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LISTA DE POETAS POR ORDEM
ALFABÉTICA DO PRIMEIRO NOME Ausência de poesia
Aquele que me fez me tirou da abastança, Há quarenta dias me oprime do deserto. (...) Ó Deus de Bilac, Abraão e Jacob, Esta hora cruel não passa? Me tira desta areia, ó Espírito, Redime estas palavras do seu pó.
(Poesia Reunida, p.189.)
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Nem um verso em Dezembro
Nem um verso em Dezembro, Eu que para isso nasci e vim ao mundo. (...)
(Poesia Reunida, p.157.)
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Vida
A crioula que meus olhos beijaram a medo perdeu-se na confusão de um porto francês
Ela sorria continuamente, erguendo no seu riso uma canção extraordinária.
Não foi um romance de amor nem mesmo um pequeno segredo entre ambos.
Somente, quando Ela falava ao pé de mim, eu sentia: um aprazível devaneio pela maravilha escultural duma Mulher Perfeita.
Depois, a Vida separando Nós - Dois a confusão, os ruídos, os braços agitando-se e o vapor levando para outros mares, outros portos, a graça, o mistério, o perfume e os cantares da crioula que meus olhos beijaram a medo no tombadilho daquele vapor francês.
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As águas
A chuva regressou pela boca da noite Da sua grande caminhada Qual virgem prostituída Lançou-se desesperada Nos braços famintos Das árvores ressequidas!
(Nos braços famintos das árvores Que eram os braços famintos dos homens...)
Derramou-se sobre as chagas da terra E pingou das frestas Do chapéu roto dos desalmados casebres das ilhas E escorreu do dorso descarnado dos montes!
Desceu pela noite a serenar A louca, a vagabunda, a pérfida estrela do céu Até que ao olhar brando e calmo da manhã Num aceno farto de promessas Ressurgiu a terra sarada Ressumando a fartura e a vida!
Nos braços das árvores... Nos braços dos homens...
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Quadro
Lá vem nho Cacai da ourela do mar Acenando a sua desilusão De todos os continentes! Ele traz o peito afogado em maresias E os olhos cansados da distancia das horas...
Lá vem nho Cacai Com a boca amarga de sal A boiar o seu corpo morto Na calmaria da tarde!
Nho Cacai vem alimentar os seus filhos Com histórias de sereias... Com histórias das farturas das Américas...
Os seus filhos acreditam nas Américas E sabem dormir com fome...
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Não me lavem o rosto
Não me lavem os olhos! Não; já disse não! Deixai-me ver, sentir, viver tudo em mim mas não me lavem os olhos!
Deixai-me crer por mim aceitar a realidade mas não me barrem a caminhada não me lavem os olhos!
Deixai-me sofrer realidade ao sonhar fraternidade mas... por favor... não me lavem os olhos!
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Curvo-me
Curvo-me ao obstinado peso das raízes. Mais alto se erguem os morosos frutos da inquietude. Por todo o meu corpo animais em deserção, bélicos murmúrios, impendentes murmúrios, desdenhada fortuna.
Não sei de barcos, não sei de pontes, para outro tão melodioso território. Afeiçoados ficaram os olhos ao sonhado verde dos campos. Derrotados sob o adivinhado zelo do sol por quantos dias a ilha estremece ao temor da sede e da ruína.
Deram-lhe navegadores nome de santo, quando à vista das angras lágrimas e gritos se confundiram. E na hora terreal, feito o sinal da cruz, divisa de quem por tão longes terras os mandara navegar, um destino de penumbra ali se traçou.
E ficámos náufragos, irmãos dos chibos, pela ocidental terra que o dia já desnuda. Pelos sinos da matriz avisando da inexorável aproximação dos corsários (um tempo de rapina subjaz ainda na memória desses anos) eu vos saúdo, velho cadamosto, diogo gomes, antónio da noli; eu vos saúdo desde esses picos de sede de onde a noite mais veloz se confunde com os desfraldados estandartes da alegria.
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Exemplo
Há muito passado no estar aqui com o tempo, Fim e reconhecimento, e não sofrendo nada mais do que o tempo concede,
Fim de novo e reconhecimento de novo E tudo é crime, ou crime sempre, crime ou crime, Criminosíssimamente crime, Quando arriscamos a intensidade, comemorando. Aumento e festa, ou cilício, e tempo de cair e tempo de seguir, Tempo de mal cair e tempo de mal seguir, Oh amamos tanto, amamos tanto estar aqui com o tempo E sabendo que há nisso pouco passado. Porque maiores que os desígnios da vida São os desígnios da medida e, divididos Em dois por eles, com eles indo, se por eles Ganhamos o tempo, pedimos a forma mais fácil De indagar que vamos morrer e, um dia, se O tempo for deles e, a memória, de outros, Havemos de ser úteis como mortos há muito, Sem que a causa, o delírio, a designação, O julgamento nossa medida abandonem, Dividida em duas por elas, e ganhando constância.
Depois, depois faremos ou fará o tempo, por sua vez, Aquele blasfemíssimo comentário, E então consta que amámos.
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Fragmento
E então subimos aquele grande rio e as portas do Ródão, chamadas. Era em Abril dois dias depois da neve e da cidade dos nevões, na serra. E olhamos para os penhascos da beira-rio, as oliveiras, o xisto, a cevada as ervas de termo, e as colinas. E, junto da via férrea, os homens do pais miravam-nos como se fossemos nós e não eles os mortos desta terra, homens do medo e do tempo da discórdia que trazem para o cimo das estradas a malícia que vai apodrecendo seus pés neste mundo e em terras de outrem. Que fazeis do mundo e da sua chama imponderável, os homens, perdidos que estais, hoje como ontem, entre a casa e o limiar? E evocamos, mais uma vez, esse provérbio sessouto. E, na verdade, porque regressaremos, após tantos anos, a este tema? Será que a morte nos ensinou a olhar para o homem com pavoroso êxtase?
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Isto é que fazem de nós
Isto! E perguntam-nos: - sois homens? Respondemos: - animais de capoeira. Dizem-nos: - bom dia. Pensamos: lá fora...
Isto é que fazem de nós quando nos inquirem: - estais vivos? E em nós as galinhas respondem: - dormimos.
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Mar
Mar! Mar! Mar! Mar!
Quem sentiu mar?
Não o mar azul de caravelas ao largo e marinheiros valentes
Não o mar de todos os ruídos de ondas que estalam na praia
Não o mar salgado dos pássaros marinhos de conchas areias e algas do mar
Mar!
Raiva - angústia de revolta contida
Mar!
Silêncio - espuma de lábios sangrados e dentes partidos
Mar! do não - repartido e do sonho afrontado
Mar!
Quem sentiu mar?
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Ser tigre
O tigre ignora a liberdade do salto é como se uma mola o compelisse a pular.
Entre o cio e a cópula o tigre não ama.
Ele busca a fêmea como quem procura comida.
Sem tempo na alma, é no presente que o tigre existe.
Nenhuma voz lhe fala da morte. O tigre, já velho, dorme e passa.
Ele é esquivo, não há mãos que o tomem.
Não soa, porque não respira.
É menos que embrião abaixo do ovo, infra - sémen.
Não tem forma, é quase nada, parece morto.
Porém existe, por isso espera.
Epopeia, canção de amor, epigrama, ode moderna, epitáfio,
Ele será quando for tempo disso.
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Rota longa
Rota longa
Irei na rota branca da rosa de espuma na hora madrugada promissora da brisa.
Rota longa rota longa
Irei com a pétala ressequida da tórrida paisagem para além das distâncias secas.
Rota longa rota longa
Rota longa de espuma vou irei espalhar minhas pétalas ressequidas na hora madrugada das correntes desatadas.
Rota longa rota longa
Vou irei sem detença para além das distâncias secas em busca do abraço ancorado na outra margem da curva líquida.
Rota longa rota longa
Vou irei na hora alta desta vigília e a manhã clara acontecerá.
Rota longa rota longa
Vou irei contra todas as cadeias protestantes do meu rumo em cada protesto que embarco na ondulação que se desatraca.
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Espiritualismo
Junto do mar, que erguia gravemente A trágica voz rouca, enquanto o vento Passava como o voo dum pensamento Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente, Olhando o céu pesado e nevoento, E interroguei, cismando, esse lamento Que saía das coisas vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura, Seres elementares, força obscura? Em volta de que ideia gravitais?
Mas na imensa extensão onde se esconde O inconsciente imortal só me responde Um bramido, um queixume e nada mais.
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Hino à razão
Razão, irmã do Amor e da Justiça, Mais uma vez escuta a minha prece. É a voz dum coração que te apetece, Duma alma livre só a ti submissa.
Por ti é que a poeira movediça De astros, sóis e mundos permanece; E é por ti que a virtude prevalece, E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações buscam a liberdade entre clarões; e os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti podem sofrer e não se abatem, Mãe de filhos robustos que combatem Tendo o teu nome escrito em seus escudos
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Lacrimae Rerum
Noite, irmã da Razão e irmã da Morte, Quantas vezes tenho eu interrogado Teu verbo, teu oráculo sagrado, Confidente e intérprete da Sorte!
Aonde são teus sóis, como coorte De almas inquietas, que conduz o Fado? E o homem porque vaga desolado E em vão busca a certeza que o conforte?
Mas, na pompa de imenso funeral, Muda, a noite, sinistra e triunfal, Passa volvendo as horas vagarosas...
É tudo, em torno a mim, dúvida e luto; E, perdido num sonho imenso, escuto O suspiro das coisas tenebrosas... !
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Mors - Amor
Esse negro corcel, cujas passadas Escuto em sonhos, quando a sombra desce, E, passando a galope, me aparece Da noite nas fantásticas estradas,
Donde vem ele? Que regiões sagradas E terríveis cruzou, que assim parece Tenebroso e sublime, e lhe estremece Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente, Formidável mas plácido no porte, Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor: E o corcel negro diz "Eu sou a morte", Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor".
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O Convertido
Entre os filhos dum século maldito Tomei também lugar na ímpia mesa, Onde, sob o folgar, geme a tristeza Duma ânsia impotente de infinito.
Como os outros, cuspi no altar avito Um rir feito de fel e de impureza... Mas um dia abalou-se-me a firmeza, Deu-me um rebate o coração contrito!
Erma, cheia de tédio e de quebranto, Rompendo os diques ao represo pranto, Virou-se para Deus minha alma triste!
Amortalhei na Fé o pensamento, E achei a paz na inércia e esquecimento... Só me falta saber se Deus existe!
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Gatos
"Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura.
É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação.
Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual."
(Perde o gato - crónica de Carlos Drummond de Andrade)
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Os gatos da tinturaria
Os gatos brancos, descoloridos, passeiam pela tinturaria, miram policromos vestidos. Com soberana melancolia, brota nos seus olhos erguidos o arco-íris, resumo do dia,
ressuscitando dos seus olvidos, onde apagado cada um jazia, abstractos lumes sucumbidos.
No vasto chão da tinturaria, xadrez sem fim, por onde os ruídos atropelam a geometria,
os grandes gatos abrem compridos bocejos, na dispersão vazia da voz feita para gemidos.
E assim proclamam a monarquia da renúncia, e, tranquilos vencidos, dormem seu tempo de agonia.
Olham ainda para os vestidos, mas baixam a pálpebra fria.
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Dois sonhos
O gato dorme a tarde inteira no jardim. Sonha (?) tigres enviesados a chamá-lo para a fraternidade no jardim. Gato sonhando, talvez sonho de homem? Continua dormindo, enquanto ignoro a natureza e o limite do seu sonho e por minha vez também me sonho (inveja) gato no jardim.
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Ode ao gato
Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça. Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça, voo. O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que quer. O homem quer ser peixe e pássaro a serpente quisera ter asas, o cachorro é um leão desorientado, o engenheiro quer ser poeta, a mosca estuda para andorinha, o poeta trata de imitar a mosca, mas o gato quer ser só gato e todo gato é gato do bigode ao rabo, do pressentimento à ratazana viva, da noite até os seus olhos de ouro. Não há unidade como ele, não tem a lua nem a flor tal contextura: é uma coisa só como o sol ou o topázio, e a elástica linha em seu contorno firme e subtil é como a linha da proa de uma nave. Os seus olhos amarelos deixaram uma só ranhura para jogara as moedas da noite Oh pequeno imperador sem orbe, conquistador sem pátria mínimo tigre de salão, nupcial sultão do céu das telhas eróticas, o vento do amor na intempérie reclamas quando passas e pousas quatro pés delicados no solo, cheirando, desconfiando de todo o terrestre, porque tudo é imundo para o imaculado pé do gato. Oh fera independente da casa, arrogante vestígio da noite, preguiçoso, ginástico e alheio, profundíssimo gato, polícia secreta dos quartos, insígnia de um desaparecido veludo, certamente não há enigma na tua maneira, talvez não sejas mistério, todo o mundo sabe de ti e pertence ao habitante menos misterioso, talvez todos acreditem, todos se acreditem donos, proprietários, tios de gatos, companheiros, colegas, discípulos ou amigos do seu gato. Eu não. Eu não subscrevo. Eu não conheço o gato. Tudo sei, a vida e seu arquipélago, o mar e a cidade incalculável, a botânica, o gineceu com os seus extravios, o pôr e o menos da matemática, os funis vulcânicos do mundo, a casaca irreal do crocodilo, a bondade ignorada do bombeiro, o atavismo azul do sacerdote, mas não posso decifrar um gato. Minha razão resvalou na sua indiferença, os seus olhos tem números de ouro.
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O gato Ária para tenorino e flautim Para Carô Murgel
O gato aparece à noite com seu esquivo silêncio de passos bem calculados num jogo de paciência as garras bem recolhidas na concha de suas patas
O gato passeia a noite com seu manto de togado como se fosse um juiz de presas resignadas a sua sentença de sombras seu apetite de gula
O gato varre essa noite facho de suas vassouras vermelhas de olhos ariscos e alcança nessa limpeza o movimento mais presto o guincho mais desouvido
Mais que perfeito no bote (tal qual Mistoffelees de Eliot) do pulo que nunca ensina tombam baratas besouros peixes de aquário catitas ao paladar sibarita
Nada à noite falta ao gato nem a presteza no salto nem a elegância completa do seu traje de veludo para o baile dos telhados roçando as fêmeas no cio
O gato é acto em seu salto e a noite luz do seu palco: ribalta luciferina lunária ária da lua na réstia de seus dois gozos é félix feliz felino
Guardei a sétima estrofe para o canto do mistério das sete vidas do gato e seu tapete aziago nas noites de sexta-feira há provas do seu estrago.
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Soneto do gato morto
Um gato vivo é qualquer coisa linda Nada existe com mais serenidade Mesmo parado ele caminha ainda As selvas sinuosas da saudade De haver sido feroz. À sua vinda Altas correntes de electricidade Rompem do ar as lâminas em cinza Numa silenciosa tempestade.
Por isso ele está sempre a rir de cada Um de nós, e ao morrer perde o veludo Fica torpe, ao avesso, opaco, torto
Acaba, é o antigato; porque nada Nada parece mais com o fim de tudo Que um gato morto.
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O gato
Com um lindo salto Lesto e seguro O gato passa Do chão ao muro Logo mudando De opinião Passa de novo Do muro ao chão E pega corre Bem de mansinho Atrás de um pobre De um passarinho Súbito, pára Como assombrado Depois dispara Pula de lado E quando tudo Se lhe fatiga Toma o seu banho Passando a língua Pela barriga
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