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O IMIGRANTE ALEMÃO E DESCENDENTES NA HISTÓRIA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL Cláudio Moreira Bento(x) O imigrante alemão gaúcho: . Identidade e cidadania .Foi o que sublimou em alto grau . Ou sejam ,a identidade com a Pátria Brasil e o exercício da cidadania brasileira pelos imigrantes alemães e descendentes que ao longo do processo histórico do Rio Grande do Sul defenderam de armas na mão a Unidade ,a Integridade , a Soberania e , por último na 2a Guerra Mundial ,a Liberdade e a Democracia Mundial nos campos de batalhas . Referência especial aqueles que perderam suas vidas em combates ,o quais ,Cícero líder militar e civil grego e pai da Democracia, assim definiu: "Aqueles que morrem por sua pátria fazem mais por ela naquele momento que os demais em todas as suas vidas ." Na Guerra da Restauração do Rio Grande do Sul 1774-77 de que resultou a expulsão definitiva dos espanhóis que chegaram a dominar cerca de 2/3 do atual Rio Grande do Sul , o Exército do Sul que realizou este brilhante feito que definiu o destino brasileiro do Rio Grande do Sul ,foi comandado pelo ilustre imigrante alemão Tenente General Henrique Böhn .Evento pouco divulgado e que abordamos amplamente em A Guerra da Restauração do Rio Grande 1763-77 .Rio de Janeiro : BIBLIEx ,1994,pela qual pode ser melhor avaliada a enorme projeção da sua obra em nossa História Militar .Nela atuou o carioca Alferes Antônio Charão filho do médico alemão de Bruswick João Adolf Schramm. E os Charão ,corruptela ,de Schramm se fizeram presentes em várias campanhas militares . Em 1823, depois da Independência, o Brasil sentindo-se fraco militarmente com o retorno em massa à Portugal da oficialidade e praças das 3 divisões portuguesas expulsas que guarneceram o Brasil, na Bahia, Rio de Janeiro e Cisplatina e, com vistas a defender a Independência, a Unidade, a Integridade e a Soberania do Império nascente, ameaçadas por Portugal, pelas repúblicas vizinhas e, internamente, decidiu o Brasil contratar estrangeiros para reforçarem o nascente Exército Imperial. E deram preferência aos alemães ,em razão do casamento do Imperador D. Pedro I com a arquiduquesa austríaca D. Leopoldina , filha do Imperador, ou Kaiser da Aústria ,Guilherme II. E as ameaças de Portugal não se concretizaram. Mas ,internamente, em 1824 teve lugar a revolta da Confederação do Equador ,no Nordeste .E logo a seguir, a Guerra Cisplatina 1825-28 contra a Argentina , em aliança com os uruguaios que se tornariam independentes do Brasil em 1828 .Ameaças graves em seguida às lutas que o nascente Exército Imperial teve de enfrentar para criar condições para a Proclamação da Independência ,com o célebre Dia do Fico em que expulsou do Rio de Janeiro a Divisão Auxiliadora portuguesa que o guarnecia e comandada pelo General Avilêz . E, a seguir ,o grande esforço que desenvolveu para consolidar a nossa Independência , na Bahia, Pará e Maranhão , Piauí e Cisplatina (atual Uruguai). Assim, foi criado por decreto de 8 de janeiro de 1823 o Regimento de Estrangeiros .E para prevenir ,com a chegada de soldados alemães que fossem eles influenciados negativamente pelos primeiros incorporados a unidade , o Regimento de Estrangeiros foi extinto por Decreto de 13 de outubro de 1824 e em seu lugar criado dois Batalhões de Caçadores o 27 e o 28 que atuariam no Rio Grande do Sul na Guerra Cisplatina 1825-28 ,ao final da qual aqui seriam desmobilizados radicando-se e reforçando a força de trabalho na colônia alemã capitaneada por São Leopoldo e , mais um Batalhão de Granadeiros. Menos um mês decorrido, por Decreto de 13 de novembro de 1824 foi criado mais um Batalhão de Granadeiros. E desses soldados alemães, cerca de 2750 nomes foram levantados expressivamente pelo Coronel Juvêncio Saldanha Lemos, ex comandate do 8 o Batalhão de Infantaria Motorizada de Santa Cruz ,depois de trabalho beneditino em sua obra Os Mercenários do Imperador. Liv. Porto Alegre Palmarinca Ltda.,1993 , ao exumar seus nomes de variadas e dispersas fontes. E desses soldados alemães descendem muitas famílias do Rio Grande do Sul. Na Revolução Farroupilha 1835-45 , imigrantes alemães tiveram ativa participação de ambos os lados , sendo São Leopoldo o centro dessa luta, conforme abordamos em detalhes em nossa obra: Estrangeiros e descendentes na História Militar do Rio Grande do Sul (1825/70).Porto Alegre :A Nação/IEL,1976 que citaremos com freqüência . Em 1851-52, na Guerra contra Oribe e Rosas,o Brasil contratou uma Legião Prussiana ,( Os Brummer) , composta de 1 Regimento de Infantaria, um Regimento de Artilharia e duas companhias de Pontoneiros. Finda a Guerra, estes imigrantes de alto nível intelectual se radicaram no Rio Grande e vieram a se constituir valioso fermento para o desenvolvimento da Colônia Alemã e do Rio Grande do Sul ,como foi o caso do jornalista Carlos Von Koseritz dentre muitos o qual embora não indo a guerra do Paraguai sua ação como jornalista foi expressiva para a mobilização da colônia alemã. A Guerra do Paraguai 1865/70 ou da Tríplice Aliança Brasil ,Argentina e Uruguai ,contra Paraguai , foi depor o seu ditador o Marechal Francisco Solano Lopes .Para ela veteranos ou filhos de veteranos brummer e outros alemães e descendentes, ou teuto,- brasileiros, foram recrutados na colônia alemã para defenderem o Império que tinha por imperador D. Pedro II descendente de alemães, ou teuto brasileiro , por filho da Arquiduquesa austríaca, a Imperatriz D .Leopoldina (de cujo nome foi tirado o de São Leopoldo ). E os teuto - brasileiros iriam prestar valioso concurso neste conflito como foi o caso dos descendentes de soldados do 27 e 28 BC de alemães o Marechal Bernardino Bormann e o futuro Almirante e Barão de Tefé , herói da batalha de Riachuelo e o Coronel João Niderauer Sobrinho entre outros. Nesta longa guerra tombaram e foram feridos muitos descendentes de alemães que registramos em nosso citado Estrangeiros e descendentes ...bem como os nomes dos que retornaram vitoriosos e continuaram suas vidas na construção do Brasil na paz , além dos bravos que integraram a Bateria Alemã de Artilharia nesta guerra . Foram descendentes de alemães que lideraram a resistência armada dos Muckres do Ferrabraz em 1875 , a nossa Canudos gaúcha ,segundo o General Flávio Maurer ,descendente de um mucker e que terminou sua carreira como Chefe do Estado- Maior do Comando Militar do Sul , ao depor para nossa obra A História da 3a Região Militar 1889 -1953 .Porto Alegre : 3a RM ,1994 .Aliás a 3a Região Militar hoje é comandada por um ilustre descendente dos muckers o General Virgílio Muxfeldt. Na 2a Guerra Mundial descendentes de alemães em defesa do Brasil com o qual se identificaram no exercício da cidadania ,combateram o nazi - facismo e entre os quais o Capitão Floriano Moeller de Cachoeira do Sul que comandou uma Companhia de Engenharia que foi a a primeira a entrar em contado com o inimigo ,o heróico Capitão Yedo Blauth ,leopoldense que perdeu uma perna em ação em combate a frente de sua companhia e , o maior herói da Força Expedicionária Brasileiro ( FEB) o heroico Sargento Max Wolf natural de Rio Negro. Entre os 21 gaúchos mortos na FEB 5 ou cerca de 25 % eram descendentes de alemães : o 2o Sargento Pedro Krinski de São Luiz Gonzaga, soldados Ivo Robach de Oliveira e João Spinard de Santa Maria , Alamandio Goering de Getúlio Vargas , Arthur Starch de Porto Alegre e Norberto Henrique Weber de Santa Rosa assuntos que estudamos em Comando Militar do Sul 4 décadas de História 1953-1995 e Antecedentes .Porto Alegre ;CML, 1995 inclusive o Sargento Max Wollf .Foi o General Ernesto Geisel ,natural de Bento Gonçalves ,o 2o teuto brasileiro a assumir a chefia suprema do Brasil depois do teuto - brasileiro de D.Pedro II. Para o resgate da saga militar dos alemães e descendentes no Rio Grande do Sul ,entre os quais me incluo como pai de oficiais de Marinha descendentes de alemães e casado em São Leopoldo e filho de Canguçu registro os historiadores do Exército Marechal José Bernadino Bormann de Porto Alegre ,o General Bertholdo Klinger de Rio Grande e muito auxiliado pelo porto alegrense General Francisco de Paula Cidade .Estudo Cidade Klinger e na Revista A Defesa Nacional 709 ( 1983) e 711 (1984 ) e o Tenente Coronel Henrique Oscar Wiedersphan de Montenegro cujas obras as relacionei ao lado de 136 títulos da Bibliografia de nosso Estrangeiros e descendentes p.301/308.O que ora sintetizamos é que desenvolveremos dentro dos limites de uma comunicação ao XIV Simpósio de Colonização , em acréscimo aos nossos trabalhos já citados e mais Os Brummers , cujos originais doamos ao Museu Histórico de São Leopoldo e, " Os Brummers os primeiros pontoneiros do Exército Brasileiro" publicados nos Anais do 1 o Simpósio de História da Imigração e Colonização no Rio Grande do Sul. São Leopoldo :Graf .Rotermund,1974. Destacaremos como amostragem as projeções de lideranças militares alemãs e descendentes gaúchos e suas contribuições à História Militar do Brasil no Rio Grande do Sul, no contexto das comemorações dos 500 anos do Descobrimento. E especial referência e respeito aos alemães e descendentes que tombaram em combate em defesa do Brasil a sua nova pátria ,dentro do espirito antes definido pelo líder Cícero . Na Guerra Cisplatina 1825-28: tem-se notícias da participação de 62 colonos de São Leopoldo como soldados integrando Companhia de Voluntários Alemães cujos nome publicamos em Estrangeiros e descendentes cit (p76 )..Recrutamento sob o prestígio do Cel Daniel Hillebrand. Eles não combateram em Passo do Rosário .Foram usados como guardas de depósitos do Exército em Santana . Outros foram presos no passo de São Borja no rio Santa Maria como guardas de um depósito do Exército. Entre eles o cadete Friedrich Eduard Roeding que foi tentado sem êxito pelos argentinos a provocar a deserção para seu Exército dos alemães ,sob promessa de "abastança e luxo ".Mas ele não cedeu ! Mas a contribuição mais expressiva veio com o alemão Marechal de Campo Gustavo Braun natural de Anemburg ,que foi o Chefe do Estado - Maior do Exército que combateu em Passo do Rosário e posteriormente comandante deste Exército e da 3a Região Militar .Com ele vieram outros oficiais alemães o Ten Cel Anton Adolf von Seveloh , nascido em Hanover e que fortificou o porto de Rio Grande como engenheiro militar contratado pelo Brasil e produziu a importante fonte primária Reminiscências da Campanha de 1827;Capitão Samuel Kerst que combateu ao lado Braun em Passo do Rosário e que em 1831 ,em Porto Alegre por haver se manifestado contra a Abdicação de D. Pedro I foi enfiado numa gaiola e embarcado para o Rio ;Ten Engenheiro Siegener que morreu vítima de explosão ao tentar demonstrar para todo o Exército em 7 de fevereiro de 1827, o uso de foguetes a Congréve que explodiram junto dele ,morrendo em conseqüência mais tarde sendo sepultado em Caçapava do Sul .Morreu a serviço do Brasil . Veio para o sul o 27 Batalhão de Caçadores Alemães ,composto de 505 alemães e na comitiva do Imperador D. Pedro I .Marchou por terra desde Santa Catarina a Porto Alegre .Via lacustre até Pelotas e lacustre e fluvial até Jaguarão e mais além .Este batalhão teve destacado e heróico papel em Passo do Rosário , o que atesta o número de seus 83 mortos nesta batalha .O 27 BC amotinou-se em Pelotas no Natal de 1825 sob a influência do 28 BC de alemães ( Conhecido como Os diabos brancos )recém chegado, tendo como causa o atraso de pagamentos .Eram bom profissionais mas difíceis de lidar fora do serviço .Ao final da guerra foram desmobilizados em Porto Alegre e se dirigiram as colônias alemãs próximas onde ajudaram a construir o Brasil depois de te - lo defendido na guerra .Entre seus destaques mencione-se o Ten Wilhelm Borman que desmobilizado radicou-se em Porto Alegre onde nasceu-lhe em 1844 o futuro Marechal José Bernadino Bormann, herói da Guerra do Paraguai ,da Revolução Federalista em Santa Catarina e que seria o 1 o filho de um imigrante alemão a comandar a 3a Região Militar ,a chefiar o Estado - Maior do Exército e a ser Ministro da Guerra do Governo de Nilo Peçanha , além de escritor e historiador de nomeada e um dos biográfos do Duque de Caxias de que foi Ajudante de Ordens .O Ten Henrique Guilherme Moyse que quase tombou em Passo do Rosário e que mais tarde ,em Porto Alegre ,foi herói da retomada da capital aos farrapos e ligado a libertação do Major Manoel Marques de Sousa que liderou a retomada de Porto Alegre o que lha valeria o título mais tarde de barão de Porto Alegre .Ten Carlos Seidler que foi ferido em Passo do Rosário e produziria na Alemanha a obra traduzida no Brasil como Dez anos de Brasil .São Paulo : Liv Martins 1941 .É um misto de História e Romance que merece cuidado antes de ser usada como fonte primária segundo O General Paula Cidade em Síntese de 3 séculos de Literatura Militar Brasileira .Rio de Janeiro: BIBLIEx ,1959 .que analisa outras obras produzidas por eles .Mas foi uma grande contribuição ao resgate do ambiente social militar e civil do Rio Grande do Sul. Alferes Carlos Oppenberg que tombou morto em defesa do Brasil em Passo do Rosário .O 28 BC foi desmobilizado em Santa Maria dando origem as famílias Valmarath, Dauzacker,e Appel etc .Ali suicidou-se o estimado médico do 28 o BC Frederico Cristiano Kafunder .O Esquadrão de Lanceiros Alemães com cerca de 80 homens foi recrutado entre antigos granadeiros alemães de Cavalaria e veio com D. Pedro I .Combateu em Passo do Rosário .Foi desmobilizado em Porto Alegre em 1830 e seus integrantes se fixaram na colônia alemã gaúcha Entre eles cite-se : Major Karl Otto Heise .Era um idealista republicano que ao que consta teria organizado em São Leopoldo o Esquadrão de Cavalaria da Guarda Nacional farrapo e o comandado até a sua prisão em 1 setembro de 1836 ,10 dias antes da Proclamação da República Rio Grandense .Foi enviado preso para a Bahia ou Fernando de Noronha .Capitão Ludwig von Quast .Comandou o Esquadrão em Passo do Rosário .Capitão Karl von Leenhoff ,lutou em Passo do Rosário e segundo o Barão de Rio Branco foi o autor da obra Contribuição para a História da guerra entre o Brasil e Buenos Aires por uma testemunha ocular . Obra que em Berlim ,com título alemão foi publicada por G.Reimer em 1834 .E obra de importância sociológica. Combateram em Passo do Rosário Fehsenbeck ,veterano da Campanha de Napoleão na Rússia , aprisionado pelo russos no rio Berezina e que combateria na batalha de Waterloo contra Napoleão e lutaria na Guerra do Paraguai como integrante da célebre Bateria Alemã. Faleceu em Portão. Nicolaus Bernfeld que seria o 1o professor de São do Hortêncio .Johann Buff que seria diretor da Colônia de Santa Cruz . Na Revolução Farroupilha 1835-45. A contribuição foi expressiva dos imigrantes alemães e descendentes farrapos e imperiais .Do lado imperial destacou-se o Coronel da Guarda Nacional Dr Johann Daniel HiIlebrand, natural de Hamburgo que chegou aos 29 anos em São Leopoldo na 2 a leva de 81 imigrantes em 6 de ovembro de 1824 .No dia em que estourou a Revolução em Porto Alegre ele convocou os colonos alemães leopoldenses a ele se reunirem bem armados .E assim ele liderou a reação aos farrapos na Colônia de São Leopoldo evitando assim, " o fracasso da colonização alemã e a sua desintegração conforme abordamos em Estrangeiros e descendentes ...p.(77-100)em que o biografamos .Do lado farrapo destacou-se Hermann von Salisch que dirigiu a Colônia por 3 meses até ser deposto .Destacaram-se Frederico e Germano Klingelhoefer ,pai e filho e mais os integrantes do Esquadrão de Linha farrapo de São Leopoldo , acreditamos organizado pelo Major Otto Heise ,veterano de Passo do Rosário . Lutou pelos imperiais a Companhia Alemã recrutada na Colônia de São Leopoldo pelo guerrilheiro imperial Tenente Coronel da Guarda Nacional Franscisco Pedro de Abreu ,O Moringue ou Chico Pedro .Companhia que desde novembro de 1842 integrou a Ala Esquerda do Exército de Caxias em Canguçu e a qual pertenceu o Sargento Jacob Fetter de campo Bom ,que mais tarde ,em 1892, como capitão, depôs para Almanaque Rotermund Kalender, do qual resgatamos a saga da Companhia Alemã com complementos que adicionamos e para a obra Os Vetter /Fetter -170 anos de Rio Grande do Sul e Brasil .Pelotas : Ed do autor ,1997,p485/486 ,de autoria do deputado federal Fetter Junior .Estudamos pioneiramente Chico Pedro e suas andanças com a Companhia Alemã em Porto Alegre - memória dos sítios farrapos e da administração de Caxias .Brasília : ECGCF,1989 .Companhia alemã que antes lutara pela defesa de Porto Alegre e aquartelava junto ao atual Pão do Pobres ,conforme mapa que publiquei na obra cit.ada. Na guerra contra Oribe e Rosas 1851-52 : Então o Brasil teve de enfrentar aqueles ditadores do Uruguai e Argentina e para tal contratou na alemã uma Legião Prussiana de cerca de 1800 soldados aproveitando a desmobilização do Exército do condado de Sheleswig -Holstein que fora organizado para guerrear a Dinamarca .A Legião era formada pelo 15o Batalhão de Infantaria ,um Batalhão de Artilharia e duas Companhias de Sapadores equipados com uma equipagem de pontes Birago a primeira que nosso Exercito possuiu .Na batalha de Monte Caseros de 2 de fevereiro de 1852 se destacaram 80 atiradores alemães equipados com os moderníssimos fuzis Dreyse a agulha que soldados alemães haviam usado na reunificação da Alemanha .Ele foram comandados pelo Capitão Francisco José Wildt da Guarda Nacional de São Leopoldo .Com eles os artilheiros de Rosas foram caçados por terem se postado dentro do alcance útil dos fuzis Dreyse que conseguiram surpresa tática e assim o rompimento da posição de Artilharia por onde penetraram os cavaleiros brasileiros do 2o Regimento de Cavalaria ao comando do intrépido Tenente Coronel Manoel Luiz Osório ,o futuro Marques do Herval .Estes alemães passaram a história como os brummer ( significando rezingões ? ) .Produzimos sobre eles trabalho intitulado: A Legião prussiana - os brummer ,contratada pelo Brasil para a guerra contra Oribe e Rosas , que doamos ao Museu Histórico de São Leopoldo e a sintetizamos em Estrangeiros e descendentes citado. Ao término da guerra a maioria se fixou na colônia alemã gaúcha ,onde prestaram vigoroso concurso ao progresso do Rio Grande do Sul pelo alto padrão cultural e social que detinham .A dupla brummer x colono alemão gaúcho acelerou o progresso da colônia alemã gaúcha . O brummer representou a cultura européia em boas escolas e o colono chegado há 28 anos a vontade férrea de trabalhar para o seu bem estar ,mas com horizontes muito restritos que os brummer ampliaram expressivamente e reavivaram os laços culturais perdidos com a Alemanha . Se destacaram em Monte Caseros os brummer Tenente Hans Adolf Zacharias Schiot que fundaria em Porto Alegre ,em 1861 o Deutsche Zeitung. O Sargento Cristovão Werner que recebeu ferimento leve de bala de canhão. .O Major Fedor barão von Lemmers - Dranfoth que difundiu e instruiu na Infantaria brasileira a esgrima a baioneta no acampamento de Colônia do Sacramento e que de volta a Alemanha publicou trabalho que traduzido por Bertholdo Klinger recebeu o nome de A índole da Legião Alemã de 1851 a serviço do Império do Brasil e prefacio do General Paula Cidade .Outro trabalho foi o do Capitão Eduardo Siber com o trabalho valioso "Retrospecto da guerra contra Rosas e vicissitudes das tropas alemãs a serviço do Brasil na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro .t.78,1a parte 1915 (tradução de Alfredo de Carvalho .) Na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai 1865-70: Muitos dos brummer continuaram prestando serviços militares ao Brasil nesta guerra . O Major Emiliano Emerich ,casou no Brasil permaneceu no Exército e foi instrutor da Escola Militar em Porto Alegre .Organizou e comandou o Corpo de Pontoneiros do Exército que estudamos pioneiramente em "Ós brummer os primeiros pontoneiros do Exército Brasileiro .in: Anais do 1 o Simpósio da Colonização e Imigração. São Leopoldo: Ed.Rotermund 1974 .O brummer Coronel Pedro Guilherme Mayer foi instrutor de esgrima e manejo de armas especiais da Escola Militar da Praia Vermelha .Era de Baden. Carlos von Koseritz jornalista acatado na colônia alemã ajudou a mobilização de colonos para a guerra ,cujos interesses defendeu em harmonia com os do Brasil ,segundo Klaus Becker ,o grande estudioso da contribuição teuto brasileira na Guerra do Paraguai . A Bateria Alemã procedeu o recrutamento de brummers em Santa Cruz. São Gabriel ,Rio Pardo ,Porto Alegre , São Leopoldo etc. Foi dotada de 2 canhões Wythworth e organizada e adestrada para a guerra pelo Capitão Carl Ferdinand Shneider mas que não seguiu para a guerra por ferir-se num exercício de Artilharia em Porto Alegre .A Bateria foi incorporada ao Regimento Mallet atualmente em Santa Maria ,conforme a abordo em Estrangeiros e descendentes ... Foi comandada na guerra pelo 1 o Tenente Rudolfh von der Oye que era professor em Nova Petrópolis onde faleceria em 1888 .O 1 o Tenente Friedrich Wilhelm Fruhrer von Reisswitz , nascido em Breslau e falecido em Campo Bom levou a Bateria Alemão para o Paraguai junto com o seu irmão Adolf que pereceu de cólera morbus .O Marquês de Caxias assim saudou a Bateria Alemã em 6 de maio 1668 por sua valorosa ação em Estabelecimento ao passar revista e a sua frente _" Viva a Bateria Alemã !" Foram seus artilheiros Krausse, Rieth ,Grub ,Ladin etc .O Tenente Carlos Alexandre Wichmann radicou-se em Pelotas onde dirigiu o Colégio Pelotense e prontificou-se a mobilizar 60 colonos alemães sem o conseguir o que o fez foi o Capitão Carlos Kramer em Pelotas ,Canguçu e São Lourenço destacando - se sob seu comando o 2 o Tenente Carlos Leppert de Canguçu e o 2o Tenente Benno Keydel de São Lourenço ,onde faleceu e que integrou o piquete de guarda do Marquês de Caxias .Em Jaguarão quando da invasão dos uruguaios blancos ,responderam ao ataque os brummers Karl Hamm e Joham Schnorr . Em Bagé Wilhelm von Widelstael se prontificou a mobilizar 60 alemães e descendentes para lutar no Paraguai ,mas faleceu em D.Pedrito. Lutaram no 1o de Voluntários da Pátria em São Borja quando da invasão paraguaia em 1865 ,cerca de 30 a 40 brummer .O brummer Carlos von Kalhden foi autorizado a recrutar alemães e descendentes .Ex pontoneiro brummer foi deputado provincial e diretor das colônias de Passo São Lourenço no rio Jacuí , de Agudo , de Nova Petrópolis e talvez de Nova Francisca . Combateram o Paraguai as seguintes unidades de alemães e descendentes :A Infantaria da Guarda Nacional de São Leopoldo que integrou o Corpo de Policia de Porto Alegre como sua 1a companhia sobre a qual depôs seu integrante Furriel Jacob Dick e ,em especial sobre a Dezembrada e onde refere a já abordada Bateria Alemã que "na batalha de Tuiuti , a maior travada na América do Sul ela prestou inestimáveis serviços .Os alemães que a acionavam eram quase todos aos que apelidamos de brummer e que já haviam lutado na guerra contra Rosas em 1851 ,mas neste dia salvaram a nossa causa ." Combateram os 11 e 12 corpos da Guarda Nacional cujos integrantes e localidades de origem resgatamos em nosso Estrangeiros e descendentes. Os dois corpos em Passo da Pátria constituíram o 1o Corpo Provisório de Caçadores cuja saga foi preservada pelo depoimento do Sargento Splinder de Campo Bom .Muitos combatentes alemães e descendentes deixaram depoimentos de suas participações na guerra os quais foram destruídos em parte pela repressão ao nazismo na 2 Guerra Mundial por escritos em alemão. Além dos citados registre-se os do Capitão Pedro Werlang que registrou a saga da intrépida 3a Brigada de Cavalaria até Vileta ao comando do bravo Coronel da Guarda Nacional João Niderauer Sobrinho ,a maior figura teuto brasileira da guerra e hoje consagrado como denominação histórica da 6 a Brigada de Infantaria Blindada de Santa Maria para o que concorremos com a sua biografia em Estrangeiros e descendentes ...Ele tombou morto em função de um lançaço mortal no baixo ventre após a vitória de Avaí atingido de surpresa por um paraguaio que irrompeu por detrás de uma moita . Outro depoimento fez o Capitão Jacob Franzen recrutado em Cai e falecido em Montenegro .Ele como integrante do Corpo de Pontoneiros trabalhou na Estrada do Chaco quando teve oportunidade de transportar em barco ,sob o seu comando , o Marquês de Caxias que foi inspecionar a remoção de águas pés da foz de rios que desaguavam do Chaco para ali embarcar ou desembarcar tropas. Foi quando perguntou ao atual patrono do Exército a razão de dar-se aquele trabalho penoso e arriscado, ao que recebeu como resposta ." Eu vou ver ,não mando ver !" O Capitão Franzen antes lutara em Humaitá e ajudou o seu Corpo de Pontoneiros a dinamitar as muralhas de Humaitá e lançá-las no fundo do rio Paraguai . O 2 o Sargento Nicolau Engelman depôs em versos sobre o Corpo de Pontoneiros .Nasceu em Dois Irmãos e faleceu em Igrejinha O soldado Adolf Peter Pritsch ,prussiano foi um dos fundadores de São Lourenço do Sul .Ele assistiu a 16 combates do Corpo de Voluntário de Alegrete .A maioria dessas preciosas fontes primárias foram coletadas por Klaus Beckher em Alemães e descendentes na Guerra do Paraguai .Canoas ,1968 e as preciso junto com outras 136 fontes constantes da bibliografia de Estrangeiros e descendentes ... Projetou-se nesta guerra o já citado Capitão José Bernardino Borman do Regimento Mallet e mais tarde o historiador do conflito em História da Guerra do Paraguai .Curitiba,1889 .Destacou-se no combate a Revolução Federalista em Santa Catarina cuja história escreveu .Foi o fundador do centenário em 2.000 ,Instituto Histórico e Geográfico Paranaense .O biografamos em Estrangeiros e descendentes ... Destacou-se por sua bravura e heroismo o Capitão Cristovão Baum .Ele pertenceu ao piquete de Guarda de D.Pedro II até Uruguaiana .Foi ferido gravemente no combate de Pillar sobrevivendo milagrosamente .Para o combate de Potreiro Ovelha fugiu do Hospital de Sangue ,muito pálido ,esquálido e coberto de gase e foi postar-se na frente de seu Esquadrão em marcha .O Marquês de Caxias ordenou-lhe que voltasse para o hospital .E Baun respeitoso ,mas decidido respondeu a Caxias : "- Sinto desobedecer V.Excia ,mas se o meu esquadrão vai atacar eu vou com ele ! " E Caxias comovido engoliu em seco e lá se foi o intrépido Capitão Baun no comando de seu esquadrão ,onde obrou prodígios como de costume .De retorno foi enviado para casa na Colônia de São Leopoldo para tratar da saúde seriamente abalada . O 1o Tenente João Kautsmann destacou-se em Curuzú onde morreu em ação integrando o Batalhão de Pontoneiros .O soldado Louis Adolf Haesbaert de Hamburgo Velho e filho de um pastor local, foi cercado a cavalo por dois inimigos em Curuzú . Sem poder carregar sua carabina eliminou o primeiro a usando como porrete e a seguir desferindo-lhe coronadas tendo então sido desmontado .O segundo enfrentou num duelo a facão onde levou a melhor e saiu ileso . O rio pardense 1o Tenente Hermman Hasslocher foi louvado por Andrade Neves ,seu conterrâneo ,por sua bravura na conquista do forte de Estabelecimento .Em Santa Maria partiu para a guerra Matheus Daubert Hoffmeister .Para consolar sua mãe desolada pediu-lhe que fizesse a sua geleia preferida para ele comer de volta da guerra .E se passaram 38 anos até o seu retorno a casa paterna poi shavia se casado e se estabelecido em Mato Grosso .Na hora do jantar ,sua mãe velhinha e com grande dificuldade deslocou - se até um armário de onde retornou com um pote de vidro .E o passou ao filho e lhe disse ."- Aqui esta filho a tua géleia que me pedistes para esperar-te de volta da guerra ." E isso aí ! Teria razão quem disse que as mães foram inventadas por Deus por ele não poder estar em todos os lugares para proteger os homens . Em Estrangeiros de descendentes ... relacionamos os integrantes teuto brasileiros da Bateria Alemã e do Corpo de Pontoneiros (p.126), os de Santa Maria do 7 o da Guarda Nacional (p.152), os nomes dos 8 mortos e dos 43 feridos da Guarda Nacional de São Leopoldo e os 4 mortos e 11 feridos do Corpo de Pontoneiros do Exército (p.158/159) e os nomes e locais da Colônia de São Leopoldo dos 90 alemães e descendentes que retornaram da guerra onde exerceram a cidadania brasileira em sua mais arriscada dimensão ,90 alemães e descendentes que desembarcaram em 28 de abril de 1870 em Porto Alegre . Conclusão :A Bandeira da Bateria Alemã, esfrangalhadas pelas balas inimigas ,desbotada pelas intempéries e manchada de sangue , foi recolhida em 6 de junho de 1870 a Catedral de Porto Alegre . Mas segundo Klaus Becker ,o grande estudioso da participação teuto brasileira nesta guerra , a bandeira da Bateria Alemã "era um trapo precioso em cujas dobras bem junto ao coração brasileiro palpitaria muitas vezes , nos estos dos estusiasmos heroicos , o forte coração daqueles alemães e descendentes e sobre a qual se cimentaria , para sempre , a indissoluvel Fraternidade ,para ligá-los ainda mais a pátria Brasil e a seus irmãos de origem diversa. " E complentaríamos provando nas circunstâncias mais adversas ,no campo de batalha ,a sua identidade e cidadania brasileiras, objeto de avaliacão homenagem no subtema - O imigrante : identidade e cidadania , do XIV Simpósio de Colonização e Imigração promovido pelo Instituto Histórico de São Leopoldo em 14/16 setembro de 2.000 . (x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do RGS e corespondente do Instituto de História de São Leopoldo. |
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