Em toda a Net existem Obras
completas, na sua maior parte vencidas de Direitos de Autor. Por vezes
interessam, não só por serem clássicos de leitura e de conhecimento quase
"obrigatório" em muitos casos, mas também por serem obras de autores
sempre referidos em estudos literários sempre recentes...
Mesmo repetindo o muito que
por essa Net existe, e se repete, achámos por bem criar uma página sobre esta questão.
171 Obras Completas para
download nos formatos doc, txt, rtf ou pdf.
( Este link está em árduo trabalho e
sem funcionar há quase um mês...damos-lhe mais um mês... )
Abaixo encontra a lista, por autor e por título.
Os downloads dos livros e autores imediatamente listados
que não se encontrem com link activo ( azul sublinhado ) são feitos entrando no link acima: 171 obras, etc.
Como as coisas da net nem sempre funcionam como gostaríamos, tomamos a
liberdade de repetir algumas obras apanhando-as noutros links. Netista
prevenido vale por dois... Mas há mais,
carregando aqui... com outras possibilidades. Não desista até apanhar
a obra que procura...e se percebe
inglês, francês ou
espanhol experimente as
páginas respectivas carregando no link à sua escolha. Nestas também há
obras importantes de autores importantes, e algumas que até nunca foram
traduzidas para português.
Por Autor :
Adolfo Caminha ,
Alexandre
Herculano,
Almeida Garrett ,
Alphonsus de Guimaraens ,
Aluísio Azevedo ,
Àlvares de Azevedo ,
A
Adolfo Caminha
Bom Crioulo, O
No País dos Ianques (outro link)
Tentação (outro link)
A Normalista - Romance
Normalista, A
Tentação - Romance
No
País dos Ianques - Viagem
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Alexandre
Herculano
Arras por Foro de Espanha
Bispo Negro, O
A Harpa do Crente - Poemas
Harpa do Crente, A
O Alcaide de Santarém - Lendas
O Castelo de Faria
A Dama Pé-de-Cabra
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Almeida Garrett
Viagens na Minha Terra (outro
link)
Viagens na Minha Terra
Viagens na Minha Terra
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Alphonsus de Guimaraens
Poemas
Aluísio Azevedo
Nota: Aluísio Azevedo é
reconhecido também como autor de Literatura "Gótica". Nesta lista há
bastantes obras relacionadas com o tema "gótico". Contudo temos uma página
especialmente dedicada a este tema onde se encontram também outras obras
de Aluísio que pode ver carregando aqui.
Fritzmac - Teatro ( com Artur Azevedo e Aluísio Azevedo como autores )
O
Japão - Crônica
O
Touro Negro - Contos
O Esqueleto - Romance
Casa de Pensão (outro link)
Casa de Pensão
Casa
de Pensão - Romance
A Condessa Vésper (outro link)
Condessa Vésper, A
A Condessa Vésper - Romance
O Cortiço (outro link)
Cortiço, O
O
Cortiço - Romance
O Coruja (outro link)
O
Coruja - Romance
Demônios (outro link)
Demônios - Contos
Filomena Borges (outro link)
Filomena Borges
Filomena Borges - Romance
Girândola de Amores (outro link)
Girândola de Amores
Girândola de Amores - Romance
O Homem (outro link)
O
Homem - Romance
Uma Lágrima de Mulher (outro link)
Uma Lágrima de Mulher- Romance
O Livro de uma Sogra (outro link)
Livro de Uma Sogra
O
Livro de Uma Sogra - Romance
Mattos, Malta ou Matta? (outro link)
Mattos, Malta ou Matta - Romance
A Mortalha de Alzira (outro link)
A Mortalha de Alzira - Romance
O Mulato (outro link)
Mulato, O
O
Mulato - Romance
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Àlvares de Azevedo
Lira dos Vinte Anos
Macário
Noite na Taverna
Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos
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Antônio Vieira, Pe.
Sermão dos Bons Anos
Sermões de Vieira (Vol. I)
Os Sermões (outro link)
Sermão da Quinta Dominga da Quaresma - Sermão
Sermão Bom Sucesso de Portugal x Holanda - Sermão
Sermão de Santo António - Sermão
Sermão I - Maria Rosa Mística - Sermão
Sermão II- Maria Rosa Mística - Sermão
Sermão III - Maria Rosa Mística - Sermão
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Artur Azevedo
Amor por Anexins
Capital Federal, A
Escravocrata, O
A Almanjarra
O Barão de Pituaçu
Entre a Missa e o Almoço
Herói à Força
O Homem
A Pele do Lobo
O Tribofe
Uma Véspera de Reis
Viagem ao Parnaso
Augusto dos Anjos
Eu
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B
Basílio da Gama
O Uraguai
Bento Teixeira
Prosopopéia
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Bernardim Ribeiro
Menina e Moça
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Bernardo Guimarães
Devanear do Céptico, O
Ermitão de Muquém, O
Escrava Isaura, A
Orgia dos Duendes, A
Cantos da Solidão
O Garimpeiro
Inspirações da Tarde
O Seminarista
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C
Camilo Castelo Branco
Brasileira de Prazins, A
Coração, Cabeça e Estômago
Amor de Perdição
Camões
Lusíadas, Os
Redondilhas
Sonetos
Capistrano de Abreu
Capítulos de História Colonial
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Casimiro de Abreu
Carolina
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Castro Alves
Espumas Flutuantes
Escravos, Os
Navio Negreiro
Cláudio Manuel da Costa
Poemas escolhidos
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Coelho Neto
A Conquista
Turbilhão
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Cruz e Sousa
Broquéis
Faróis
Livro Derradeiro, O
Poemas Humorísticos
Poesia Interminável
Últimos Sonetos
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D
Domingos Gonçalves de
Magalhães
Suspiros Poéticos e Saudades
Domingos Olímpio
Luzia Homem
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E
Eça de Queirós
Alves e Cia.
Cidade e as Serras, A
Crime do Padre Amaro, O
Maias, Os
Mandarim, O
Relíquia, A
O Primo Basílio
Singularidades de uma Rapariga Loura
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Euclides da Cunha
Contrastes e Confrontos
À Margem da História
Peru Versus Bolívia
Sertões, Os (parte I)
Sertões, Os (parte II)
Ezequiel Freire
Pedro Gobá
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F
Fagundes Varela
Poemas
Fernando Pessoa
Mensagem
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França Júnior
Amor com Amor se Paga
Caiu o Ministério!
Como se Fazia um Deputado
O Defeito de Família
As Doutoras
Entrei para o Clube Jácome
Meia Hora de Cinismo
O Tipo Brasileiro
Tipos da Atualidade
Francisco Adolfo
Varnhagen
Ensaio Histórico sobre as Letras no Brasil
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Francisco Manuel de Melo, D.
Sonetos
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Franklin Távora
Cabeleira, O
Frei José de Santa Rita
Durão
Caramuru
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G
Gil Vicente
Auto da Barca do Inferno
Farsa ou Auto de Inês Pereira
Velho da Horta, O
Auto da Alma
Auto da Feira
Auto da Índia
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Gonçalves Dias
Canção do Exílio
I-Juca-Pirama
Leito de Folhas Verdes
Primeiros Cantos
Leonor de Mendonça
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Gregório de Matos
Crônica do Viver Baiano Seiscentista
Seleção de Obras Poéticas
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H
Humberto de Campos
Grãos de Mostarda
O Monstro e Outros Contos
A Serpente de Bronze
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I
Inglês de Sousa
Missionário, O
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J
João de Barros
Décadas da Ásia
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João do Rio
Alma Encantadora das Ruas, A
Momento Literário, O
Dentro da Noite
João Simões Lopes Neto
Contos Gauchescos
Lendas do Sul
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Joaquim Manuel de Macedo
Moço Loiro, O
Moreninha, A
Luneta Mágica, A
Primo da Califórnia,O
Memórias da Rua do Ouvidor
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Joaquim Nabuco
Camões
Minha Formação
Joaquim Noberto de
Souza e Silva
Dirceu de Marília
História da Conjuração Mineira (Parte 1)
História da Conjuração Mineira (Parte 2)
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José de Alencar
Cinco Minutos
Demônio Familiar, O
Diva
Encarnação
Guarani, O
Iracema
Lucíola
Pata da Gazela, A
Senhora
Sonhos D´ouro
Til
Ubirajara
Viuvinha, A
As Asas de um Anjo
Guerra dos Mascates
Mãe
O Que é o Casamento?
Verso e Reverso
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José de Santa Rita Durão, Frei
Caramuru
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José do Patrocínio
Campanha Abolicionista, A
Motta Coqueiro
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José Veríssimo
História da Literatura Brasileira
Júlia Lopes de Almeida
Intrusa, A
A Falência
Livro das Donas e Donzelas
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Júlio Dinis
Pupilas do Senhor Reitor, As
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Júlio Ribeiro
Carne, A
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L
Lacerda Coutinho
Poesias Escolhidas
Lima Barreto
Bruzundangas, Os
Cemitério dos Vivos, O
Clara dos Anjos
Diário Íntimo
Histórias e Sonhos
Homem que Sabia Javanês e Outros Contos, O
Marginália
Nova Califórnia, A
Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Subterrâneo do Morro do Castelo, O
Triste Fim de Policarpo Quaresma
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Luís de Camões
Anfitrião
Auto Chamado de Filodemo
El Rei Seleuco
Os Lusíadas
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M
Machado de Assis
Alienista,O
Americanas
Casa Velha
Contos Fluminenses
Crisálidas
Dom Casmurro
Esaú e Jacó
Falenas
Helena
Histórias Sem Data
Iaiá Garcia
Mão e a Luva, A
Memorial de Aires
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Papéis Avulsos I
Ocidentais
Quincas Borba
Tu, Só Tu, Puro Amor (Teatro)
Várias Histórias
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Manoel Botelho de Oliveira
À Ilha de Maré
Manuel António de Almeida
Memórias de um Sargento de Milícias
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Mário de Sá-Carneiro
A Confissão de Lúcio
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Martins Pena
Casadas Solteiras, As
Juiz de Paz na Roça, O
Noviço, O
Quem Casa, Quer Casa
Os Irmãos das Almas
O Judas em Sábado de Aleluia
Mestre João Faras
Carta de Mestre João Faras
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O
Olavo Bilac
Contos para Velhos ( zip )
A Tarde
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P
Paulo Barreto
A Alma Encantadora das Ruas
A Profissão de Jacques Pedreira
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Paulo Setúbal
Alma Cabocla
Os Irmãos Leme
As Maluquices do Imperador
A Marquesa de Santos
O Príncipe de Nassau
O Romance do Prata
Os Sonhos das Esmeraldas
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Pero de Magalhães Gandavo
História da Província de Santa Cruz
Tratado da Terra do Brasil
Pero Vaz de Caminha
Carta de Pero Vaz de Caminha
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Q
Qorpo Santo
Credor da Fazenda Nacional, Um
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R
Raul Pompéia
Ateneu, O
Jóias da Coroa, As
Uma Tragédia no Amazonas
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T
Teresa Margarida da Silva e Orta
Aventuras de Diófanes
Tomás António Gonzaga
Cartas Chilenas
Marília de Dirceu
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V
Valentim Magalhães
Flor de Sangue
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Visconde de Taunay
Inocência
Retirada da Laguna, A
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Mais obras para download
Mais obras
para cópia directa
Mais obras em português para cópia directa ( algumas repetidas com outros
links ).
Mais obras em português para cópia directa ( algumas repetidas com outros
links )(2).
Texto integral de obras de
autores brasileiros
Obras em Italiano para cópia directa.
Obras em Inglês para cópia directa.
Obras em Francês para cópia directa.
Obras em Espanhol para cópia directa.
Obras em Alemão para cópia directa.
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Obras Universais em português para cópia directa
DOS DELITOS E DAS PENAS - Cesare Beccaria
APRESENTAÇÃO - Nélson Jahr Garcia
"Dos delitos e das penas" é uma obra que se insere no movimento filosófico
e humanitário da segunda metade do século XVIII, ao qual pertencem os
trabalhos dos Enciclopedistas, como Voltaire, Rousseau, Montesquieu e
tantos outros.
Na época havia grassado a tese de que as penas constituíam uma espécie de
vingança colectiva; essa concepção havia induzido à aplicação de punições
de consequências muito superiores e mais terríveis que os males produzidos
pelos delitos. Prodigalizara-se a prática de torturas, penas de morte,
prisões desumanas, banimentos, acusações secretas.
Caracteres - Jean de La Bruyère
PREFÁCIO - Devolvo ao público o que ele me emprestou; dele tomei a matéria
desta obra; justo é que ao terminá-la, com todo o respeito à verdade de
que sou capaz, e que ele me merece, faça-lhe agora esta restituição. Pode
mirar-se com alma neste retrato que lhe fiz, tomado do natural; e se
reconhecer em si alguns dos defeitos que aponto, corrija-os. É o único fim
que se deve ter em vista ao escrever, e também o sucesso com que menos se
deve contar.
Da República - Cícero
APRESENTAÇÃO - Nélson Jahr Garcia
Cícero erigiu um dos mais importantes pilares do pensamento romano de sua
época. Suas concepções filosóficas, morais, jurídicas e religiosas foram
muito respeitadas por seus contemporâneos e o são até nossos dias. Em "Da
República" Cícero defende, como sistema político ideal, um modelo misto de
aristocracia e de governo popular. Fundamentando suas ideias, analisa e
discute, sob a forma de diálogo, as características do verdadeiro homem
público, igualdade de direitos, injustiça, tirania, o culto da família e
do lar doméstico, a dissolução dos costumes gregos e romanos. O ponto alto
encontra-se no Livro Sexto, que durante anos foi o único texto conhecido,
sob o nome de O Sonho de Cipião ("Somnium Scipionis"). Nesse Livro, em
estilo elegante e espiritualista defende, essencialmente, o dogma da
existência de Deus e da imortalidade da alma. É uma obra-prima.
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CAMAROTE 105 - Marion Crawford
ALGUEM pediu charutos. Instintivamente, olhamos todos para a pessoa que
falara. Brisbane era um homem de trinta e cinco anos, notável por aquelas
qualidades que geralmente atraem a atenção dos homens. Era forte.
DISCURSO PRELIMINAR SOBRE O ESPÍRITO POSITIVO - Augusto Comte
DISCURSO SOBRE O ESPÍRITO POSITIVO OBJECTO DESTE DISCURSO
1. O conjunto dos conhecimentos astronómicos não deve mais ser considerado
isoladamente, como até aqui, mas constituir de ora avante apenas um dos
elementos indispensáveis do novo sistema indivisível de filosofia geral
que hoje atingiu finalmente sua verdadeira maturidade abstracta, depois de
ter sido gradualmente preparado pelo concurso espontâneo dos grandes
trabalhos científicos dos três últimos séculos. Em virtude desta íntima
conexidade, ainda pouco compreendida, a natureza e o destino deste Tratado
não poderão ser devidamente apreciados se este preâmbulo imprescindível
não for consagrado sobretudo à definição conveniente do verdadeiro e
fundamental espírito desta filosofia, cuja instalação universal deve ser,
no fundo, o objectivo precípuo de semelhante ensino. Como ela se distingue
principalmente pela continua preponderância, a um tempo lógica e
científica, do ponto de vista histórico ou social, devo antes de tudo,
para melhor caracterizá-la, lembrar de modo sumário a grande lei que
estabeleci, em meu Sistema de Filosofia Positiva, sobre a evolução total
da Humanidade, lei à qual os nossos estudos astronómicos hão de recorrer
com frequência.
As Três Missas do Galo - Alphonse Daudet
I - Dois perus trufados, Garrigou?
- Exatamente, senhor abade, dois magníficos perus, recheados de trufas.
Ninguém o sabe melhor que eu, pois ajudei a recheá-los. As peles estavam
tão retesadas, que pareciam querer estourar...
- Jesus! Maria! E eu que gosto tanto de trufas! Dá-me depressa a
sobrepeliz, Garrigou . . . E que mais viste, na cozinha, além dos perus?
Em Legítima Defesa - Daniel Defoe
Certo fidalgo, senhor de uma avultada fortuna, casou com uma dama, também
de bons cabedais, de quem teve um filho e uma filha apenas, após o que
anos passados, ela se finou. Em breve contraiu segundas núpcias; e a
segunda esposa, posto que de mais baixa condição e menores haveres que a
primeira, tomou a peito aborrecer e maltratar os filhos que ele tivera da
outra mulher, o que fez a desarmonia da família, tanto no que respeita às
crianças como no que toca ao próprio pai.
As Aventuras de Sherlock Holmes, Histórias de Sherlock Holmes, O Cão dos
Baskervilles
Arthur Conan Doyle
A MÃO DO HINDU - Arthur Conan Doyle
TODA a gente Sabe que Sir Dominick Holden, o famoso cirurgião da Índia,
fez-me seu herdeiro, e, desse modo, transformou um médico pobre num
opulento proprietário. Muitos, também, sabem que, pelo menos, cinco
pessoas se atravessaram em meu caminho, por julgarem a escolha de Sir
Holden arbitrária ou caprichosa.
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Discurso do Método - René Descartes
PRIMEIRA PARTE - INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom
senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que
mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não
costumam desejar possui-lo mais do que já possuem. E é improvável que
todos se enganem a esse respeito; mas isso é antes uma prova de que o
poder de julgar de forma correcta e discernir entre o verdadeiro e o
falso, que é justamente o que é denominado bom senso ou razão, é igual em
todos os homens; e, assim sendo, de que a diversidade de nossas opiniões
não se origina do fato de serem alguns mais racionais que outros, mas
apenas de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes e não
considerarmos as mesmas coisas.
O LIMPADOR DE BOTAS - Charles Dickens
Em que lugares havia estado na mocidade?, repetiu ele quando lhe formulei
a pergunta. Santo Deus!, havia estado em todas as partes! E que profissões
exercera? Quase todas as que se pode ser! Se havia visto muitas coisas?
Certamente. Eu mesmo diria isso, posso assegurar, se soubesse de um
vigésimo do que lhe acontecera na vida. Tanto que seria muito mais fácil
para ele falar do que não vira do que aquilo que vira. Muito mais fácil.
A Órfã - Charles Dickens
I- O céu estava sombrio - céu de dezembro - e o calçamento das ruas
desaparecia sob a neve, neve de Londres, meio derretida e lamacenta. Nunca
se me varrera da memória a recordação dessa neve, apesar de terem passado
quinze anos desde a última vez que vira a sua triste cor.
Uma Aventura de Natal - Charles Dickens
O Espectro de Marley - Para começar, digamos que Marley tinha morrido.
Neste particular, não pode haver absolutamente a menor dúvida; a ata dos
seus funerais havia sido assinada pelo vigário, pelo sacristão, pelo homem
da empresa funerária e pelas pessoas que haviam conduzido o féretro.
O GUINÉU DA COXA - Charles Dickens
O céu estava sombrio, um céu de Dezembro e o empedrado das ruas
desaparecia debaixo da neve, aquela neve de Londres meio derretida e
lamacenta. Nunca se me varreu da memória a recordação dessa neve apesar de
já terem passado quinze anos sobre a última vez que a vi com a sua triste
cor.
O REI DO RIO DE OURO - Charles Dickens
Como o senhor vento sudoeste se meteu no sistema de lavoura dos
irmãos negros
O GRANDE INQUISIDOR - Fiodor Dostoiévski
- É preciso, sob o ponto de vista literário, que o meu poema tenha um
preâmbulo. A acção passa-se no século XVI; bem sabes que era costume,
nesta época, fazer intervir nos poemas os poderes celestes. Não falo de
Dante(1). Em França, os «clercs de la basoche»(2) e os monges davam
representações em que punham em cena Nossa Senhora, os anjos, os santos,
Cristo e Deus. Eram espectáculos ingénuos.
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NOITES BRANCAS - DOSTOIEVSKI
PRIMEIRA NOITE - Era uma noite maravilhosa, uma dessas noites que apenas
são possíveis quando somos jovens, amigo leitor. O céu estava tão cheio de
estrelas, tão luminoso, que quem erguesse os olhos para ele se veria
forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam
viver homens irritados e caprichosos? A própria pergunta é pueril, muito
pueril, mas oxalá o Senhor, amigo leitor, lha possa inspirar muitas
vezes!...Meditando sobre senhores caprichosos e irritados, não pude
impedir-me de recordar a minha própria conduta — irrepreensível, aliás —
ao longo de todo esse dia.
Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam
ACHANDO-ME, dias atrás, de regresso da Itália à Inglaterra, a fim de não
gastar todo o tempo da viagem em insípidas fábulas, preferi recrear-me,
ora volvendo o espírito aos nossos comuns estudos, ora recordando os
doutíssimos e ao mesmo tempo dulcíssimos amigos que deixara ao partir. E
foste tu, meu caro More, o primeiro a aparecer aos meus olhos, pois que
malgrado tanta distância, eu via e falava contigo com o mesmo prazer que
costumava ter em tua presença e que juro não ter experimentado maior em
minha vida. Não desejando, naquele intervalo, passar por indolente, e não
me parecendo as circunstâncias adequadas aos pensamentos sérios, julguei
conveniente divertir-me com um elogio da Loucura.
Coéforas - Ésquilo
A tragédia Coéforas, é aquela em que a acção se desenrola mais
teatralmente. Clitemnestra, que tinha assassinado seu marido Agamémnon,
encarrega sua filha Electra de fazer um sacrifício expiatório junto do
túmulo do pai, para apaziguar os seus Manes e afastar os sinistros
presságios dum sonho. Electra dirige-se ao túmulo acompanhada pelas
escravas (Coéforas) que levam os vasos e presentes funerários e formam o
Coro. Chegada ali, invoca a sombra do Pai a quem pede que vingue o crime
de que foi vítima. De repente, vê sobre o túmulo uma mecha de cabelos,
parecidos com os seus, que supõe serem de Orestes e faz votos pelo seu
regresso. Orestes, que se tinha escondido com Pílado quando viu
aproximar-se o grupo formado por Electra e pelas Coéforas, aparece e os
dois irmãos combinam vingar o pai. Orestes apresenta-se no palácio como um
estrangeiro e aproveita-se dum ardil para matar Clitemnestra e Egisto, seu
segundo marido. Aparece depois ao povo exibindo o véu em que os assassinos
tinham envolvido Agamémnon para que não pudesse defender-se. De súbito
perde a razão e retira-se para Delfos cujo deus lhe ordenara o matricídio.
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A DAMA DAS CAMÉLIAS
Alexandre Dumas Filho
MISSA DOS MORTOS
Anatole France
Eis o que o sacristão da igreja de Santa Eulália, em Neuville-d'Aumont, me
contou debaixo da latada do Cavalo-Branco, numa bela noite de verão,
bebendo uma garrafa de velho vinho, à saúde de um morto muito abastado,
que ele havia enterrado honrosamente naquela manhã mesma, sob um tecido
cheio de belas lágrimas de prata.
Baltasar
Anatole France
I
Nesse tempo, Baltasar, que os gregos chamaram Sarraceno, reinava na
Etiópia. Negro, mas belo de rosto, era de espírito simples e de coração
generoso. Durante o terceiro ano de seu reinado, que era o vigésimo
segundo de sua idade, saiu para visitar Balkis, rainha de Sabá.
Acompanhavam-no o mago Sembobitis e o eunuco Menkera. Seguiam-no setenta e
cinco camelos, carregados de cinamomo, mirra, ouro em pó e dentes de
elefante. No decorrer da caminhada, Sembobitis ensinava-lhe não só a
influência dos planetas como também as virtudes das pedras e Menkera
cantava-lhe canções litúrgicas; mas ele não os ouvia e distraía-se a olhar
os pequenos chacais sentados, de orelhas em pé, contra o horizonte de
areia.
O Cristo do Mar
Anatole France
Naquele ano, vários pescadores de Saint-Valéry afogaram-se no mar. Os
corpos, atirados à praia pela maré, foram encontrados de mistura com os
restos dos seus barcos, e durante nove dias foram vistos, na trilha
montanhosa que conduz à igreja, esquifes carregados nos ombros e
acompanhados por viúvas em pranto, sob grandes mantos negros, como as
mulheres da Bíblia.
Assim Falava Zaratustra
Friedrich Wilhelm Nietzsche
PRIMEIRA PARTE
PREÂMBULO DE ZARATUSTRA
Aos trinta anos apartou-se Zaratustra da sua pátria e do lago da sua
pátria, e foi-se até a montanha. Durante dez anos gozou por lá do seu
espírito e da sua solidão sem se cansar. Variaram, porém, os seus
sentimentos, e uma manhã, erguendo-se com a aurora, pôs-se em frente do
sol e falou-lhe deste modo:
“Grande astro! Que seria da tua felicidade se te faltassem aqueles a quem
iluminas? Faz dez anos que te abeiras da minha caverna, e, sem mim, sem a
minha águia e a minha serpente, haver-te-ias cansado da tua luz e deste
caminho.
AVATAR
Theophile Gautier
NINGUEM podia compreender qual a doença que ia consumindo lentamente
Otávio de Saville. Não se encontrava acamado, conduzia vida regular, nunca
um lamento lhe saiu dos lábios; entretanto, definhava a olhos vistos.
Examinado pelos médicos, que a solicitude dos parentes o obrigavam a
consultar, não acusava nenhum sofrimento determinado, e a ciência não
descobria sintoma algum grave. Mas a vida afastava-se dele, fugindo por
umas dessas frestas invisíveis, de que, segundo Terêncio, o homem está
repleto.
Nunca levante os olhos para uma mulher
Théophile Gautier
Você me pergunta, irmão, se amei; respondo que sim. É uma história
singular e terrível, e, embora tenha sessenta e seis anos, mal ouso tocar
nas cinzas dessa lembrança. Não quero lhe negar nada, mas não contaria tal
história a alguém menos experiente. São acontecimentos tão estranhos que
custo a acreditar que tenham ocorrido. Durante mais de três anos fui
vítima de uma ilusão singular e diabólica.
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