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Fronteiras Meridionais
Idéias de "Um Apelido"

        Sinto muito pelo que você conta do país. E faz muito bem quando o senhor diz que é tudo um problema de pobreza e de má administraçâo... pior toca a música quando fala de raças... os "morenos" sâo pobres, e é por isso que formam a maioria dos criminais. Nâo é um problema de raça, senão de sistema económico. Eu nâo sei quase nada da chamada "Revolução de l.964

foi MUITO MELHOR", mas leio que foi um golpe de estado militar, com desoluçâo das liberdades democráticas, dos partidos e dos sindicatos... Nâo estava eu lá, e nâo posso julgar... ao nivel teórico, posso acreditar que haja ditaduras "melhores" do que "democracias" (tudo é relativo)... mas o dois sistemas diferem muito, pelo que se viu na história, e nâo há lugar, em meu parecer, para discussôes, vistos os resultados trágicos de cada dictadura que houve. Quanto as "democracias", haveria que discutir sobre o que é uma democracia, e pelo menos afirmar que muitas democracias podem ser e sâo dictaduras mascaradas... o que acontece en países como o Brasil, por exemplo, me dá a pensar que qualquer governo, partido ou movimento politico diga de ser democrático, tem que o demonstrar nos feitos: dando segurança, instruçâo, assistência à todas as pessoas do povo, e nâo só aos mais privilegiados pelo sistema económico. Isto dito, acho eu, quando haja fenómenos tâo graves de criminalidade, como os de que o senhor contou-me, parece-me muito claro que denominar os criminais pela côr da pele é só uma comodidade lingüistica, embora muito perigosa, que esconde a realidade do sistama económico iníquo e em desfavor até de grupos étnicos (desde já muito anos, diria desde sempre). Mas un dia, se o senhor e eu nos encontrarmos, aqui ou ali, possívelmente nâo durante um assalto num banco, falaremos com mais comodidade disto.

Muito depressa, amigo:

o que existe é uma raça que acumulou privilégios, e agora vai pagando as dívidas, embora detenha, ainda, o poder político e económico. Eu falaria de uma raça económica, o de ser moreno ou nâo é um pormenor antropológico que tem sua explicaçâo. Nos outros paises do mundo, o "moreno económico" nâo é sempre moreno de pele, mas sempre pobre, e pertence, em geral, a uma categoria sempre explotada pelas "raças" economicamiente ricas.

O de os professores nâo saber nada, nas escolas públicas depende sempre da cegueira das "raças" ricas, que detêm o poder político-económico: preferem manter o povo bruto e "moreno" em estado de ignorância, para o poder manipular melhor, com futebol, carnaval, telenovelas... e assim que nâo se pede aos professores uma maior qualidade do ensino, nem lhes se dâo estructuras e servicios gerais, para a gente vivir num meio urbano mais civil... mas é um jogo que só convem aos que têm mais recursos para se proteger em condominios com guardas armadas à porta... ao meu amigo, que só vive - e sobrevive - ás margens, como muitos, entre os bairros altos e as favelas (metaforicamente falando), o enfrentamento com os pobres, ignorante e "morenos" é imediato, cotidiano... os que mandam pretendem que sejam vocês os defensores deles, contra a onda "morena" que está ultrapassando as fronteiras "meridionais" do império deles. Criando inimigos entre as categorias mais "baixas", os senhores da economia intentam interpôr uma barragem entre si e os "criminais", confiando na reacçâo da classe média... meu senhor, é um jogo velho... embora, compreendo muito bem, vivido em primeira linha, a sociologia nâo sirva para nada.

Um respeitoso abraço.
Vou corrindo.
Até a próxima.
P.S. Peço-lhe todas as atenuantes do caso, vou muito depressa. Tudo o aparentemente ofensivo, nos meus ditos, é absolutamente involuntário.

"Um Apelido"
Índio nhambiquara exilado na Suiça


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