Realismo Entre 1850 e 1880 o movimento cultural, chamado Realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do Neoclassicismo e do Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na arquitetura. Os principais representantes no campo da pintura foram Gustave Coubert e Jean François Millet. Talvez, o modo mais simples de se definir ou de se entender o que seja Realismo é reproduzir uma frase atribuída Coubert: "Não posso pintar um anjo, se nunca vi um". Realismo tem portanto como caracteristica a representação detalhada , da natureza e da vida contemporânea. Sem seguidores eram da sociedade contemporânea. Eles retratavam as desigualdades da condição humana mesmo com o advento da revolução industrial. O Realismo é um movimento que surgiu na Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas transformações que ali ocorriam no âmbito econômico, político, social e científico. Vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material decorrente das inúmeras invenções. No entanto os benefícios não eram refletidos nas camadas mais pobres, que ao contrário passam a ter uma condição social cada vez pior. Na Revolução de 1948, na França havia tensão entre republicanos e socialistas na França. Por causa do grande desemprego foram criadas turmas de trabalho para a construção de obras públicas em Paris e seus arredores. O Congresso considerava que o pagamento desses funcionários era um pesado fardo para o país. Os empregados foram demitidos. Sem capacidade para sobreviver, organizaram e lutaram sem esperanças contra as forças armadas do governo. As mortes foram elevadas. Os intelectuais e artistas simpatizantes dos movimentos populares, entre eles Millet, foram perseguidos. Motivados tanto pelas idéias do socialismo os operários procuram organizar-se politicamente. Fundam então associações trabalhistas e passam a agir melhores condições de trabalho e de vida. No âmbito cultural, ocorre uma verdadeira efervescência de idéias. Surgem várias correntes científicas e filosóficas. Entre elas o Positivismo, de Augusto Comte, para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências. Aparece também o Determinismo, de Hippolyte Taine (o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico) No campo da ciência Charles Darwin apresenta a "lei da seleção natual", segunda a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos. Os artistas, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma arte sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo. O movimento procura atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural, através do combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade, a crítica à sociedade e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, casamento, família); o embasamento no materialismo, o emprego de idéias científicas. Esse era o mundo real de Millet. O Realismo influenciou muitos artistas. Salvador Dali dizia que a sua obsessão mais forte era Gala, sua esposa, e depois o quadro "Angelus" de Millet.
Dali era fascinado pelo quadro de Jean François Millet, "Angelus". Isso se tornou uma obsessão, o levando-o a produzir várias interpretações "paranóicas-críticas" das figuras do Angelus. Dali acreditava que havia algo mais no tema do quadro, para ele não era só a reverência da prece vespertina, que se demonstrava, faltava algum elemento fantástico. Dali escreveu em 1938 um livro só sobre este quadro, intitulado: "O trágico Mito do Angelus de Millet". Muitos trabalhos de Dali tinham referência explícita ou escondida ao Angelus. Mas por que esse quadro causava tanto fascinio. O que mais ele teria? A revelação seria dada pela ciência. Estudos com raios X revelaram algo intrigante e que as suspeitas Salvador Dali tinham fundamento. Foi descoberto que no quadro, Millet havia pintado, originalmente, o filho morto do casal de camponeses. Uma cena forte, expressão porém do real. O pintor, no entanto, achou muito chocante a cena e retocou o quadro para a forma atual, apagando a figura da criança. Jean François Millet (1814-1875) era filho de um pequeno fazendeiro da Normandia, norte da França. Millet precocemente mostrou seus dons para a pintura. Em 1840 foi convidado para uma exibição no Salon, patrocinado pelo governo francês teve boa aceitação. Após a revolução de 1848 foi perseguido pelas suas tendências socialistas. Em 1858 pintou o "Angelus", sua pintura mais famosa, que no século passado foi o quadro mais reproduzido no mundo. No fim de sua vida o seu trabalho tinha alguma afinidade com os impressionistas, apesar de ser diferente nas concepções básicas. A marca da obra de Millet são as pinturas retratando a vida no campo. São paisagens bucólicas, com alguma coisa de tristeza, num clima de introspecção. verdade em uma forma extremada de Realismo, procura "provar" com romances de tese as teorias científicas da época, particularmente o determinismo. O |