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LISTA DE POETAS POR ORDEM ALFABÉTICA DO PRIMEIRO NOME

ALFABETO POÉTICO

Autor: Maria Mira / Mem Martins

Índice: A,   B,   C,   D,   E,   F,   G,   H,   I,   J,   L,   M,   N,   O,   P,   Q,   R,   S,   T,   U,  V, X,  Z.

 

Em A

Abro a alma arquitectando altares

Alguns anjos almoçam o ar

Anseio auscultar África

Amor alongado e arrebatador

Amantes arrastam-se arduamente

Arrefece o ângulo amotinado

Alquimia agitada

Aniquilada no amor altivo

Atravesso as asas da águia e atrevo-me a atracar

Amanhece agora

Aviva-se o adormecer

 

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Em B

Batam barcos nas barras

Bêbados e barítonos benfeitores

Baloiçam braços de bonecas

Bordões e botas bordadas

Bravas as bombas

Braseiros brancos, bolsa de bulas

Brandura bélica

Brincam as bestas, buscando a bolina

 

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Em C

Ciclo de cicatrizes na cutícula

Constante curva cinzelada como a concha

Constelação de cor que carece de calma

Cospe a cicuta cravada com um cutelo na

Complexa compleição do cidadão cariado

Conspurcado com uma cópula, copiada de uma cerâmica

Cacarejada num concerto

Cantem os corvos na costa, costurados em cera

Coragem!

 

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Em D

Damas dançam daltónicas

Danada desafinação

Desinibidos dons

Deserto desmaiado

Desintegrem-se as diligências

Diminuam-se os discursos

Dissipem-se as doutrinas

Dourada é a dúvida

Dádiva divina

 

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 Em E

Enveredo no envelhecer

Epiderme de ébano envolve-me

Equiparo o epílogo ao entardecer

Escrupulosa, escapo ao escândalo

Enquanto entro enraízo-me

Emito energia emergente

Eis o eixo do eclipse excêntrico

 

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Em F

Forço a fuga futura

Ferido é o fardo fosco

Fantástico foi o furacão

Férias, fuligem fantasmagórica

Fogo, ferro e fusão

Fusível frio, fragata familiar

Frondosa é a fronteira

Fútil e frívola é a forma

Folheio a fome

Flecte-se a flecha, floco de felicidade

Fuzilemos a festa

 

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Em G

Giro a galope grávida de guerra

Guilhotino os graus gravando a galáxia

Gaguejo na gaiola

Ganho ganas de galgar as gargalhadas de gangrena

Gargarejo nas gárgulas geladas

Giesta gretada

Garota grisalha

 

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Em H

Humilde honra habitas a harmonia

Hidratas o hiato habilmente

Hesitas entre o Homem e a harpa

Hospedeira de hecatombes de hinos

Harém de humores

Hemisfério de halogénio

Herdeira de haveres

Hélice heróica

Hibrídas hierárquias

História hipotética

 

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Em I

Inicio integralmente a invenção

Irreverente ideia identificada

Ideologia idolatrada imbuída de inconvenientes

Indignam-me impropérios iluminados

Iguais a idiomas impenetráveis

Imito Ícaro, imagino o impossível

Isolo importantes implicações

Inactiva, incluo o indivíduo

Incorporo isto, irreversível ilha

 

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Em J

Jamais justificarei a jornada

Justo é o juvenil juízo

Jardins de jargões em juncos e jangadas

Jazem à janela já jubilados

Jogos jocosos de junho

Jeitos janotas jejuam o joio

 

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 Em L

Lábios de lã lançam lágrimas

Lancinantes leis lascam a liberdade

Leio as letras lógicas do luto

Luta a lembrança da ladaínha

Lavrada na latitude da linguagem

Lumes levantam a luxúria

Latrinas a luzirem lustrosas

Linhas de leitura lisonjeadoras

Lunetas levam ao lúgubre lugar

Louvado o lúcido luar

 

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Em M

Melodia de mármore

Marfim mestiço

Mãe muralha de movimento e mistério

Mézinha mutante e murmurada

Margem morena e móvel

Murcha a mitologia mirrada, míope

Meridiano de mesclas

Miscigenação miserável e mesquinha

Macabro músculo de míudo

Maçã mastigada na memória

Muda o mundo, museu de misturas

Mestre, mata o monstro

Mutile-se a multidão, a mulher e a música

 

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Em N

Naturalmente, a natureza navega

Nomeia o norte

Nutre nocturnas novelas em nós

Nobre negócio de noivado

Nega e neutraliza o negligenciar

Naco de nirvana, ninharia de névoa

Nuvem de nicotina, neurótico nascer

Néctar necessitado, namoro nervoso

Nadar nisto, não é novidade

 

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Em O

Oculto a ordem oficial

Obedeço ao óbvio olhar

Oceanos de ondas olímpicas

Oscilam obrigados no ofuscar do Outono

O ouro oferece o ódio e ocupa, oco, a opinião

O odor do orvalho é operado

Obsoletos orgãos orientam os orgasmos

Orquestras ornamentadas obsequiam os oráculos

O óxido optou pelo óleo

Oxalá o ópio do orgulho se opalize

 

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 Em P

Pertinentes pedras povoam o pensar

Penitencio-me pacientemente da penhora

Peregrina prostituta

Presa no potente pulsar da prótese

Ponte, poleiro, puzzle da psique

Penduro o padrão de pau, pacto pacífico

Paleta pálida, pauta de palha

Pavoneia-se pavorosamente na paz.

 

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Em Q

Quadras qualificadas queixam-se

Quarentena de questões quebradas

Quadriga de quistos queimados

Quadrado questionável de quimeras

Quadrante de Quixote

Quilhas em quietude quantificam a química

Que quintas quadrilhas querelam

 

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Em R

Redes repletas de romances

Ratoeiras recheadas de repulsa

Ruidosas rotinas reincidem regularmente

Responde a revolta responsável

Rezam risos reais

Rosas em ravinas, raízes de rastilhos

Raptos raspam rações

Radiantes e raros rebanhos

Rimam rábulas e reacções

 

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Em S

Silêncio, setentrional Sul

Soberbo, suga o sangue sedentário

Sementes sadias salivam sabores

Serpentes sofrem as surpresas do ser

Sosseguem sonos e sonhos soberanos

Sacerdotes soturnos soletram saradas sílabas

Sátiras sazonais salvam sinais

Saga saltitante, satélite sereno

Saudável selo, sextante salgado

Santos sacrifícios solares

 

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 Em T

Trevas transbordam no triste trajecto

Transportam tesouros e testamentos

Timbra o toque do tilintar tão temporário

Ténue terra, tentas ter o tempo

Tela tingida, tapete transcendente

Tríades testemunham os teatros temperamentais

Talham tangentes tardes em tendas

Tapetes torturados transformam-se

Torres torpedeiam tiros de tambores

Tementes tendem a tombar

 

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Em U

Urnas urbanas usufruem o Universo ululante, ufano

Ultrapassam as ungidas úlceras

Unguentos umbilicais ultimatam uniões

Urge urrar e urinar uniformemente

Usurparam as úteis utopias

Usaram as untadas unhas

Uníssono, do último ulmeiro

 

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Em V

Vulgares vícios de virgens

Volúpia virtuosa de valentes valetes

Vivem as vítimas vencidas nos versos vaidosos

Vergam-se os vassalos do Verão

Vazias vaidades vasculham o vácuo

Vacinem a velhaca violência, vedem o vento

Vapores vagarosos varrem a vista

Velozes voos vagueiam vacilantes

 

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Em X

Xadrezes xingam Xás, Xeques e Xerifes

Xeque-mate.

 

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Em Z

Zumbem zagaias em ziguezague

Zarolhos zurram zangados

Zombis zurzidos zombam

Zodíacos zunem zarzuelas

Zepelins e zagalotes zelam as zonas.

 

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Poema da autoria de Maria Mira / Mem Martins, publicado em 24/02/2002

 

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Por ora inserimos só alguns links sobre esta cantora tão marcante. Pensamos voltar mais tarde a esta artista com matéria original e publicação de algumas das suas canções.

Nota: Alguns dos links válidos para Elis Regina contêm outros nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Vinicius de Morais, etc. e há ainda o seguinte link, o mais completo em matéria sobre Elis

http://www.elisreginavive.cjb.net/

que só funciona quando inserido directamente no browser ou desta forma ( carregando nele ).

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