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Os Maias

Das três grandes civilizações pré-colombianas (antes de Colombo), os maias são os mais misteriosos e provavelmente os mais antigos.A cultura estava em declínio quando os europeus chegaram às Américas, devido a causas ainda não certas.
A civilização Maia, muito provavelmente, foi a mais antiga das civilizações pré-colombianos, embora jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos Astecas e Incas.
Os Mais floresceram no século IV d.C. na Península de Yucatán, onde hoje ficam o México, Beliza e Guatemala. Jamais foram um império, embora possuíssem uma cultura comum.
Sempre se organizaram em cidades-estados, porém, na época da conquista espanhola, encontravam-se quase na decadência total.
Os historiadores dividem freqüentemente a história maia em dois períodos:
Antigo Império: abrange de 500a.C. até 600 d.C.
Novo Império: abrange de 600d.C. até a invasão espanhola
Portanto, praticamente coexistiu com o Império Romano, se incluirmos aí o Império Romano do Oriente (Bizantino).
Os maias desenvolveram uma escrita hieroglífica que, ao contrário dos hieróglifos egípcios eram esculpidos e não pintados, aliás, os maias eram os melhores escultores do Novo-Mundo.
Infelizmente pouco material sobreviveu à invasão branca que destruía tudo em nome da fé católica "contra as heresias pagãs".Os melhores vestígios dessa escrita são os livros de Chilan Balam (a pedra de roseta das Américas), escritos em língua maia, mas com caracteres latinos que ajudou muito na tradução de parte dos hieróglifos.
Desenvolveram também o melhor calendário dentre os povos antigos. Na verdade tratam-se de vários calendários conjugados que registravam os fatos de maior vulto de sua história. Gravados no interior de seus templos-pirâmides, cada acontecimento digno de nota recebia uma estrela comemorativa. A pirâmide retratada acima, é um gigantesco calendário, com uma escadaria de 91 degraus de cada lado, somavam-se 364, mais o patamar superior, 365, os dias do ano solar.
Em termos de números, foram os que mais construíram pirâmides na história, quase todas as construções maias tinha o formato de pirâmide.Se no Egito antigo suas pirâmides eram destinadas a servir de túmulo de um soberano, entre os maias eram destinadas a servirem de observatórios astronômicos, apenas os sacerdotes, depois de um ritual de purificação podiam subir nesses templos-observatórios. Contudo, em 1952 Ruz Lhuillier descobriu na "Pirâmide das Inscrições", uma escada em forma de caracol no piso que estava completamente obstruída por terra e pedras, depois de três anos de escavações para desobstruir o caminho, chegou a uma câmara mortuária com um sarcófago coletivo com seis corpos com detalhes de rituais bastante semelhantes aos do Egito, o que leva arqueólogos a aventarem a hipótese de algum aventureiro egípcio que teria chegado e ganhado o respeito dos nativos do local.
Templo dos guerreiros. Construção maia
Os maias inventaram jogos de bola. Feitas com o látex da árvore seringueira essas bolas serviam não para diversão, mas para competições sagradas e para resolver disputas. Os maias levavam tão a sério essas competições que o chefe do time perdedor era decapitado e sua cabeça servia como troféu para o time vencedor.
Em Chichém-Itzá existe ainda o maior campo de jogos de bola das civilizações meso-americanas que se têm notícia.O alvo do jogo era um pequeno arco de pedra situado à cerca de 4m de altura e de acordo com as regras do jogo, não se podia tocar na bola nem com as mãos nem com os pés, apenas com os cotovelos e joelhos e era uma partida que podia se arrastar por vários dias.Posteriormente os astecas, seus sucessores mais poderosos militarmente, assimilaram muito da cultura maia, inclusive esses jogos rituais, assim como os romanos assimilaram a cultura grega.
Campo de jogo em Chichém-Itzá.

Sociedade



Rigidamente dividida em três classes às quais o indivíduo pertencia desde o nascimento. Primeiro, a família real, incluindo ocupantes dos principais posto do governo e os comerciantes; em seguida, servidores do Estado, como dirigentes das cerimônias e responsáveis pela defesa e cobrança de impostos, na camada mais baixa, os braçais e agricultores.

Governo

No período de apogeu da civilização maia, é muito provável que as cidades
maias tivessem sido sociedades teocráticas e pacíficas. As guerras que ocorriam na maioria delas
era para obterem prisioneiros para serem sacrificados aos deuses.


Religião


A religião dos maias assemelhava-se à de outros povos da região, cultuavam
divindades ligados à caça, à agricultura e os astros. Os maias acreditavam que o destino do homem era regido pelos deuses, e para eles ofereciam alimentos, sacrifícios humanos e animais.


Economia


A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho, praticada com a ajuda da irrigação, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas tropicas nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais cuja classe dos comerciantes gozavam de grandes privilégios.


Atividades agrícolas e comerciais


Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.
É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo o excedente que necessitavam a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer a erosão.Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio.
Ao lado desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas. Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em seguida, ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado. Com um bastão faziam buracos onde se colocavam as sementes.
Dada a forma com que era realizado o cultivo a produção se mantinha por apenas dois ou três anos consecutivos. Com o desgaste certo do solo, o agricultor era obrigado a procurar novas terras. Ainda hoje a técnica da queimada, apesar de prejudicar o solo, é utilizada em diversas regiões do continente americano.
As Terras Baixas concentraram uma população densa em áreas pouco férteis. Com produção pequena para as necessidades da população, foi necessário não apenas inovar em termos de técnicas agrícolas, como também importar de outras regiões produtos como o milho, por exemplo.
O comércio era dinamizado com produtos como o jade, plumas, tecidos, cerâmicas, mel, cacau e escravos, através das estradas ou de canoas.