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LISTA DE POETAS POR ORDEM ALFABÉTICA DO PRIMEIRO NOME


Urgentemente - Eugénio de Andrade

 

É urgente o amor.

É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,

Ódio, solidão e crueldade,

Alguns lamentos,

Muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,

Multiplicar as searas,

É urgente descobrir rosas e rios

E manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

Impura, até doer.

É urgente o amor, é urgente

Permanecer.

 

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Adeus - Eugénio de Andrade

 

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,

E o que nos ficou não chega

Para afastar o frio de quatro paredes.

Gastámos tudo menos o silêncio.

Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,

Gastámos as mãos à força de as apertarmos,

Gastámos o relógio e as pedras das esquinas

Em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.

Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro,

Era como se todas as coisas fossem minhas:

Quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.

E eu acreditava.

Acreditava,

Porque ao teu lado

Todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,

Era no tempo em que o teu corpo era um aquário,

Era no tempo em que meus olhos

Eram realmente peixes verdes.

Hoje são apenas os meus olhos.

É pouco, mas é verdade,

Uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.

Quando agora digo: meu amor,

Já se não passa absolutamente nada.

E no entanto, antes das palavras gastas,

Tenho a certeza

De que todas as coisas estremeciam

Só de murmurar o teu nome

No silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.

Dentro de ti

Não há nada que me peça água.

O passado é inútil como um trapo.

E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

 

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As palavras - Eugénio de Andrade

 

São como um cristal

As palavras.

Algumas, um punhal,

Um incêndio.

Outras, orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

Barcos ou beijos,

As águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

Leves.

Tecidas são de luz

E são noite.

E mesmo pálidas

Verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem

As recolhe, assim,

Cruéis, desfeitas,

Nas suas conchas puras?

 

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Frutos - Eugénio de Andrade

 

Pêssegos, pêras, laranjas,

Morangos, cerejas, figos,

Maçãs, melão, melancia,

Ó música de meus sentidos,

Deixai-me agora falar

Do fruto que me fascina,

Pelo sabor, pela cor,

Pelo aroma das sílabas:

Tangerina, tangerina.

 

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Green God - Eugénio de Andrade

 

Trazia consigo a graça

Das fontes quando anoitece.

Era um corpo como um rio

Em sereno desafio

Com as margem quando desce.

Andava como quem passa

Sem ter tempo de parar.

Ervas nasciam dos passos,

Cresciam troncos dos braços

Quando os erguia no ar.

Sorria como quem dança.

E desfolhava ao dançar

O corpo que lhe tremia

Num ritmo que ele sabia

Que os deuses devem usar.

E seguia o seu caminho,

Porque era um deus que passava.

Alheio a tudo o que via,

Enleado na melodia

De uma flauta que tocava.

 

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O Inverno - Eugénio de Andrade

 

Velho, velho, velho.

Chegou o Inverno.

Vem de sobretudo,

Vem de cachecol,

O chão onde passa

Parece um lençol.

Esqueceu as luvas

Perto do fogão:

Quando as procurou,

Roubara-as um cão.

Com medo do frio

Encosta-se a nós:

Dai-lhe café quente

Senão perde a voz.

Velho, velho, velho.

Chegou o Inverno.

 

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Os amantes sem dinheiro - Eugénio de Andrade

 

Os amantes sem dinheiro

Tinham o rosto aberto a quem passava

Tinham lendas e mitos

E frio no coração.

Tinham jardins onde a lua passeava

De mãos dadas com a água

E um anjo por irmão.

Tinham como toda a gente

O milagre de cada dia

Escorrendo pelos telhados,

E olhos de oiro

Onde ardiam

Os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,

E silêncio

À roda dos seus passos.

Mas a cada gesto que faziam

Um pássaro nascia dos seus dedos

E deslumbrado penetrava nos espaços.

 

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Tinha um cravo no meu balcão - Eugénio de Andrade

 

Tinha um cravo no meu balcão;

Veio um rapaz e pediu-mo

- Mãe, dou-lho ou não?

Sentada, bordava um lenço de mão;

Veio um rapaz e pediu-mo

- Mãe, dou-lho ou não?

Dei um cravo e dei um lenço,

Só não dei o coração;

Mas se o rapaz mo pedir

- Mãe, dou-lho ou não?

 

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ASAS DO VENTO (Vilma Oliveira)

 

Se essa voz do vento murmurasse

Aos teus ouvidos, os meus desejos,

Na minha, a tua boca calasse...

Teus lábios, a me tocar com beijos!

 

Se o silêncio da noite despertasse

Os teus sonhos de luzes coloridas

Cada estrela do céu não se apagasse

Ao ver-me sem a Luz da tua Vida!

 

Nas asas do vento vou colher rosas,

Em nuvens pesadas, vaporosas,

Contidas pelo pranto que me invade;

 

A primavera saudosa de nós dois,

No arrebol da longa espera, no depois,

Vergel florido a recompor, saudades!

 

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ÂNSIA REPRIMIDA (Vilma Oliveira)

 

Li nos teus olhos por todos esses anos

Que juntos estivemos tão longe e perto

Tu eras meu oásis, às vezes, só deserto,

Universo de areias nos meus desenganos!

 

Li nos teus olhos em doces devaneios

A erguer-se exausto imenso castelo...

Tu foste da inspiração o verso mais belo!

Um mar de saudades de dores e anseios...

 

Tu leste nos meus olhos tristes rasos d'água,

O pranto que inunda os sonhos da minh'Alma,

São vertentes a se perpetuar dentro de mim;

 

Se acaso me ouvires distante a chamar-te,

São juras contidas em mim por amar-te...

Se já não me escutas, por que sofro assim?

 

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ANDORINHAS MORTAS (Vilma Oliveira)

 

O meu sonho a evocar-se altivo e forte

Em coroas de ouro a palpitar delírios

Poentes de novembro doces martírios

Ao pó do esquecimento até a morte!

 

Nesse horizonte de bruma opalizado

Onde mergulho a alma lírica e pagã

Falenas entontecidas, flor da manhã,

Rosais celestes em canteiros sagrados!

 

Pus-me a fitar o efêmero, o nada,

Em ritmos fleumáticos, extasiada,

A miragem fugidia do meu jardim;

 

Mísero pungir dessa chaga aberta,

São andorinhas mortas, a vida incerta,

A esvair-se em sangue dentro de mim!

 

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AMA-ME MUITO! (Vilma Oliveira)

 

Ama-me meu amor, e por que não?

Fúlgidos rubis entontecidos...

São os meus nos teus lábios unidos,

Meu coração dentro do teu coração!

 

É uma febre-terçã que de mansinho

Toma todo nosso corpo, a Alma...

Aos poucos se esvai e se acalma

A febre, o rubor devagarzinho...

 

Amemos meu amor, que tudo passa,

Célere como o dia... me abrasa!

Deixa-me presa aos sonhos teus;

 

Amemos meu amor, que o mundo é vão,

Beija-me! A fumaça é a ilusão...

A saudade tua, os devaneios meus!

 

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ALMA SOTURNA (Vilma Oliveira)

 

O sol se debruçou sobre meu rosto

Um brasido a crepitar em chamas

Refulgentes horas de desgosto

No coração chagado que te ama!

 

Alma Soturna... divinamente pura!

Abra-se em flores de míseras vaidades

Tateio sombras em cinzas de amargura

No pátio alucinante da imortalidade!

 

A espalhar-se em pétalas de luzes,

Esses espinhos a enfeitar as cruzes,

São asas paradas do meu desejo;

 

Desvairada e tonta ando a vagar,

Leves passos em nuvens a flutuar,

Quimera d’Alma em sangrentos beijos!

 

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AGONIAS D’ALMA (Vilma Oliveira)

 

Irei te decantar em prantos e versos

Que essa inspiração puder me dar...

Em vasos de cristais quero te amar

Em rosas de florais todo universo!

 

Irei te decantar sonhos em plumas

Canções a versejar belos poemas

A declarar-te assim o meu dilema

Nas ondas do mar cheio de espuma!

 

Se essas rosas falassem o que eu penso,

Poderia perfumar esse amor intenso...

Que vivo a recolher na triste poesia;

 

Se tu soubesses o quanto te desejo!

Muito mais que o sabor desse teu beijo,

A me tocar por dentro essa agonia!

 

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