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DUAS TORRES.

Inesperadamente
aviões se chocam
com as torres.
Uma se incendeia.
Depois a outra.


A segunda ruge,
afunda um andar,
depois outros,
e mais outros,
ainda outros.

A força da gravidade,
como atração gulosa,
traga edifício inteiro,
de peso e braseiro.

Paredes rasgantes,
portas, janelas,salas,
estalam sibilantes
prédios afundantes.

O povo corre,
na rua despejada,
sacrilégio que treme,
aterrando arranha-céu,
no terreno que freme.


Toda trágica grandeza
fica poeira,
que eleva e esparrama
ao contrario de tudo,
que derrama.

O solo arqueja,
como touro em reboada.
Sacode de seu dorso
outras moradas
Onde fervia vida,
fica terra a terra,
o que o céu roçava.

Uma batalha,
nos corpos, iniciada
de duas torres.
Finalizando uma era
como fava contada.


Poema: Don Antonio Maragno Lacerda
Prêmio UNICEF 2001


http://www.jornaldosmunicipios.go.to

texto dedicado aos oprimidos
em 9/27/2001 9:34:19 AM