"EU SEI QUE FIQUEI DEPENDURADO
NOVE LONGAS NOITES
NA ÀRVORE, GELADA PELOS VENTOS DO NORTE.
PELA LANÇA FERIDO, NO SACRIFÍCIO DE WOTAN.
EM MIM MESMO, EM SÍ MESMO.
NA SOBERBA ÀRVORE, DA QUAL OS HOMENS NADA SABEM,
NEM DE QUE RAÍZ BROTOU.
NÃO ME FOI OFERECIDO ALIMENTO,
NEM HIDROMEL EM CHIFRE,
PARA CONSOLAR-ME.
PARA BAIXO VIGIAVA MEU OLHO,
QUEIXANDO-ME LANCEI AS RUNAS.
ENTÃO CAÍ POR TERRA.
NOVE CANTOS APRENDI DO GUERREIRO,
O GUERREIRO DA BESTLA,
O FILHO DE BÖLTHORN.
DO MAIS NOBRE BEBÍVEL
BEBÍ UM GOLE.
E A FLORECER COMECEI,
TAMBÉM A MADURAR.
SÁBIO CHEGUEI A SER.
A PALAVRA ME GUIAVA,
DE PALAVRA EM PALAVRA.
A OBRA,
DE OBRA EM OBRA".
Este canto das Edda nos descreve a cruxificação de
Wotan na arvore Yggdrasil, do Espanto, seu sacrifício
por nove noites, dependurado, sem bebida que pudesse
diminuir seu sofrimento, ferido pela lança. Nem sequer
seu corvo lhe trouxe Hidromel. Até que Wotan descobriu
as Runas e, com elas pode liberar-se. Assim o Herói,
depois de apoderar-se do segredo, de recuperar o
grande poder, se fez mais que um Deus e entregará a
seus guerreiros.
Segundo o professor Hermann Wirth, as Eddas e as
Runas tem uma antiguidade entre 10.000 a 6.000 anos.
No livro dos academicos franceses Lucien Musset e
Fernand Mossé "Introduction a la Runologie"( Paris,
Aubier-Montaigne, 1965 ), pretendem fazer-nos crer que
as Runas são uma tentativa da gente primitiva para
fabricar um alfabeto rudimentário. Sem sair-mos do
àmbito da argumentação racionalista de estes
investigadores, o feito que ja ateriormente ao séc. III
de nossa era os orfebres gnósticos de Alexandria
talhavam gemas mágicas, "abraxitas", reproduzindo
precisamente as Runas, é o melhor desmentimento a
esses profissionais da conspiração antinórdica,
histórica e mundial. Porque se o gnosticismo no séc.
III já reconhecia o valor mágico dos símbolos runicos,
está indicado um desenvolvimento anterior deste
alfabeto.