BREVE HISTÓRIA DO PAGANISMO E ÁSATRÚ

Este texto tem o propósito de popularizar certos termos comuns
ao estudo academico sobre o paganismo.

 

O que é paganísmo/ um pagão?
  As palavras paganísmo e pagão vieram do Latim "paganus", 
termo que designa uma pessoa que reside no campo. Essa é
 uma referencia ao período em que os citadinos cultos do 
Império Romano estavam sendo convertidos à nova religião, enquanto
 a gente do campo ainda seguia os Velhos Caminhos. O termo foi utilizado
 originalmente pelos kristãos citadinos de roma com um significado
 pejorativo querendo dizer algo como "religião de caipira". Enquanto que
 estes, que com o tempo abraçaram o termo com outro significado, que seria
 "alguem que cultua as forças da natureza". Entretanto, a medida que o
 kristyanismo cresceu em tamanho e em poder politico, perverteu o seu
 significado para algo como: "Homem sem religião ou sem Deus", como se
 eles fossem a unica religião valida... 
(Considerando a hipotese de eles serem realmente validos para alguém)
   Neopagãos mantem uma reverencia para a Terra e todas
 suas criaturas geralmente vendo toda a vida como interconectada
 e tendem a buscar se sintonizar a si próprios as manifestações
 desta crença como vista nos ciclos da natureza. Pagãos são usualmente
 politeístas (acreditam em mais de uma divindade), e eles usualmente acreditam
 na imanencia, o conceito de energia divina residindo em todas as coisas. 
Muitos pagãos, apesar de politeístas, vem todas as coisas como sendo parte de
 um Grande Misterio. A aparente contradição de ser tanto politeísta e monoteísta
 pode ser resolvidas pelo ver o Deus/Deusa/Deuses/Deusas como mascaras vestidas pelo
 Grande Misterio. Outros pagãos são simplesmente monoteístas ou politeístas. 
Paleo-paganísmo: O padrão do paganísmo, uma cultura pagã que não tenha sido 
rompida pela "civilização" e/ou por outra cultura --
modernos aborigenes Australianos 
(que provavelmente se tornaram meso-pagãos), 
a Antiga Religião Celtica (Druidísmo), as religiões das culturas pré-patriarcais
 da Antiga Europa, a Antiga Religião Norse ou Nordica, 
religiões Nativo-Americanas pre-Colombianas, etc.
Civilo-paganísmo: as religiões das comunidades "civilizadas" que
 envolveram as culturas paleo-pagãs-- Religião Classico Greco-Romana, 
Religião Egipcia, paganismo do Oriente-Medio, religião Azteca, etc.
    Meso-paganísmo: um grupo, que pode ou não constituir uma 
cultura separada, que foi influenciada por uma cultura conquistadora, mas 
que pode ainda manter uma pratica religiosa independente --
muitas nações Nativo Americanas, etc.
    Syncreto-paganísmo: similar ao meso-pagão, mas tendo submergido a si 
proprio na cultura dominante, e adotado as praticas externas e 
simbolos de outra religião -- as varias tradições Afro-diasporicas 
(Vodu, Santeria, etc.) Kristyanísmo Culdee, etc.
Neopaganismo: tentativas de pessoas modernas para reconectar 
com a natureza usando imagens e formas de outros tipos de pagãos, mas 
os ajustando para as necessidades das pessoas modernas.

 

Por Exemplo:

Wicca -- em todas as suas formas
neo-Shamanismo
neo-Druidismo
Asatru e outras formas de neopaganísmo Nordico
praticas neo-Nativo Americanas
o alcance das coisas rotuladas de "Espiritualidade Feminina"
A Ordem Religiosa Sabaeana
Discordianísmo
Radical Faeries e outros movimentos de "Espiritualidade Masculina"
muitos do eco-feminismo
e por ultimo, mas não de menos, Paganísmo.


  

 

Nota: Existem vertentes Paleo-Pagãs Nordicas que adotaram
 o nome asatru pelo simples motivo desta ter se tornado de dominio
 comum, uma vez que Asatrú quer dizer Confiança nos Deuses em nordico classico.
Portanto, ao falar de Asatru, você pode estar falando de neopaganísmo, 
Meso Paganísmo ou Paleo-Paganísmo.
O Termo Neopaganísmo na lista acima não deve ser confundido com o 
periodo historico do mesmo nome em que a Antiga Religião Nordica passava
 pela fase historica da Fé Dupla, quando que esta andava de braços dados 
com o kristyanísmo. Tal fase, se é que o termo Asatru se aplica a estes, 
poderia ser classificada como uma fase de meso-paganismo da 
Antiga Religião Nordica ou Forn-SiðR.


O que era 'The Burning Times' (A epoca das queimas)?

  "The Burning Times" é o nome usados por muitas Bruxas modernas e pagãos 
para a era da Inquisição, e de outras caça as bruxas (Incluindo Salem) que 
surgiram desta. Durante esta epoca, muitas mulheres e homens foram perseguidos 
por praticas objecionaveis para a Igreja, especialmente bruxaria. 
O Malleus Maleficarum foi um guia de como torturar bruxas acusadas ate
 a confissão de qualquer coisa que estes fossem acusados. A essa altura
 da perseguição, cidades inteiras  foram deixadas com somente uma ou duas
 mulheres nesta, e ate este dia, ninguém sabe ao certo quantas pessoas
 foram brutalmente assasinadas durante esta loucura.
   
  Como em muitos casos, este horror surgido do medo, ignorancia e informações
 incorretas - a maioria das pessoas que foram presas, torturadas e mortas não
 foram bruxos (ou bruxas) de qualquer forma, mas simplesmente pessoas que 
estiveram no lado errado de alguem que estava sob os ouvidos do magistrado
 local, ou alguém que não se encaixou em (particularmente mulheres maravilhosas
 ou feias, ou pessoas que foram ricas e prosperas, ou que foram proprietarias de
 terras, os aleijados ou retardados, e ate mesmo pessoas que foram excepcionalmente
 inteligente foram todos exemplos de aqueles que foram os alvos principais
 desta perseguição).
  Apesar que discriminação ainda exista contra Bruxos e pagãos, nós agora 
desfrutamos uma liberdade comparativa de pratica religiosa depois daqueles
 tempos negros. Mas esta epoca é considerada um evento muito importante para
 muitos Bruxos e pagãos (comparado as atrocidades e devastação perpretadas
 durante o Holocausto), todos nunca devem esquecer, e muitos fazem um
 trabalho ativo de educação popular para assegurar o melhor que eles puderem
 que isto NUNCA MAIS ACONTEÇA novamente.
   
INQUISIÇÃO NUNCA MAIS!!!
Negação do Ponto de Vista Pagão
  Xamanísmo: Um sistema magico-religioso, que, à primeira vista, parece 
pertencer a uma fase muito antiga da historia da humanidade, quando a 
superstição e o barbarísmo cruel eram regra. De fato, esse conceito de nosso 
passado pagão nos foi imposto pelo condicionamento. Uma forma insidiosa e 
sinistra de condicionamento, que é inerente ao nosso sistema educacional, que 
colore a visão do mundo exterior, que se nos apresenta a cada manhã, atravéz das 
notícias dos jornais e da televisão. Um processo de condicionamento que permeia 
o conhecimento tecnológico e científico e distorce a verdade sobre as relações 
entre seres humanos e seu ambiente.
  Estes anarquistas espirituais, os xamãs, não eram condicionados por qualquer 
força humana, que manipulasse sua visão da realidade. Ao contrario, eles não 
se sujeitavam às teorias de Sir Isaac Newton ou à filosofia de Descartes, que 
conceberam o Universo, segundo um modelo mecânico, que tinha sido construído 
por um criador supremo, onipotente, como um relógio suíço. Desde Newton há, 
tradicionalmente, um esforço científico visando separar a matéria do espírito 
e isso chegou às raias do absurdo racionalismo da era Vitoriana, quando o 
espírito era negado e rejeitado.
  A instituição científica rejeita o ponto de vista pagão de que a Terra é um 
organismo vivo, que toda vida no Universo é atravessada pela energia criadora 
da Força da Vida e que tudo o que existe é parte de uma unidade maior. Os pagãos 
conheciam e aceitavam a magia. Sua crença na unidade essencial de vida é 
ilustrada na citação extraída dos trabalhos de Basilius Valentinus, um filósofo 
pagão medieval.
  <<<A Terra não é um corpo morto, mas é habitada pelo espírito que 
constitui sua vida e alma. Todas as coisas existentes drenam sua força 
do espírito da Terra. Este espírito é vida, é alimentado pelas estrelas 
e alimentam as coisas vivas que abriga em seu ventre.>>>
Estas Palavras deviam ser bastante conhecidas pelos xamãs e Mestres Rúnicos. 
Até hoje são aceitas pelos magos sobreviventes de várias raças étnicas, que 
tenazmente se apegam às antigas tradições, apesar da coerção espiritual 
exercida pelos missionários e pela indução material das companhias 
multinacionais, cujo objetivo é iluminar nossos irmãos do Terceiro Mundo.

 

 
SUBSISTÊNCIA DAS RUNAS
  O Apogeu dos magos rúnicos ocorreu na Idade Média, após os romanos 
deixarem a Bretanha e esta ser invadida pelos vikings, dinamarqueses e saxões. 
Nossa visão moderna é a de bárbaros grosseiros, que saqueavam e roubavam em 
seu caminho pela Inglaterra, durante um dos períodos mais negros da 
história inglesa. A verdade, como costuma acontecer com os relatos modernos
 sobre povos pagãos, é um pouco diferente. Atravéz da pesquisa histórica e 
escavações arqueológicas revelou-se recentemente que os vikings eram um 
povo civilizado e culto, que não mereciam a imagem sanguinária dada por 
filmes e novelas sensacionalístas. Sua ourivesaria era uma das melhores em 
talento e creatividade artística. Escavações recentes em York mostraram que 
os Vikings eram mercadores do mundo antigo. Foram desenterradas longas filas 
de lojas, onde mercadores de todo continente chegavam para trocar mercadorias 
e comerciar com lã, metais preciosos e armas.
  O povo nórdico ocupou grandes regiões da Inglaterra e deixaram sua marca 
na subsistência de costumes populares, nomes de locais e até características 
raciais dos habitantes. Eles administraram esses pedaços de terra logo após 
a conquista normanda, basicamente resultante de uma disputa familiar entre 
trivos pagãs rivais, lutando pela coroa da Inglaterra.
  A Inglaterra anglo-saxônica e escandinava, em geral é vista pelo historiadores 
como um país bárbaro, corrompido. Contudo, os saxões eram capazes de executar 
trabalhos artísticos excelentes, entre os quais encontramos o famoso 
broche Kingston, descoberto em Kent. Datando do século VII, consiste em 
um desenho concêntrico, com uma cruz em relevo decorada com discos e botões, 
também em relevo. Nele foram empregados ouro, granada, video azul e conchas 
marinhas brancas.
  Esse broche é um verdadeiro exemplo do artesanato saxão e prova a mentira 
proclamada por aqueles que denominam os períodos saxão e escandinavo da história 
da Inglaterra como Idade das Trevas.
  A verdadeira idade das trevas era quando o Kristyanísmo teve seu grande apogêu, 
tanto territorial quanto politico, principalmente durante o negro periodo da 
"Santa" Inquisição! Por fatos Historicos e Atuais, podemos concluir 
que a igreja kristã, além de dogmatica, ela é contra os Livres Pensadores. 
Sem falar nos enormes prejudicios causados por esta no desenvolvimento 
tecnologico e medicinal da ciência.

ABSORÇÃO DO PAGANÍSMO
  Em nosso estudo das runas mágicas, devemos lembrar também que a 
transição da prática da antiga religião pagã e a conversão ao kristyanísmo
 foi muito mais longo do que os historiadoras ortodoxos e os teólogos nos
 fazem acreditar. Certamente não bastou o simples agitar de uma varinha 
mágica para todo mundo se tornar kristão da noite para o dia, como sugerem
 muitos livros de história. Embora a aristocracia possa ter sido convencida
 do poder político oferecido pela nova religião, os camponeses-que eram os 
verdadeiros pagãos - recusaram-se a aceitar os ensinamentos vindos do Oriente, 
agarrando-se tenasmente às suas antigas crenças.
  Percebendo isso, os sacerdotes kristãos adaptaram-nas às suas crenças 
religiosas e eficazmente anularam-nas pela absorção. O Papa Gregório escreveu
 a um de seus missionários britânicos as seguintes palavras, explicando
 como a antiga religião poderia ser destruída de
 dentro para fora por seus discípulos:
  <<<Os ídolos do povo, sem exceção, devem ser destruídos, mas os 
templos não. Estes devem ser aspergidos com água benta, os altares de 
Cristo erguidos e as relíquias depositadas em seu interior. Pois, se tais
 templos pagãos foram bem construídos, devem ser purificados da adoração
 aos demônios e dedicados ao serviço maior de Deus. Deste modo, o povo, 
vendo que seus templos não são destruídos, pode abandonar o pecado e 
afluir mais prontamente aos locais costumeiros, onde poderá vir a 
conhecer e adorar o verdadeiro Deus.>>>
  Tal propaganda influenciou até mesmo os seguidores da magia 
rúnica pagã. Alguns aceitaram alegremente Jesus, como um outro 
aspecto de Odin. Afinal, o novo deus também foi pendurado numa 
árvore e ritualmente morreu pelos pecados de sua tribo. Este eterno 
motivo era compreendido por todos os povos pagãos, que conheciam o sacrifício 
do divino rei, que morreu para fertilizar a terra com seu sangue. Portanto, não
 hesitaram também em aceitar a mãe do divino rei judeu, Maria, como um outro 
aspecto da Grande Mãe Nerthus ou até mesmo Frigga.

Fé Dupla --- Neo-Paganísmo
  Durante o período de Fé Dupla, no final do século XI e depois no XII, 
as runas tornaram-se um alfabeto místico usado para descrever a vida de 
Jesus e seus discípulos. Um exemplo clássico é a Cruz Ruthwel, encontrada
 num cemitério de igreja, em Dumfries, com inscrições rúnicas que contam 
a história da crucificação, entremeadas com símbolos pagãos, tais como 
pássaros, outros animais e flores silvestres. Também estão incluídas cenas
 do nascimento, a fuga de Maria e José para o Egito, a cura de um homem cego
 pelo Nazareno e Maria Magdalena lavando seus pés.
  Sobre o caixão feito para Sta. Cuthbert, em 698, runas e letras romanas
 são usadas lado a lado. No caso das runas, elas foram empregadas 
especialmente para os nomes de Jesus e os quatro apóstolos: Matheus, 
Marcus, Lucas e João. Isso demonstra a subsistência da prática pré-kristã
 do uso das runas para os nomes sagrados dos deuses. As runas foram ainda
 encontradas em inscrições feitas no túmulo de um santo kristão do século VII,
 o que demonstra que seu poder mágico não diminuiu com a chegada da nova religião.
  As oraçõe kristãs frequentemente usaram encantamentos pagãos alterando 
apenas os nomes dos antigos deuses pagãos para aqueles dos santos e apóstolos. 
O folclorista Alexander Carmichael (1832-1912) passou a vida colecionando 
orações gaélicas ainda em uso nas terras altas escocesas e nas Ilhas Hébridas. 
Muitas delas constituem encantamentos pagãos pouco disfarçados para obter 
boas colheitas ou para consagrar as sementes. Assim como invocavam 
Jesus e os santos, essas orações também invocavam Sta. Bride, que é 
uma versão kristyanizada da deusa céltica dos fogos sagrados e mananciais
 santificados, Bridget. Exemplos de tais orações podem ser encontrados nos
 livros de Carmichael 'The Sun Dances (As Danças Solares-Floris Books, Edinburgh)'.
Tais formulas kristianizadas variavam desde encantos pagãos disfarçados
 em uma oração aparentemente kristã até mesmo orações autenticamente kristãs
 que ainda mantinham uma estrutura pagã ou runica.
Segue os Exemplos:
Destes versos do Havamál:
"Creio que me pendurei na árvore batida pelos ventos
e lá me balancei durante nove dias e nove noites,
acutilado por uma espada
ensangüentada em louvor de Odin,
numa oferta de mim para mim.
Amarrado nessa Árvore,
homem algum sabe até aonde vão suas raízes.
Ninguém me deu de comer,
ninguém me deu de beber.
Desci às profundezas
a fim de apossar-me das runas
e com um grito pungente
caí desmaiado.
Alcancei a felicidade e também a sabedoria.
Envelheci e rejubilei-me no meu crescimento.
De uma palavra a outra
fui levado a uma palavra,
de um feito a outro feito."

 sai uma versão resumida e kristianizada deste poema que sobrevive 
também em um velho sortilégio anglo-saxônico que envolve a colheita de nove ervas.
"Tomilho e funcho(*), eis um par de grande poder.
O sábio senhor, sagrado no céu,
criou essas ervas quando pendente da cruz
e colocou-as nos nove mundos
para ajudar a todos, ricos e pobres."
(*) Herva Doce, Anis
  À primeira vista, o termo "sabio senhor" e a frase "pendente da cruz" 
poderiam parecer referências diretas a Jesus de Nazaret. Na verdade, porém, 
a referência aos "nove mundos" desvenda seu verdadeiro significado, já que se
 trata dos nove céus ou planos de existência reconhecidos pela cosmologia 
escandinava. O "sabio senhor" é na realidade Odin, que se pendurou na 
Árvore Cósmica do Mundo (Yigdrasil) para adquirir a sabedoria secreta 
das runas. Sabemos, pelas narrativas da época, que os ritos do culto 
odinísta estavam freqüentemente implicitos no ato de pendurar-se numa árvore.
Como ja tinha sido mencionado antes, as formulas variavam desde encantos 
pagãos disfarçados em uma oração aparentemente kristã até mesmo orações 
autenticamente kristãs que ainda mantinham uma estrutura pagã ou runica.
O exemplo que se segue se refere ao segundo item mencionado:
RUNA DA HOSPITALIDADE
"Vi um estranho na tarde de ontem
Coloquei comida no local de comer,
Bebida no local de beber,
Música no local de ouvir;
E nos nomes sagrados do Tri-uno
Ele abençoou a mim e minha casa,
Meu gado e meus entes queridos.
E disse em seu canto à cotovia:
É comum, é comum, é comum,
Vir o Cristo disfarçado de estranho:
É comum, é comum, é comum,
Vir o Cristo disfarçado de estranho."
- Traduzido do Gaélico
  Um dos mais famosos casos deste tipo de Oração ao Senhor, escrita
 em runas, foi usado pelos saxões pagãos como um talismã de guerra. 
Até no século XI (quando os historiadores quiseram nos fazer acreditar
 que o Kristyanismo era a religião onipotente do Ocidente europeu e o
 paganísmo, uma superstição esquecida), um certo Abbot Aelfric foi 
forçado a condenar "outh drycraft oe runstafum" ou o uso da 
magia atravéz das runas.
  Anteriormente, durante os séculos VIII e IX, alguns cemitérios 
rurais possuíam lápides gravadas com orações rúnicas ao morto.
  Um dos exemplos mais surpreendentes da fusão do paganísmo com o kristyanísmo
 é o famoso guarda-joias Franks, que data deste período de fé dupla. 
Recebeu este nome após Sir Augustus Franks tê-lo presenteado ao 
British Museum, em 1867. A caixinha apresenta cenas da religião 
pagã saxõnica juntamente com cenas bíblicas e ambas descritas 
pelo alfabeto magico das runas.
  Na parte frontal da caixa, do lado esquerdo, há uma ilustração do
 deus saxão Wayland em sua ferraria - popularmente acredita-se que 
seja um túmulo neolítico, próximo às fortificações de Uffington, em
 Berkshire - com a bigorna, o martelo e o fole. Segura com tenazes 
uma cabeça humana, cujo crânio será transformado em taça. O corpo 
sem cabeça repousa sob a bigorna do deus. Duas mulheres, que assistem
 a cena, estão próximas e, do lado de fora, um garoto (provavelmente 
Egil, irmão do deus) esta perseguindo gansos.
  Do lado direito, pode-se ver os três reis magos, com suas oferendas, 
ajoelhados diante da Virgem Maria e seu bebê recém-nascido. Acima brilha
 a estrela de Belém. Cada uma das ilustrações acha-se circundada por 
caracteres rúnicos, que as explicam.

ENCANTAMENTOS DE CURA
  É provável que os segredos rúnicos tenham subsistido, devido a alguns 
médicos anglo-saxões, que praticavam o curandeirísmo. Isso envolvia o uso 
de talismãs mágicos, ervas medicinais e encantamentos, que combinavam 
orações kristãs e pagãs. O encantamento de cura dado abaixo 
constitui um exemplo disso.
Our Lord Woden rade,
his foal''s foot slade
down he lighted
his foal's foot righted,
bone to bone, flesh to flesh,
heal in the name of
Woden, BaldR and Freyja.
BaldR and Woden
fared to the wood,
there was to BaldR's foal
his foot wrenched,
then charmed Woden
as well he knew how,
as for bone wrench,
so for limb wrench,
bone to bone,
limb to limb
as if they were glued.
Nosso Senhor Woden ataca,
o casco de seu cavalo desliza
ele refulge por baixo
e os cascos de seu potro endireitam
osso por osso, carne por carne,
cura em nome
de Woden, BaldR e Freyja.
BaldR e Woden
foram para o bosque
e lá estava o cavalo de BaldR
seu pé machucado.
Então Woden enfeitiçou-o
como bem o sabia,
para ferida do osso,
para ferida do membro,
osso para osso,
membro para membro
como se colados estivessem.
  O encantamento escandinavo - saxão, dado a seguir, é outro exemplo de 
magia rúnica usado para curar queimaduras. Nele são mencionados as 
Nórnes e os principais Deuses do panteão nórdico.
Three ladies came out of the east,
with snow, frost and fire,
out fire - in frost,
in the names of Woden, Thor and Loki.
Três senhoras vieram do Oriente
com neve, geada e fogo,
ora no fogo, ora na geada,
Em nome de Woden, Thor e Loki.
  Esta fusão de crenças pagãs ilustra a luta na Inglaterra anglo-saxõnica,
 entre fiés rivais. Foi uma batalha de mentes, almas e corações, que saiu
 das cabanas dos campos para os palácios de reis, que reivindicavam a 
descendência de Woden. Tal luta terminou de modo sangrento, pois logo 
que a Igreja alcançou o poder político, suprimiu os "hereges" de seus 
quadros e expulsou de seus reinos aqueles descrentes, que escolheram 
seguir uma vida espiritual diversa.
  O engraçado é que para ser considerado um hereje de uma religião, você 
precisa pertencer a esta primeiro. Mas o kristyanismo, em sua absoluta 
arrogância, considera toda a humanidade como kristãos por default, que 
estão a serviço de seu deus que pensa ser unico.
  Um herege é um membro de uma religião que distorce os ensinamentos 
destas para um fim ou significado completamente em oposição aos ideais
 que fundaram a mesma. Um apóstata é aquele que deixa uma religião em 
pról de outra. Ambas são consideradas crimes segundo o pensamento kristão
 que é notadamente contra a liberdade de pensamento.
  Os pagãos mencionados nesta fração da história não poderiam ser 
acusados de nenhum destes dois "crimes" pois sequer eram kristãos, 
e os que eram, se tornaram por subversão e fraude elaboradas pelos 
próprios lideres kristãos da epoca.
PERSEGUIÇÃO DOS PAGÃOS
  No final do século XIV, começou a temporada de caça às bruxas. 
Calcula-se que, nos quatrocentos anos que se seguiram, cerca de 
nove milhões de homens, mulheres e crianças morreram para satisfazer
 a louca vingança da Igreja contra os pagãos. Muitos inocentes morreram
 na forca ou na pira. (Este é o famoso "Amor" Kristão) Diante de 
torturas terríveis (arrancamento de olhos, torção de polegares, 
roda de tortura), muitos preferiam uma falsa confissão e, portanto, 
uma morte rápida à longa agonia da inquisição.
  O resultado de todo o processo foi a condenação das runas como símbolos
 de magia negra. Ao término da Idade Média, o conhecimento rúnico foi 
amplamente esquecido. A palavra runa degenerou e passou a significar 
qualquer palavra ou símbolo mágico usado em encantamentos.
  Foi apenas no fim do século XIX que as runas reapareceram na 
consciência pública, resultado de pesquisa realizada por ocultistas 
germãnicos, que tentavam reviver o paganísmo teutônico e escandinavo.
Ja na Islândia, a historia relata que os anciões da Islândia tiveram 
que tomar uma decisão amarga. Sob pressão politica da Europa Kristã 
(que consistia em embargo economico somados a ameaça de gerra genocida 
lideradas pelo rei kristão "Santo" Olaf, o Gordo), e encarando a 
necessidade pelo comercio, o Allthing (as decisões de Estado la são 
determinadas por uma assembleia dos Islandeses em uma democracia de 
verdade, não como a falsa democracia em que vivemos) declarou a Islândia 
como um pais oficialmente Kristão. Com alguns poucos séculos, os ultimos 
remanecentes do Paganísmo Nordico, que em uma epoca, ocupou toda a região
 norte da Europa aonde esta aparentemente morreu. Entretanto a Islândia 
foi um pais tolerante e os mitos e estorias, e lendas das epocas pagãs 
foram deixadas isentas da queima e destruição para acender as chamas da
 crença nas gerações seguintes. Sob pressão do famoso poeta, 
Sveinbjorn Beinteinsson, a Islândia uma vez mais reconheceu o 
Paganísmo Nordico como uma religião legitima e legal. Uma restauração 
de nossa antiga fé é como um total florecer na America. 
Esta antiga religião Pagã foi conhecida como Asatru, uma palavra do 
Nordico Classico que significa Troth (lealdade) para os Deuses, e o 
Asatru moderno é nada menos que o completo reavivamento da 
antiga religião Pagã Nordica.

 


CRONOGRAFIA


Os anos estão baseados no calendario C.E. 
(Common Era, Era comum ou Era da Tirania Kristã, Era Vulgatti
Também podendo ser chamada de A.D. Anno Domini)



35000-8000 A.C.

Idade da Pedra Antiga

Adoração da Grande Deusa Mãe Nerthus da Tribo Divina dos Vanires, Xamanísmo, culto aos Deuses Vanires
8000-5000 A.C.

Nova Idade da Pedra

Cultos da Fertilidade relacionados a Deuses e Deusas. Culto aos Ancestrais. Magia destinada a propiciar a caça.
5000-2000 A.C.

Idade do Bronze Primitiva

Primeiros escritos registrados. Cultos da fertilidade relacionados à adoração de varios casais de Deuses parceiros sexuais. Círculos de pedras e outros monumentos megalíticos.
2000-1000 A.C.

Idade do Bronze Tardia

Construção de Stonehenge. Adoração do sol na Europa sentrencional; oferendas votivas em pântanos de turfa.
1000-500 A.C.

Idade do Ferro Primitiva

Ascensão dos celtas e primeiras civilizações nórdicas com adoração de heróis divinizados e deuses e deusas da fertilidade.
500 A,C, 100 D.C.

Idade do Ferro Tardia

Uso do alfabeto rúnico (Inicio da Era Runica). Sacrifícios humanos nos pântanos de turfa escandinavos. Emergência do odinísmo.
100-500 D.C.

Idade Romana

A ocupação da Europa ocidental por Roma. Adoração dos Deuses Noruegueses e germânicos. Surge o kristyanísmo.
500-1000 D.C

Alta Idade Média

Ascensão das culturas viking e saxônica. Período de fé dualísta, com o paganismo e o kristyanísmo em conflito.
1000-1500 D.C.
Baixa Idade Média
Supressão do Paganísmo
Texto por:
Octavio Augusto Okimoto Alves de Carvalho
Goði Meðal Mikit Stór-Ljón Oddhinsson
Bibliografia:
The Magic of The Runes ***
by Michael Howard
The Aquarian Press
The Book of Runes
Ralph Blum
The Wisdom of The Runes ***
Michael Howard
Random Century Group Ltd.
An introduction to Asatru ***
The Raven Kindred Assc. 
11160 Veirs Mill Rd L15-175 Wheaton, MD 20902 
USA (301) 593-9316 - lstead@cais.com 
ALT.PAGAN Frequently Asked Questions (FAQ) ***
Authors:        
Susan Harwood Kaczmarczik; Br'an Arthur Davis-Howe; 
T. O. Radzykewycz; Ailsa N.T. Murphy; Cecilia Henningsson
Archive-name: paganism-faq
Last-modified: Oct 1994
Version: 2.1
"Apesar de nós não acreditarmos que qualquer religião seja para todos, o 
Asatru da as boas vindas a qualquer pessoa a nossa fé que esteja interessado 
sinceramente em seguir os Velhos caminhos."
- The Raven Kindred Association

 

O termo "Religiões Abraãmicas" é um termo academicamente aceito para ser usado 
em lugar do popular "religiões judaico-cristãs" por esta não 
ignorar os islãmicos.
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Ásatrú Vanatrú - Brazil
http://www.fornsed-brazil.educations.net