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LISTA DE POETAS POR ORDEM ALFABÉTICA DO PRIMEIRO NOME 1
o verão estende a sua sombra até aos joelhos em que a luz se dobra: a isso chamávamos Outono
2 Na campânula do nevoeiro o plátano incendeia a cinza: oiro e vermelho inverosímeis como uma tempestade eléctrica no écran da janela; uma floração delirante do olhar afectado pelo crepúsculo recordado na paixão. Depois a água gris lavará tudo excessivamente.
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3 Uma cadeira sentada ao lado da mesa: madeira, metal e pano ? branco, vermelho e preto. Um livro luzente e minucioso. Em frente uma rede de pontos de água em explosão ? pontos, traços vibrando curto: estrelas de chuva contra o vago sim do sol e a maciça sombra da colina.
? Acompanhas o invisível fluxo da terra na paz vertical e no equilíbrio dos mundos.
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4
o cheiro da terra depois da chuva de Julho no quintal do sul com a palmeira clara vem até junto da roseira brava que neste pátio dispara rápida a partir da parede antiga. Dois plátanos no largo por essa palmeira: a palmeira no sol das abelhas e da tijoleira. A roseira brava pelo cheiro da terra erguido. Campos contra campos: inclinada abres o fogo da salamandra contra o teu rosto cintilante. ? Estás a envelhecer e há um risco na paisagem.
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5 O pátio com as palmeiras da infância vem agora ao halogéneo da sala enquanto a chuva vibra o pátio daqui. O teixo aceso no livro é diferente do candeeiro alto. Vem dizer uma morte antiga estilhaçada pelos ramos da palmeira a que trago agora a amada distante. Tu foges na fotografia: há um rasto de sombra na pedra
que a saia roçou; na pedra onde a mão se demorou um pouco mais. Há uma voz que reconheces agora, duas palavras depois: Ah! és tu. E há um arco de pedra caiada branca, a moldura ocre. A tijoleira do chão do pátio superior, como no corredor da casa ao longo da sala, mas com musgo, guarda os passos da criança que desentendes. Deves ser tu mas quem garante o nome?
Deves ter aprendido no passado a perder coisas. E a inventá-las depois no pátio entre a entrada em arco e a palmeira do nascimento. De lá vem-te uma praia sem mar perto, só uma poalha brilhante e seca. Vais procurá-la sem medo numa tarde que só devagar se morre a um círculo de inverosímeis teixos. O que agora vês deveria ter o cheiro da terra depois da chuva de Julho
para que a palmeira viesse iluminada de dentro do teixo aceso no livro. ? o que é que gostarias de pedir?
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6 O crepúsculo da manhã nascente sopra o esbraseamento ténue e branco em voo na linha do horizonte. E por sobre límpidas palidíssimas as luzes urbanas, acende os espelhos das salinas: quatro águas que estremecem a manhã. Por trás da casa, atrás de nós, o húmido marulho de pássaros frágeis que destecem a sombra. A teu lado, o corpo de quem te convida à manhã do mundo.
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Sei lá porquê! O amor não tem porquê! Um sorriso, um olhar alvoroçado e o coração em festa e deslumbrado por um lampejo que ninguém mais vê!
Alma que se reparte e espera e crê e mais quer dar depois de tudo dado. E porque a vida é beijo conquistado, bendito seja o amor pela mercê!
Compreender a voz fria do luar e ao longe ouvir as ondas e entendê-las e a própria neve transformar em lume...
Sem porquê! Sem razão e sem pensar: como no Céu se acendem as Estrelas e na terra as violetas dão perfume.
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Depois, verás! O vento há de cantar estranhas melodias ignoradas e a tona, verde líquida do mar, há-de encher-se de rosas encarnadas.
O sol será mais sol, mais tutelar e aquecer terras frias, mãos geladas, e os voos hão-de erguer-se pelo ar no encantamento de asas libertadas.
Depois verás! Nem cruzes nem espinhos! E há-de haver água em todos os caminhos e em cada sombra o riso de um lamejo.
Há-de crescer o bem, secar o mal, quando eu florir teus lábios de mortal com a imortalidade do meu beijo.
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Não vês! Ergue-se a chama prisioneira e que aos poucos morria de abandono. O teu olhar pousou-se na roseira e a roseira floriu, perto do Outono.
O meu sonho de luz em cachoeira não tinha cor nem frémito nem dono - que estava ainda no meio da ladeira e agonizava de vazio e sono.
Porém, o sol rompeu no céu contente e o meu corpo cansado de poente, amanheceu numa alegria sã.
Não vês! Beija-me a boca ardente e louca e dize-me depois se minha boca não tem um gosto nítido a manhã...
Prende nas tuas mãos cansadas de tanta solidão, de tanto frio, enche-lhes o amaríssimo vazio do arrojo de carícias realizadas.
Dá-lhes a cor lustral das madrugadas dos dias quentes bárbaros de estio; despe-as com devoção do tom sombrio de tantas, tantas noites consumadas!
Em seguida, num místico lampejo mas no calor ascensional das brasas, beija os meus dedos trémulos e vãos,
que depois do milagre do teu beijo, eu ficarei amor, com duas asas onde Deus colocará duas mãos.
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Mais uma vez ando às voltas, tento percorrer o tempo como ele me percorre a mim, sozinho, com medo, longe do mundo, mudo, com vontade de gritar. Escorrego no pátio das lembranças que me prendem ao passado e percorro mais uma vez as estradas que a minha mente evita, agita, num plano paralelo à irrealidade presente. Permaneço intacto, silencioso, enquanto abro o livro de folhas soltas, de pensamentos tristes, frágeis, corrompidos pelo tempo que aflora em minha alma, que me percorre mais uma vez, longe do mundo, longe de tudo. Escorre da nascente pobre mais um dia, solto, vadio, um olhar que invade o rio onde afloram nossas águas, nosso ventre de promessas cegas, velhas, sem garra, nem vontade. Mais uma vez, a noite cresce primeiro o tempo percorre-me sem me deixar percorrê-lo, queimam-se as palavras, rasgam-se os verbos, jaz a luz na esquina da ilusão, enquanto o tempo transpira vazio, nos contornos de um instante, delirante, na nudez do luar perdido entre dois mares.
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Tanta indiferença que passeia pelas minhas entranhas, tanta dor que não se acanha... ...por isso é que o ódio escorre por mim uma raiva imensa que jorra como suor do meu peito, insuportável decadência sem fim, irreparável cedência dos poros inquietos sem pudor.
Incendiária a vontade que tenho, de acabar com todos esses hipócritas baratos, exterminar de uma vez por todas, esse mundo imperfeito e intacto, explodir, penetrar bem fundo com um qualquer engenho... ...podem ser palavras raras essas que nos dão estalos, que nos fazem tremer como varas! Estou farto de me esbarrar com mentiras, as inegáveis verdades, a ignorância que à volta do mundo gira!!!
Dos fracos não reza nem uma gota de história, e eu estou farto de ser bom... ...vou ser mau, pelo menos desta vez, encarnar o outro lado da glória, ser mau, fingir, mentir, ser outra pessoa, jogar com outras vidas, pô-las à toa como um barquinho à vela no meio de uma tempestade, eu seria a tempestade, cruel, cheia de ansiedade... ...para ver o afundar do barco, fraco, impotente, pelo menos desta vez não seria eu o comandante daquela gente!
Estou cansado de ter que controlar este vazio, tirar o casaco para abrigar quem tenha frio, estou cansado de dar a minha vida por quem não a merece, de não esquecer quem me esquece! Mas desta vez revoltar-me-ei sem remorsos terão que ser outros a fazer os meus esforços, é chegada a altura de receber algo em troca por todos os meus sacrifícios, não era com esta intenção que eu era bom mas o mal que insuportavelmente resistia sempre no mesmo tom, tirou-me com passos mágicos daquele hospício... ...sim daquele hospício, cheio de falsas liberdades, recheado de idiotas causas, fingidas verdades!!!
Não suporto o ar feliz com que nos tentam enganar aqueles olhares viciados, cheios de nada, julgam que estão bem! Coitados... ...ainda não caíram ao mar, no abismo incontido da inveja, no profundo e ordinário egoísmo, o amargo desamor que nos beija, os heróicos actos de terrorismo.
Não consigo conter-me mais, escorrem por mim sorrisos fingidos, banais, irritantes buzinas que soam como loucas, travagens súbitas, revoltas roucas... ...mas finalmente e felizmente libertei-me do medo, o medo de encarar a vida de frente sem inventar histórias, apaguei dos registos, a angústia da derrota, agora que enfrentei tudo isto, nada mais importa apenas oiço, respiro e provo o sabor amargo da vitória.
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Daniel Camacho - Excertos da Noite
Acordo às três da manhã num quarto húmido e vazio, acendo um cigarro encostado à parede observando o silêncio completo e frio... Sufoco a ardente e extrema tristeza e vejo a vida corromper-se naquele recinto fechado, devorada pela lucidez da solidão, no meio da loucura, da ilusão. Enveneno-me inquietando o corrupto cadáver e ardo, sem estremecer, lentamente na fogueira, vendo as incompreensíveis e enormes sombras, erguerem-se no quarto...outrora vazio, com toda a melancolia a percorrer-me o sangue, os secretos gritos devorarem o vocabulário do medo! Acordo ancorado à solidão, sem razões para apelar a uma mudança repentina, pois o mar rouba terra ao seio desnudo das águas, fiel à metamorfose da vida que estala entre os dedos... ...a vida esfuma-se nos seus próprios fundamentos, nas muralhas da razão, onde as palavras enredam inocência... ...enlouquecendo num excerto de angústia com voz obscura devorada pela tradição.
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DANIEL CAMACHO - Um poema é...
Um poema é uma pintura, feito com amor e com ternura, um poema é uma escultura, carregado de emoção e aventura, Um poema é uma história, feita de glórias e memórias, um poema é um ritual, escrito numa folha dum jornal, Um poema é uma canção, que vadia como um lobo solitário, um poema é uma recordação, que navega no fundo de um aquário. Poemas são segredos, poemas são medos, poemas são brinquedos, que nos escapam entre os dedos. Poemas são dados ilustrados, que semeiam ilusões, poemas são noites e dias separados, são tiros, descobertas e traições.
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De repente dou conta do meu ser, da minha existência, quebro o silêncio rarefeito que me vigia os passos, que me prende a voz, sugo a saudade inerte, a ausente palpitação de qualquer coisa, que navega dentro de mim...e reparo no nada, no vazio inquieto que suporta a nossa dor, o suor cansado que nos cobre o rosto, as cores, os sons, o sol posto. É tão bom poder sentir, olhar de frente o nada, mas saber que se vê tudo, pois o nada só é nada, se for tudo. Só agora reparei como é bela a noite, a lua que a ilumina, os lampiões que a acompanham, mas não tristes e sós, a pedra recalcada, os caminhos desertos da calçada, que nos acompanham e nos abrigam a voz. É bom poder sentir o nada, quando se sente o nada dá-se valor ao tudo, que afinal não é mais que quase nada... As sombras cansadas fazem parte de nós, mas não são nada sozinhas, pois tudo o que as faz sorrir, é o nada que as olha e as despe, sem se sentir. Quando acordares olha de frente o nada, e diz-me se sentiste o vazio percorrer o teu olhar, preencher cada espaço sem tempo, o nada que acontece, e diz-me se o nada existe, se me disseres que não, perguntar-te-ei o que é a existência? se me disseres que sim é porque olhas e consegues ver...
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Daniel Camacho - 16:44 e as luzes já estão acesas
16:44 e as luzes já estão acesas. a neblina repentina, adoece e entristece ainda mais a pedra da calçada que se inverte no Inverno de tantas vagas.
Os velhos sentados em frente ao jardim inacabado, estendem as mãos cheias de rugas e feridas que o tempo suga enquanto há vida, e enquanto as marés que vão e vêem com a música das centenas de histórias que têm para contar, apaga-se de súbito no infinito das lembranças que tanto afogo, fogo maldito. Tão tristes ficam os dias assim, cinzentos, sombrios, ridículos e imbecis, embora possuam o agradável aroma do consumismo atroz que nos consome sempre nesta altura e noutras tantas, mas mesmo assim sem mantas, deitados num canto fora do mundo, de mãos esticadas, os velhos de barbas e luvas rasgadas, apenas recebem uns pingos de chuva em troca da devota devoção que desde crianças os apunhalou a traição.
Os velhos, tão parecidos com os novos eles são. Nobre palavra que os distancia e diferencia da verdade e falsidade do comum dos mortais. Morte ao início que se afasta do seu fim. 17:00, o tempo não para, porque haverei eu de parar? Anoitece cada vez mais cedo e a sede que tenho acesa no peito, cedo se apagará, tal qual o Sol e a vida que corre a torto e a direito, acena-nos e diz-nos bom proveito.
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Teresa Mariz Bruttin - Era contigo
Era contigo amor Eram teus os meus minutos As minhas horas Os meus dias Era tua a minha existência Não quis Não sei se quis se quis Hoje sei que era contigo amor Que a casualidade te traga a mim Por um momento perder-me nesse sorriso Esquecer-me na poesia dessas palavras Era contigo amor Lá fora o Inverno traz frio Aqui dentro o vento sopra E não traz a tua imagem !
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Teresa Mariz Bruttin - A tua Estrela
Não quero saber o que vai no teu pensamento Quem no teu pensamento mora Com quem conversas a todas as horas Não quero saber por onde caminhas Quem te acompanha Quem à tua sede dá de beber Quem em sonho te faz viver Não quero saber o que diz o teu olhar Nada quero saber Com medo de saber que não sou eu A tua Estrela
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O bando debandou subindo do arvoredo do vácuo que ficou no fim do seu degredo as asas abrem chagas no acinzar do entardecer e amansam a agonia do dia a escurecer
ensombram a ribeira e o verde da seara e passam pela eira em que o sol se pousara nas gotas do orvalho luarento e vacilante refrescam o cansaço e dormem um instante
Pássaros do sul bando de asas soltas trazem melodias p'ra cantar às moças em noites de romaria em noites de romaria
no adejo da alvorada oscila a minha mágoa o céu à desgarrada irrompe azul na água e a passarada acorda no sonhar de um camponês e entrega-se no sul do frio que à noite fez
é tempo da partida e a cor no horizonte adensa a despedida e o borbotar da fonte as asas abrem chagas na poeira o sol acalma num agitar inquieto que me refresca a alma
pássaros do sul bando de asas soltas trazem melodias pra cantar às moças em noites de romaria em noites de romaria
Canção de Mafalda Veiga
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Jeito de escrever - Irene Lisboa
Não sei que diga. E a quem o dizer? Não sei que pense. Nada jamais soube.
Nem de mim, nem dos outros. Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas... Seja do que for ou do que fosse. Não sei que diga, não sei que pense.
Oiço os ralos queixosos, arrastados. Ralos serão? Horas da noite. Noite começada ou adiantada, noite. Como é bonito escrever!
Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito. Ao acaso, sem âncora, vago no tempo. No tempo vago... Ele vago e eu sem amparo. Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto das horas. Mortas!
E por mais não ter que relatar me cerro. Expressão antiga, epistolar: me cerro. Tão grato é o velho, inopinado e novo. Me cerro!
Assim: uma das mãos no papel, dedos fincados, solta a outra, de pena expectante. Uma que agarra, a outra que espera... Ó ilusão! E tudo acabou, acaba. Para quê a busca das coisas novas, à toa e à roda?
Silêncio. Nem pássaros já, noite morta. Me cerro. Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e solidão.
Da indiferença. Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada. Noite vasta e contínua, caminha, caminha. Alonga-te. A ribeira acordou.
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A MULHER NA LITERATURA PORTUGUESA
No Sec. XIX os românticos idealizam muito a mulher ( Dulce, Joaninha, respectivamente em Herculano e Garrett ) mas os autores de transicção para o Realismo ( Camilo, Júlio Dinis) começam a observar atentamente a psicologia feminina.
Certas heroínas de Camilo, enérgicas, virís, umas na defesa de um amor puro, outras ( mulheres "fatais" que são) na perfídia com que enredam os apaixonados, traduzem bem a realidade portuguesa; a Mariana do Amor de Perdição é uma figura bem castiça, a um tempo desenvolta, afeita a trabalhos, e capaz de ternura e humilde abnegação no amor.
Já diverge bastante o prisma queiroziano, segundo o qual a burguesinha lisboeta ( essa "burguesinha do Catolicismo" que perpassa nos versos de Cesário) é o produto fútil e indefeso de uma educação errada.
Depois de Eça de Queiroz, em cuja obra, com audácia sem precedentes, se faz avultar a sensualidade feminina, cada vez as figuras de mulher, na prosa de ficção, suscitam mais detida análise, quer do ponto de vista individual, quer do ponto de vista social.
E para essa análise corajosa e reivindicadora notavelmente estão contribuindo as mulheres que cultivam as letras.
No século XX e principalmente nas últimas décadas, não só aumentou extraordinariamente o número de escritoras como as suas obras ganharam uma força original, uma independência de observação e de juízo que não têm precedentes, já na poesia, de Florbela Espanca, de Fernanda de Castro, de Sophia de Mello Breyner Andresen etc.
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