra". Segundo os filósofos chineses, a música é a essência da harmonia existente entre o céu e a terra e entre esta e o ser humano.

        A relação entre o céu e a terra tem a expressão numérica 3:2 (o três representa o céu e o dois a terra). Seria fundamental na organização do sistema musical. Já que sua aplicação prática ao comprimento do tubos, corresponde a uma quinta justa.

        Esta inclinação em sua concepção organológica. Assim, classificaram os instrumentos musicais de acordo com os outros elementos que, segundo eles, brinda a natureza. Todos participam, de alguma maneira, dos mesmos: pedra, metal, terra, bambu, madeira, cabaça, papel e seda.

        Relacionavam os instrumentos musicais com os pontos cardeais, com as estações, com o céu e a terra outorgando a tais relações certos simbolismos, que deviam ser cuidadosamente respeitados. Exemplo típico neste aspecto é o Kin. Este instrumento rústico, associado durante muito tempo à vida intelectual chinesa, a Confúcio, ao taoísmo, e ao simbolismo e legendas.

        Se diz que foi o primeiro soberano místico. Fou-Hi, é o inventor do Kin. Portanto é o mais antigo e clássico representante instrumental do mundo. Fou-Hil havia construído de acordo a diversas características cosmológicas: tábua de harmonia curvada como o céu e fundo chato como a terra: sete cordas que representam os sete corpos celestes: uma longitud de 3,66 pés chineses, que indicam o número máximo de dias que se passa em um ano; 13 tarrachas de marfim onde indicam de onde  devem prender as cordas e que representam as 12 luas mais a lua intermediária, e finalmente as cordas (agrupadas debaixo do instrumento no 3 e 4) devem ajustar-se a prescrições numéricas para estabelecer a correspondente relação com o macrocosmos.

        Confúcio, Laotsé e outros pensadores chineses da antigüidade, não eram representantes do gosto musical popular, senao de uma música refinada e de "elite". Tal qual os profetas hebreus e certos filósofos gregos, procuravam modificar os costumes de sua época. Pode-se atestar isto através dos tons polêmicos de seus escritos.

        No Li-ki se lê: "Os animais conhecem bem o ruído mas não o som: nós conhecemos bem o som, mas não a música, só um espírito nobre é capaz de compreender o sentido da música". para o músico chinês conseguir a comunicação espiritual era a finalidade principal da música. Um interprete devia executar para que outra pessoa o pudesse entender e se estabelecer entre ambos um diálogo espiritual de kin chamado Yu-Po-Ya. Só uma pessoa podia entender a música de Yu-Po-Ya. Só com esta pessoa podia se comunicar mediante os sons. Ao morrer esta Yu-Po-Ya renuncio a seu instrumento. Sua música carecia já de sentido.

        Confúcio dizia que a música do homem nobre é doce e delicada, de efeito animado e estimulante, e que os movimentos violentos e provocativos não existem em sua execução. A música do homem comum é ruidosa e movida. Depois de executada, seu efeito se dilui como a violência e a morte.

        Nesta oposição marcada de caracteres devemos ver uma profunda distancia, um marcado divórcio entre a música do povo e a de "elite" intelectual. Esta crê que só ela podia gozar e compreender a profunda mensagem dos sons.

Fonte: Pergamo, Ana Maria Locatelli de. "A música tribal oriental y de las antiguas Culturas mediterranias". Buenos Aires. Ricordi.

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