SONG OF THE SEAS
I
crossed the waters
Of the Aqueronte
I've got tired of
Rowing and Rhyming
I grabbed the Oar
And went around the World
From Village to Village
I was looking for people
Who had no idea
Of what an Oar could do
I grew bad sores on my shoulders
And blisters on my feet
Asking aimlessly around
"What is this"?
- "It is an Oar"
And on I went walking
Bearing of the Oar
And with terrible sores
I arrived at Atlantis
Submersed, hidden.
I asked the transparent muse:
- Do you know what this is?
-A lute, for playing
-Is it for rowing?
-No, it is for Rhyming
Without knowing how to cry
With blisters on my hands
I played on my Oar
The song of the Seas
Non ti scordar di me!
Don Antonio Maragno Lacerda (Prêmio UNESCO/Poemas)
www.jornaldosmunicipios.go.to
CANÇÃO DO MAR
Atravessei
as águas,
de Aqueronte.
Fiquei farto,
de remar e rimar.
Peguei o remo,
corri mundo,
de aldeia em aldeia.
Buscava uma gente,
que não fizesse idéia,
daquele remo diligente.
Criei feridas nos ombros.
Bolhas nos pés.
Perguntando a deambular.
- O que é isto ?
- E' um remo.
E,novamente,
caminhar.
Peregrino do remo.
Tenebrosa ferida.
Cheguei a Atlântica,
submersa, escondida.
Disse à musa transparente.
- Sabes o que isto ?
- E' alaúde de tocar.
- E' de remar ?
- Não...de rimar.
Sem saber chorar,
com bolhas nas mãos,
toquei no remo,
a canção do mar.
Don Antônio Maragno Lacerda (Prêmio UNESCO/Poemas)
www.jornaldosmunicipios.go.to