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Por Elinaldo Quirino Leal A
ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS
O mundo atual é uma sociedade composta por atividades voltadas para produção de bens (produtos) ou para prestação de serviços (serviços especializados). Todas as atividades são planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas dentro de organizações. Todas as organizações são constituídas de pessoas e de recursos físicos e materiais, financeiros tecnológicos, mercadológicos, etc. A
vida das pessoas depende das organizações e estas dependem do trabalho
daquelas. As pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, se divertem, são
tratadas e morrem dentro de organizações. As organizações são extremamente
heterogêneas e diversificadas, de tamanhos diferentes, de características
diferentes, de objetivos diferentes. Existem organizações lucrativas (chamadas
empresas) e organizações não-lucrativas (como o Exército, Igreja, serviços
públicos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais etc.). A
Teoria das Organizações (TO) é o campo do conhecimento humano que se ocupa do
estudo das organizações em geral. Por seu tamanho e pela complexidade de suas
operações, as organizações, ao atingirem um certo porte, precisam ser
administradas e a sua administração requer todo um aparato de pessoas
estratificadas em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências
diferentes. A administração nada mais é do que a condução racional das
atividades de uma organização, seja ela lucrativa ou não-lucrativa. A
Administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da
direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de
trabalho que ocorram dentro de uma organização. Assim, a Administração é
imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações.
Sem a Administração, as organizações jamais teriam condições de existir e
crescer. A Teoria Geral da Administração (TGA) é o campo do conhecimento
humano que se ocupa do estudo da Administração em geral, não se preocupando
onde ela seja aplicada, se nas organizações lucrativas (empresas) ou se nas
organizações não-lucrativas. A
Administração revela-se nos dias de hoje como uma área do conhecimento humano
impregnada de complexidades e desafios. O profissional que utiliza a Administração
como meio de vida pode trabalhar nos mais variados níveis de uma organização:
desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de dirigente
máximo da organização. Pode trabalhar nas diversas especializações da
Administração: seja a Administração da Produção (dos bens ou dos serviços
prestados pela organização), ou a Administração Financeira, ou a Administração
de Recursos Humanos, ou a Administração Mercadológica, ou ainda a Administração
Geral. Em cada nível e em cada especialização da Administração, as situações
são muito diversificadas. Por outro lado, as organizações são muito
diversificadas e diferenciadas. Não há duas organizações iguais, assim como
não existem duas pessoas idênticas. Cada organização tem seus objetivos, seu
ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e
externos, seu mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos
básicos, sua ideologia e política de negócios etc. Em
cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona recursos,
planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações,
etc., exclusivos daquela organização. Um administrador bem-sucedido em uma
organização pode não sê-lo em outra. Toda vez que uma organização pretende
admitir um executivo em seu quadro administrativo, os candidatos são submetidos
a uma infinidade de testes e de entrevistas que procuram investigar em
profundidade seus conhecimentos, suas características de personalidade, seu
passado profissional, sua formação escolar, seus antecedentes morais, seu
sucesso ou fracasso em determinadas atividades e outras coisas mais. Talvez até
sua situação conjugal ou sua estabilidade emocional. Isso porque o executivo
dificilmente pode ser transferido de uma organização para outra sem que algum
problema de adaptação deixe de ocorrer. Mesmo que o executivo tenha profundos
conhecimentos de Administração e apresente um invejável currículo
profissional, ele não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que
exerce em sua especialidade, mas principalmente pela maneira como realiza seu
trabalho e pelos resultados que consegue obter dos recursos disponíveis.
Levitt, ao falar do “administrador profissional”, lembra que, enquanto um químico
ou um físico são considerados profissionais porque passaram em um teste de
conhecimentos acerca de suas profissões, o mesmo não acontece com o
administrador, cujo conhecimento é apenas um dos múltiplos aspectos na avaliação
de sua capacitação profissional. Ele não é apenas analisado pelas organizações
por seus conhecimentos tecnológicos de Administração, mas, principalmente,
por seu modo de agir, suas atitudes, personalidade e filosofia de trabalho.
Segundo Levitt, a finalidade é verificar se essas qualidades se coadunam com os
novos padrões, com a situação da empresa e o pessoal que vai trabalhar com
ele, pois não existe uma única maneira certa de um administrador agir ou de
conduzir. Pelo contrário, existem várias maneiras de executar as tarefas nas
empresas, em condições específicas, por dirigentes de temperamentos diversos
e modos de agir próprios. Aliás, deve-se lembrar a lei de indeterminação de
Heisenberg, pela qual o processo de se observar um fenômeno altera esse fenômeno.
Se na Física a observação dos átomos equivale a alterar a posição e
velocidade destes, na administração de uma organização a presença de um
profissional em uma determinada função modifica essa função,
independentemente do que seja realizado. A presença de outro profissional
produziria outra alteração. Além do mais, se a modificação ocorre, a
maneira de agir deve ser e acaba sendo diferente. Existem
três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa trabalhar
com sucesso: a habilidade técnica, a humana e a conceitual: ·
Habilidade
técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos
necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da experiência
e educação. É muito importante para o nível operacional. ·
Habilidade
humana: Consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas,
comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas. ·
Habilidade
conceitual: Consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização
como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Essa habilidade
permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização
total. É muito importante para o nível institucional. Na
medida em que se sobe para os níveis mais elevados da organização, diminui a
necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de
habilidade conceitual. Os níveis inferiores requerem considerável habilidade técnica
dos supervisores para lidar com os problemas operacionais e concretos da
organização. A
TGA se propõe a desenvolver a habilidade conceitual, embora não deixe de lado
as habilidades humanas e técnicas. Em outros termos, se propõe a desenvolver a
capacidade de pensar, definir situações organizacionais complexas,
diagnosticar e propor soluções. EFICIÊNCIA
E EFICÁCIA Em
uma época de complexidades, mudanças
e incertezas como o que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das
mais importantes áreas da atividade humana.E a tarefa básica da Administração
é fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. O avanço
tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeitos se a qualidade da administração efetuada sobre os
grupos organizados de pessoas não permitir uma aplicação efetiva dos recursos
humanos e materiais. Peter
Drucker, autor neoclássico, afirma que não existem países desenvolvidos e países
subdesenvolvidos, e sim países que sabem administrar a tecnologia e os recursos
disponíveis e potenciais e países que ainda não o sabem. Em outros termos ,
existem países administrados e países subadministrados. O mesmo ocorre
com as organizações. O
trabalho do administrador em qualquer organização – seja ele um supervisor
de primeira linha ou o dirigente máximo da organização – é essencialmente
o mesmo.Nesse sentido, não há uma distinção básica entre diretores, gerente, chefes ou supervisores,
como administradores. Qualquer que seja a posição ou o nível que
ocupe, o administrador alcança resultados através da efetiva cooperação dos
subordinados.Onde quer que a cooperação das pessoas no intuito de alcançar um
ou mais objetivos comuns se torne organizada e formal, ,o componente essencial e
fundamental dessa associação é a Administração – a função de conseguir
fazer as coisas por meio das pessoas com os melhores resultados. Somente a
partir do momento em que as organizações alcançaram um certo tamanho e
complexidade é que a sua administração começou a apresentar dificuldades e
desafios até então intransponíveis para seus dirigentes.Foi nesse momento que
surgiu a necessidade de uma Teoria da Administração que permitisse oferecer
aos dirigentes das organizações os modelos e estratégias adequados para a
solução de seus problemas empresariais. CONTEÚDO
E OBJETO DE ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO A
palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister
(subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função
abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro.No
entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação em seu
significado original. A tarefa da Administração é
de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação
organizacional por meio do planejamento, ,organização, ,direção e controle
de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da
organização, a fim de alcançar
tais objetivos de maneira mais adequada à situação.Assim, a Administração
é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a
fim de alcançar objetivos. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas,
estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – provocou a seu tempo uma diferente
teoria administrativa,marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA.
Cada teoria administrativa enfatiza uma ou mais dessas cinco variáveis. O
ESTUDO ATUAL DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO A
TGA mostra o efeito cumulativo e gradativamente abrangente das diversas teorias
com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques. Todas as teorias
administrativas são válidas, embora cada qual valorize uma ou alguma das cinco
variáveis básicas. Na realidade, cada teoria administrativa surgiu como uma
resposta aos problemas empresariais mais relevantes de sua época. E, neste
caso, todas elas foram bem-sucedidas ao apresentarem soluções específicas
para tais problemas. De certo modo, todas
as teorias administrativas são aplicáveis às situações atuais, e o
administrador precisa conhecê-las bem para ter a sua disposição um naipe de
alternativas adequadas para a situação. A
TGA estuda a Administração das organizações e empresas do ponto de vista da
interação e interdependência entre as cinco variáveis principais: tarefa,
,estrutura, pessoa, tecnologia e ambiente. Elas constituem os principais
componentes no estudo da Administração das organizações e empresas. O
comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: cada um influencia e
é influenciado pelos outros.Na realidade, a adequação e integração entre
essas cinco variáveis constitui o desafio da Administração. À
medida que a Administração se defronta com novas situações que surgem no
decorrer do tempo, as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas
abordagens ou modificá-las para continuarem úteis e aplicáveis. A
ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE MODERNA Cada
organização e cada empresa requer a tomada de decisões, a coordenação de múltiplas
atividades, condução de pessoas, avaliação do desempenho dirigido e
objetivos previamente determinados, obtenção e alocação de recursos etc.
Numerosas atividades administrativas desempenhadas por vários administradores,
orientadas para áreas e problemas específicos, precisam ser realizadas
e coordenadas em cada organização ou empresa.Daí o caráter eminentemente
universal da Administração: cada empresa necessita não de um administrador
apenas, mas de uma equipe de administradores em vários níveis e nas várias áreas
e funções para conduzirem as diversas especialidades dentro de um conjunto
integrado e harmonioso de esforços em direção aos objetivos da empresa. O
administrador é um profissional cuja formação é ampla e variada: precisa
conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia,
Sociologia, Estatística etc); precisa lidar com pessoas (que executam tarefas
ou que planejam, organizam, controlam, assessoram, ,pesquisam etc) que lhe estão
subordinadas ou que estão no mesmo nível ou acima dele; ele precisa estar
atento aos eventos passados e presentes, bem como as previsões futuras; precisa
lidar com eventos internos (localizados dentro da empresa) e externos
(localizados no ambiente que envolve externamente a empresa), o administrador é
um agente – não só de condução, mas também de mudança e de transformação
das empresas, levando-as a novos rumos, novos processos, novos objetivos, novas
estratégias, novas tecnologias e novos patamares. PERSPECTIVAS
FUTURAS DA ADMINISTRAÇÃO Nos
próximos anos o mundo verá o fim da forma organizacional de hoje (a organização
burocrática) e o surgimento de novas arquiteturas organizacionais adequadas às
novas demandas da era pós-industrial. As fraquezas da organização burocrática
serão os germes dos futuros sistemas organizacionais, devido a:
Vários fatores deverão
provocar profundos impactos sobre as organizações e empresas como:
O
ADMINISTRADOR COMO AGENTE DE MUDANÇAS O
administrador deve estar vocalizado no futuro para poder preparar sua empresa
para enfrentar os novos desafios que surgem, seja através de novas tecnologias,
novas condições sociais e culturais, novos
produtos e serviços. Além disso deve pensar globalmente (ver o mundo) e agir
localmente (atuar na empresa). Para levar sua empresa à excelência, o
administrador deve ter espírito empreendedor, aceitar desafios, assumir riscos
e possuir um senso de inconformismo sistemático. Para obter mais informações entre em contato com:
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http://geocities.yahoo.com.br/claudiohamilton
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